Cerca de 170 pessoas se reuniram para lançar o Movimento Saúde e Democracia, reunindo profissionais de saúde, usuários do sistema, ex-gestores, ONGs e diversos outros setores organizados da sociedade. “Este movimento representa a reação do povo em defesa de um SUS justo”, declarou o neurologista Nei Moreira, membro da comissão provisória, um dos idealizadores do movimento. SUS justo, para o movimento, é aquele que atenda às necessidades do usuário, que garanta condições de trabalho aos profissionais de saúde, que seja eficiente e eficaz, com a perfeita utilização dos recursos públicos.
A proposta do “Saúde e Democracia”, esclareceu o médico, é preconizar a saúde como um bem público, como um direito da cidadania a ser garantido pelo Estado, por meio de um sistema único público, de acesso universal, solidário, estruturado de forma descentralizada, participativa e com um processo decisório negociado e pactuado, ou seja, com a efetiva participação do usuário e dos servidores da saúde.
“A criação e implementação das políticas de saúde são legítimas apenas se contarem com a participação ativa e em igualdade de condições dos cidadãos, usuários e trabalhadores de saúde, em todos os espaços da gestão pública”, defendeu Nei Moreira.
O movimento ganhou a adesão de Organizações Não Governamentais, como a Associação em Defesa dos Usuários do SUS. Representando a entidade, Carlito Cruz lamentou que o SUS esteja funcionando de forma ainda muito precária, ao ponto de ser necessário criar uma associação para defender os seus usuários, de garantir atendimento de qualidade ao cidadão.
Marco Antônio do Nascimento, o baiano, presidente da Associação de Moradores do Pedra 90, lembrou, durante o lançamento, que existem pessoas precisando urgentemente do SUS organizado. “A saúde é vida. Cada um de nós sabe das necessidades do nosso bairro e se não conseguimos, trabalhando isoladamente, conquistar melhorias no setor da saúde, então este movimento pode fazer muito pelo SUS porque vamos trabalhar unidos.
Consultora do Conselho de Secretários Municipais de Saúde de Mato Grosso, Maria Salete Ribeiro usou um frase para definir o sistema de saúde no Estado: “ O SUS está por um fio e está nas nossas mãos”. Na visão de Salete, a reação da sociedade em defesa do SUS é a grande alternativa para que o cidadão tenha acesso a um serviço eficiente e eficaz e para que a gestão seja verdadeiramente democrática. “A participação popular na gestão do SUS é uma das propostas deste movimento”, concluiu.
Integram a comissão provisória do Movimento Saúde e Democracia o neurologista Nei Moreira, o dentista Wagner Simplício, a enfermeira Iracema Alencar, o presidente da Federação Mato-Grossense de Associações de Moradores de Bairro, Walter Arruda, e a consultora do Cosems, Maria Salete Ribeiro.