quinta-feira, 12 de abril de 2012

Dengue sem controle

DIÁRIO DE CUIABÁ  -   SAÚDEAnterior | Índice | Próxima

Estima-se que, para cada caso notificado de dengue, haja entre 15 e 20 subnotificados

Combate à dengue: números mostram que a doença já ultrapassou os limites do tolerável
ALECY ALVES
Da Reportagem

Cuiabá e Várzea Grande declararam situação de epidemia de dengue. Isso significa que a doença fugiu ao controle das autoridades da saúde pública, assim como os índices de infestação e de criadouros do mosquito Aedes aegypti.

Em cinco semanas, pouco mais de 30 dias, o número de casos da doença notificados em Cuiabá saltou de pouco mais de 600 para 2.726. Esse é o total registrado este ano, até o dia 7 deste mês.

Na Capital, a quantidade de pessoas que tiveram a dengue confirmada por exames laboratoriais entre janeiro e a primeira semana de abril de 2012 é 150% superior às notificações do ano passado inteiro. Em 2011 a cidade contabilizou, oficialmente, 1.126 casos, conforme registros da Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica.

Aqui, duas pessoas morreram com suspeita de dengue e outras 11 estão internadas em estado graves, algumas delas sob investigação para o tipo hemorrágico. Os óbitos, entretanto, não tiveram diagnóstico da doença, segundo a coordenadora da Vigilância, Ivonete Fortunato.

Em Várzea Grande, a situação não é diferente. O município registra um aumento de 300% nas ocorrências de dengue em relação ao ano passado. São pouco mais de 1.200 notificações até a primeira semana deste mês, para apenas 360 durante os 12 meses de 2011.

A coordenadora de Vigilância em Saúde e Epidemiologia, Maria Guimarães Eckart, informou que até ontem haviam sete casos graves sendo monitorados. Três deles estão sob suspeita de serem do tipo hemorrágico e quatro apresentam outras complicações.

Internada ontem com suspeita de dengue heomorágica, a babá Odinalva Marques da Silva, 42 anos, moradora do bairro Santa Isabel, em Cuiabá, ainda não está nessa estatística. Com manchas roxas pelo corpo e apenas 29 mil de plaquetas no sangue (componente responsável pelo processo de coagulação), ela passou grande parte do dia sendo hidratada e sob observação médica na Policlínica do Verdão, sendo transferida depois para o Pronto Socorro de Cuiabá.

Conforme Maria Eckart, há um entendimento de que, para cada caso notificado de dengue, hajam entre 15 e 20 subnotificados, ou seja, que não chegaram ao conhecimento do serviço público de saúde por diversas razões: O paciente não fez o exame, não preencheu o procedimento de notificação ou, principalmente, se automedicou.

Talvez isso explique a superlotação dos serviços de pronto-atendimento dos hospitais públicos e privados nas duas cidades. E, também, dos consultórios médicos. Em alguns bairros de Cuiabá, o Índice de Infestação Predial em Cuiabá é já chegou a 14%, sendo que o aceitável pelo Ministério da Saúde é de 1%. O índice médio, de 7%, já é assustador, conforme a coordenadora do Centro de Controle de Zoonoses, Alexandra da Costa Carvalho.

Entre os bairros com os mais altos índices estão o Praeiro, Dom Aquino e Pedra 90, os três com 14%, o que corresponde que, de cada 100 moradias, em 14 foram encontradas criadouros e mosquitos transmissores da doença.
Tanto Cuiabá como Várzea Grande pediram a ajuda da Secretaria Estadual de Saúde para uma força-tarefa de limpeza das cidades. Ambas querem máquinas pesadas como pás carregadeiras para retirar lixo de áreas públicas e privadas onde estão criadouros do mosquito.

Cuiabá foi além, pediu a aplicação do fumaçê, veneno para eliminar os mosquitos. Nesse caso, a resposta dependerá de entendimento com o Ministério da Saúde. Alguns técnicos do ministério estão em Cuiabá desde anteontem analisando dados da dengue, visitando hospitais e fazendo reuniões com autoridades da saúde. A previsão é que amanhã eles apresentem a conclusão desse trabalho aos secretários municipais. 



==> ESSA TRISTE SITUAÇÃO MAIS UMA VEZ SE REPETE, AS PROVIDÊNCIAS QUE DEVERIAM TER SIDO
ADOTADAS HÁ MESES CHEGAM APENAS AGORA COM MUITO ATRASO E SEM DÚVIDA TERÃO MUITO POUCA EFICÁCIA POIS SÃO TARDIAS. É MUITA IRRESPONSABILIDADE E INCOMPETÊNCIA JUNTAS, ESPECIALMENTE NO ANOS EM QUE TEMOS A REINTRODUÇÃO DO VÍRUS TIPO 4, QUE NÃO "FREQUENTAVA"  O BRASIL HÁ MAIS DE 20 ANOS E  CONTRA O QUAL AS PESSOAS ABAIXO DESSA IDADE NÃO TEM IMUNIDADE.

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