sábado, 2 de abril de 2011

Médicos da Baixada Cuiabana aderem à greve

Antonielle Costa

Médicos da Baixada Cuiabana aderem, na próxima segunda-feira (4), à paralisação da categoria, que teve início no último dia 10, em protesto ao novo modelo de gestão da administração dos hospitais, que será implantado pelo Governo do Estado, nos próximos dias.

Os serviços passarão a ser executados por organizações sociais. A mudança foi aprovada pela Assembleia Legislativa e aguarda sanção do governador Silval Barbosa (PMDB).

Com a adesão, os profissionais efetivos do Estado que prestam serviços no Centro de Reabilitação Dom Aquino, Adalto Botelho e Centro de Especialidades Médicas (Cermac) cruzarão os braços.

Também participaram do movimento grevista os servidores cedidos ao Hospital e Pronto-Socorro de Cuiabá e Várzea Grande, Hospital Geral Universitário e Hospital Júlio Muller.

Ao MidiaNews, o presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed), Edinaldo Lemos, explicou que a contratação das OS's inviabiliza o atendimento da pauta de reivindicações da categoria, que, segundo ele, foi entregue ao governador, no ano passado.

Dentre as exigências estão: melhores condições de trabalho, regularização do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS) e concurso público.

"Somos contra as organizações sociais, por entendermos que irá prejudicar o atendimento de nossas reivindicações. Com o novo modelo, o PCCS e o concurso público não serão realizados, indo de encontro a tudo que vínhamos conversando até o momento", afirmou Lemos.

Ele observou que, no ano passado, o governador havia prometido um concurso público específico para área de Saúde de 2011, em virtude de ter ficado fora do "megaconcurso, realizado para 10 mil vagas.

"Na época em que foi anunciado o concurso, deixamos de recorrer à Justiça, em função de um compromisso de que teríamos um exame especifico, para a categoria da Saúde, neste ano. Aí, vem a contratação da OS, que inviabilizada tudo", disse o sindicalista.

Intensificação do movimento

Segundo o presidente do Sindmed, o indicativo de greve aprovado no início deste mês foi para que toda categoria cruzasse os braços. No entanto, inicialmente, apenas os profissionais do Interior do Estado haviam paralisado as atividades.

Sem avanço nas negociações com o Governo, a categoria decidiu intensificar o movimento. Segundo Edinaldo, serão mantidos os atendimentos de urgência e emergência em 100% e os ambulatoriais em 30%, como vem sendo feito no interior.

Outro lado

Por meio da assessoria de imprensa, o secretário de Saúde Pedro Henry (PP), informou que deu encaminhamento às reivindicações da categoria.

Ele disse que já determinou a realização de um um estudo técnico para regularizar a questão que envolve o Samu. Sobre o PCCS, informou que  vem sendo discutida a possibilidade de que seja integrado ao plano dos demais servidores públicos.

Quanto a concurso público, o secretário afirmou que as discussões cabem ao governador do Estado.

COMENTÁRIO DO MSD:

Como já dissemos e vamos repetir até ficarmos surdos, para que fique bem clara a nossa posição, o MSD é contário a proposta de privatização não por interesses corporativos ligados a planos de carreira e salários .  Somos contrários porque não é preciso desmontar a gestão pública para melhorar a saúde, basta torna-la  honesta, transparente,  competente e comprometida com o interesse público.  Ou seja, tudo o que ela não tem sido na asúde em Mato Grosso. Entregar patrimônio público para instituições ditas “sem fins lucrativos”  seriia caso de cadeia se tivéssemos um judiciário afinado com o interesse poúblico.

Henry insiste em terceirização de hospitais e tenta convencer prefeitos

A Secretaria de Comunicação do Governo do Estado divulgou:

Depois de iniciar o processo de instalação do novo modelo de gestão da Pasta da Saúde do Estado, na assistência médico-hospitalar, de parceria com as chamadas Organizações Sociais de Saúde, o secretário de Estado de Saúde, Pedro Henry vem recebendo visitas em seu gabinete de prefeitos das macrorregiões e microrregiões de Saúde do Estado.
A visita dos prefeitos tem como objetivo conhecer a nova modalidade de gestão de Saúde, que pretende dar resolutividade às ações de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) e acima de tudo melhorar o acesso dos usuários ao sistema.

O médico e prefeito de Rosário Oeste, Joemil de Araújo trouxe uma equipe técnica e membros gestores do Hospital Associação Municipal de Proteção de Rosário Oeste, chamado de Hospital Amparo, objetivando se inteirar do assunto. Segundo o prefeito, o hospital que atende a população do seu município é referência para a microrregião do Médio Norte do Estado. O hospital atende uma população estimada de 47 mil habitantes, com abrangência aos municípios de Jangada, Acorizal e Nobres, bem como as cidades localizadas no entroncamento dos municípios do Médio Norte.

Para o prefeito Joemil de Araújo, o hospital nesse modelo atual onera em muito o seu município. De acordo com ele, os serviços da assistência médico-hospitalar acabam por retirar dinheiro das ações da Atenção Básica que somam a importância de R$ 40 mil por mês para pagar os custos, “com o que não concordo, por ser a Atenção Básica a saúde preventiva e prioridade da Gestão Municipal”, disse.

Joemil salienta que vai dar início às discussões no município, com chamamento para Audiência Pública com os segmentos da sociedade como, Conselho Municipal de Saúde, Câmara de Vereadores. “Vamos discutir a possibilidade de também estabelecermos parceria com Organização Social de Saúde, daí teremos os serviços ampliados para a Alta Complexidade, afirma. Hoje atendemos a baixa e média complexidade, e temos muitos acidentes nas rodovias, onde as vítimas necessitam de um atendimento de maior complexidade. Por outro lado, também a nossa população poderá ser atendida na nossa região evitando assim deslocamentos para a Capital”, disse o prefeito.

A presidente do Hospital Amparo, Inês de Fátima Cerrutto disse que o hospital tem um compromisso social a ser desempenhado e que hoje está comprometido, por faltar meios que o faça evoluir, tanto na adoção de infraestrutura necessária como aquisição de equipamentos mais avançados devido o alto custo da manutenção. “Se é possível implantar este novo modelo que já deu certo em tantos outros municípios do País, porque não aqui? Vamos continuar com a nossa missão de atender ao Sistema Único de Saúde, porém com mais condições e perspectivas de crescimento principalmente no quesito da acessibilidade ampliada. A população de Rosário Oeste e municípios abrangentes querem mudança e vamos proporcionar isso a ela”, disse Fátima Cerruto.

O prefeito de Pontes e Lacerda, Newton Miotto, outro que tomou conhecimento da nova proposta de Saúde, disse que já vem trabalhando com suas equipes desde a última visita do secretário Pedro Henry em seu município, no dia 14 de janeiro, quando promoveu a primeira discussão já ampliada com a sociedade e dirigentes da unidade de saúde Santa Casa, no sentido de buscar solução aos problemas que a entidade sofre de infraestrutura e falta de linhas de financiamento.

A intenção do prefeito é a de transformar a Santa Casa autossuficiente nos serviços da média complexidade para depois partir para implantação da alta complexidade. “Com as mudanças e a parceria com Organização Social de Saúde, com certeza o nosso município se concretizará como mais um polo de referência em Saúde da Região Oeste. Já avançamos nas discussões e estamos quase na fase final dos trabalhos. Acreditamos nesse novo modelo”, afiançou o prefeito.

A prefeita de Alta Floresta, Izaura Dias Alfonso disse que já avançou nas discussões em seu município e acredita na parceria das Organizações Sociais de Saúde como sendo um caminho para a administração hospitalar. “Trata-se de um modelo de Gestão que vai melhorar os serviços da assistência médico-hospitalar. Um item de trabalho da rede SUS que impacta no orçamento das Secretarias Municipais de Saúde. Não é fácil manter um hospital aberto e quando se abre uma unidade hospitalar ela necessita acompanhar a tecnologia e ter uma infraestrutura adequada”, disse.

A prefeita acrescentou que a população do seu município cresceu, mas a Saúde tem que avançar. “Vamos estadualizar o Hospital Municipal. O nosso projeto é para a população. Temos que ter leitos de UTIs, implantar a alta complexidade. Com o novo modelo de gestão de Saúde vamos desamarrar o setor e avançar. Atendemos seis municípios a contar de Alta Floresta, como Carlinda, Paranaíta, Nova Brasilândia, Nova Monte Verde, Apiacás e ainda 120 famílias moradores ao Sul do Pará, na divisa com Mato Grosso. Então, temos grandes responsabilidades por sermos a referência em serviços de saúde. O que não dá mais é ver a população desassistida e ter que encaminhá-las para a Capital por falta de serviços mais qualificados. É um passo importante que vamos dar”, enfatizou a prefeita Izaura Dias Alfonso.

O secretário de Estado de Saúde, Pedro Henry vem dizendo às dezenas de prefeitos que o procura para se informarem acerca do assunto. Henry afirma não ter dúvidas que promover parcerias é uma forma de avançar nas ações e serviços da rede SUS. Para ele, a parceria com as organizações Sociais de Saúde vai resolver o grande gargalo da assistência médico-hospitalar, que é a falta de acesso do cidadão ao SUS e aos serviços de acompanhamento tecnológico.


COMENTÁRIO DO MSD:



O Secretário Pedro Henry está vivamente interessado em privatizar toda a saúde em nosso Estado, pois com controles sócias mais frouxos, a criatividade de certos gestores fica mais livre . Assim, aquisições de ambulâncias e pagamentos mensalidades são mais facilmente realizadas.

Setor de endoscopia fechado no Júlio Muller

Foi publicado no jornal A Gazeta

Caroline Rodrigues

O setor de endoscopia do Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM) foi interditado pela Vigilância Sanitária Municipal há 1 semana devido a problemas na desinfecção dos equipamentos utilizados no exame. O espaço também tem equipamentos quebrados há 1 ano, como é o caso do Arco C, utilizado nas cirurgias de retirada de cálculo na vesícula. O setor atende, diariamente, 8 pacientes de Cuiabá e do interior de Mato Grosso que precisaram ser remanejados para os demais hospitais de Cuiabá, conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS).

A Vigilância Sanitária informou, por meio da assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que os fiscais detectaram falhas no uso dos equipamentos de desinfecção. A esterilização realizada pelos técnicos era ineficaz e trazia riscos de contaminação aos pacientes.
A hospital foi notificado e precisa encaminhar um documento no qual vai apresentar um procedimento de limpeza que atenda as exigências. Até a tarde de ontem, a administração não tinha entregue o projeto de solução para o problema.

O presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), Arlan Azevedo, explica que além dos problemas no setor de endoscopia, o hospital sofre com a carência de recursos. O dinheiro não é suficiente para garantir as melhorias necessárias.

No começo do mês março, o CRM fez uma fiscalização na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Na ocasião, o presidente do CRM constatou a presença de fungos e infiltrações na unidade. Os profissionais também reclamaram da falta de equipamentos reservas, que não permitiam a retirada de materiais em tempo hábil para a desinfecção

COMENTÁRIO DO MSD:

Se o HUJM fosse uma OS ou um hospital privado, o Secretário Pedro Henry já teria arrumado um conveniozinho para
passar um dinheirinho para mais uma reforminha.....  . Mas como é um hospital público ...

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