quarta-feira, 27 de abril de 2011

Urgência e emergência do Pronto Socorro é “depósito nojento” de seres

Blog 24 Horas News publicou:
Pelo amor de Deus, alguém faça alguma coisa. Entra ano e sai ano, o Pronto Socorro de Cuiabá segue sob o caos e cada vez pior. Considerada principal referência para urgência e emergência do Estado, a unidade  enfrenta problemas que vão desde estrutura inadequada, passando por falta de higiene e até problemas de organização e gestão. Alvo constante de críticas, o PSM mantém suas portas abertas sem nunca recusar pacientes, mesmo não tendo mais espaço para um atendimento de qualidade. E para complicar ainda mais, as chuvas revelam um cenário assombroso.
Um vídeo produzido pelo Sindicato dos Médicos do Estado de Mato Grosso (Sindmed) traduz com realidade ímpar a situação caótica que vive os pacientes e funcionários do hospital. De acordo com a descrição de um dos cinco vídeos a chuva do último dia 2 de abril inundou os corredores e a “enfermaria mista”, onde homens e mulheres são internados no mesmo ambiente do Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá.  Um verdadeiro nojo, típico depósito de seres humanos.
A produção do sindicato deixa claro que as reformas não foram suficientes para impedir que água e o esgoto transbordassem exalando mau cheiro dentro do Pronto Socorro. A situação tornou-se ainda mais caótica ao ponto de que os acompanhantes foram obrigados a dividir espaço da maca com os doentes para fugirem da água contaminada.
Conforme consta nas imagens os pacientes relatam que o ralo no meio da enfermaria refluiu material fétido, além do vaso sanitário também ter refluído excrementos humanos e contaminado a água no chão.

“Na borda do vaso se vê muita sujeira e uma barata! Os pacientes se referem a jacaré e lombrigas, mas na verdade querem é dizer que havia fezes boiando na água por debaixo das camas" -  narrou o  profissional da saúde que captou as imagens  e postou na rede social YouTube. Independente de greves, salários e debates institucional,  o cenário do Pronto Socorro é de um local cujas autoridades responsáveis – eleitas e não eleitas -  parecem não terem o mínimo de compaixão com o próximo.

Outra situação preocupante foi flagrada na área de repouso da UTI neonatal, onde uma verdadeira “cachoeira” escorria pela parede da sala correndo para debaixo da cama, também, é possível observar as infiltrações. “Toda vez que chove acontece esses problemas, é difícil trabalhar nessa situação”, reclama uma funcionária.
Na ocasião a diretoria do PSMC tentou minimizar o caos e divulgou esclarecimento sustentando apenas que a sala vermelha do setor de Urgência e Emergência ficou alagada por causa da chuva, mas que nenhum leito foi atingido pela água.  O curioso é que na mesa ala da UTI pediátrica em que houve o desabamento, o Sindmed, constatou no vídeo o vazamento do esgoto pela pia de higienização dos médicos e enfermeiras. O esgoto borbulhava exalando um cheiro forte que preocupou os pais das crianças internadas.

Parece mentira, mas, as imagens catastróficas que refletem o episódio ocorrido no início do mês de abril, não é um fato isolado. Em fevereiro deste ano, parte do teto do prédio recém-reformado do Pronto-Socorro também desabou durante uma forte chuva. Dois ambientes, na recepção e num corredor entre o box de emergência e as salas de cirurgia, o forro despencou.
Nas duas situações em que houve desabamento o atendimento não foi interrompido já que a Defesa Civil apontou que o local não apresentava riscos aos pacientes e funcionários. “É uma calamidade que tem de ser resolvida, não é a primeira vez que acontece e parece que não vai ser a última. Para uma capital que quer ser sede de copa do mundo, a saúde devia ser exemplo de eficácia! Não é isso que vemos por aqui” - finalizou o médico após nove minutos de gravações pelos corredores do Pronto Socorro.

Ano passado o Pronto Socorro passou por oito meses de reforma e custou R$ 6 milhões aos cofres públicos, sendo R$ 3 milhões destinado às obras estruturais e outros R$ 3 milhões, para a aquisição de novos equipamentos.


 COMENTÁRIO DO MSD:

A estrutura do HPSMC não tem mais possibilidade de recuperação. Alem disso, para se fazer uma reforma com um mínimo de qualidade, precisaria se paralisar as suas atividades. Está claro que  precisamos urgentemente de um novo Pronto Socorro que absorva a demanda do atual, para então se fazer sua recuperação e passarmos a ter dois OS, a altura das necessidades de Cuiabá.

Médicos estão em greve em Cuiabá



Jornal A Gazeta publicou:



Cerca de 200 médicos que fazem cirurgias eletivas em Cuiabá estão em greve, por tempo indeterminado, a partir de hoje. Eles atendem na rede conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS) e fazem 1 mil procedimentos por mês. Os profissionais reivindicam o reajuste de 200% no Índice de Valorização da Qualidade (IVQ), que foi criado em 2002 pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para complementar o valor das cirurgias tabeladas pelo SUS.
O presidente do Sindicato dos Médicos do Estado de Mato Grosso (Sindimed), Edinaldo Lemos, explica que a porcentagem foi calculada com base nos aumentos de piso da categoria nos últimos 9 anos, tempo no qual o índice não teve modificações.
As cirurgias, entre elas cardíacas, ortopédicas e biopsia, vão ser suspensas nos hospitais Santa Helena, Santa Casa de Misericórdia, Sotrauma, do Câncer e Bom Jesus. Somente no Santa Helena, são mais de 5 cirurgias por dia.
Lemos esclarece que são pagos R$ 200 mil mensais, que precisam ser rateados entre todos os profissionais, dando um acréscimo de R$ 1 mil por pessoa.
As negociações para o reajuste começaram em 18 de março deste ano. Lemos explica que representantes da Saúde foram acionados e participaram de uma reunião com a classe. Eles ficaram de dar uma resposta e no dia 18 de abril informaram que a contraproposta da Prefeitura era continuar o mesmo valor, mas com o pagamento em dia. "Pagar em dia é obrigação de quem contrata. O que queremos é o aumento".
A paralisação foi aprovada em assembleia e enquanto não houver uma contraproposta da SMS, os profissionais continuam de braços cruzados. O valor da tabela do SUS é considerado insuficiente para pagamentos dos custos do procedimento.
O sindicato assegura que os casos de urgência e emergência não estão dentro da atribuição dos manifestantes e continuam sendo realizados normalmente.
Outro lado - A reportagem entrou em contato com a SMS, mas não obteve retorno.


COMENTÁRIO DO MSD:
 Segundo a Central de Regulação da SMS, em Cuiabá   85% das cirurgias realizadas em CUIABÀ são solicitadas pelos médicos como URGÊNCIA MÉDICA, logo não poderão ser suspensas, sob pena de se caracterizar  negligência.  Se essas cirurgias até então solicitadas como URGENCIAS não eram verdadeiramente urgências,  assim eram denominadas apenas para “forçar” a liberação das mesmas, então temos 2 situações 

1ª – a Regulação aceitava essas solicitações porque não tem competência nem disposição (ou ambas as coisas) para diferenciar casos de urgências de casos eletivos

2º. – quem solicita como urgência o que não é urgente está infringindo a ética médica, pois está “exagerando a gravidade do caso”. Com a palavra o CRM e o Ministério Público, sempre tão diligentes...


Cartilha do Usuário do Sus