segunda-feira, 2 de maio de 2011

Gaeco denuncia médicos por cobrança de propina no PS

Midia News publicou:

O Ministério Público Estadual, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), denunciou nove pessoas envolvidas em um esquema de cobrança de propina para realização de cirurgia no Hospital e Pronto-Socorro de Cuiabá. Entre os denunciados estão os médicos Murilo de Sant'ana Barros e Marcos Benedito Gabriel.


Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (2), o promotor Arnaldo Justino, autor da denúncia, explicou que no Pronto-Socorro não havia qualquer controle da fila de espera para realização de procedimentos cirúrgicos, a prioridade era dada àqueles que pagavam propina aos servidores denunciados. 

As investigações tiveram início em agosto de 2009, a partir de denúncias de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), que há anos esperam por uma cirurgia. Nos casos que não eram prioridade como idosos e crianças, os pacientes em situação de igualdade - o diferencial era a "gorjeta" que variava em torno de R$ 300 a R$ 1,5 mil.

Segundo o promotor, os pacientes mantinham contato com gesseiros e instrumentadores cirúrgicos que iam até o médico e conseguiam a cirurgia, mediante pagamento. "A ordem de preferência era a propina, quem pagava passava na frente, sem que houvesse qualquer controle", afirmou o promotor.

Justino destacou que a gerente de Internação, Transferência e Alta do Pronto Socorro, Mariana Rosa e o diretor-geral da unidade Jair Gimenez tinham conhecimento dos fatos e foram citados na denúncia por crime de prevaricação, uma vez que poderiam ter tomado medidas administrativas e não as fizeram.

Os denunciados responderão pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva e ativa, peculato e falsificação de documentos.

Medicamentos

Ainda de acordo com o promotor, parte dos denunciados subtraíam medicamentos do Pronto-Socorro e revendiam. Entre os remédios estão morfina, xylocaína, adrenalina e outros. Os produtos eram comercializados pelo preço de R$ 25.

Confira quem são os denunciados:
Josué Pinto da Silva - técnico em ortopedia
Wlamir Benedito Soares - gesseiro
Jairo Calamir da Cruz - instrumentador cirúrgico
Dioge Farias Sodré - técnico em ortopedia
Murilo de Sant'ana Barros - médico
Marcos Benedito Gabriel - médico ortopedista
José Geraldo Oliveira - filho de usuária do SUS
Alex Willian Xavier da Silva - usuário do SUS
Rosangela Aparecida do Espírito Santo - usuária

PS às traças: 11 leitos da UTI adulto desativados e Pediatria sem médico visitador

Publicado no Blog da Sandra Carvalho

A cada dia que passa piora a situação do Hospital e Pronto Socorro Municipal de Cuiabá (HPSMC), a principal referência em urgência e emergência de Mato Grosso. Agora apenas nove dos 20 leitos da UTI Adulto estão funcionando porque faltam equipamentos. O setor de Pediatria está sem médicos visitadores e, para completar, o secretário de saúde do município Antônio Pires Barbosa também não estaria ficando em Cuiabá nos finais de semana. A Informação é de que ele viaja toda sexta-feira para São Paulo, onde reside, e só retorna na segunda.

Os problemas com leitos de UTI vem se arrastando já há alguns meses e a expectativa era de que o novo gestor da pasta, com vasta experiência em gestão hospitalar, encontrasse soluções para no mínimo impedir que a situação não se agravasse. No entanto, ao que parece os problemas aumentaram. Há cerca de 15 dias haviam 4 leitos de UTI desativados e condicionadores de ar pifados nas salas vermelha e amarela. Hoje já são 11 leitos parados e os aparelhos de ar condicionado ainda não foram consertados

Uma situação bastante preocupante é a falta de médicos visitadores para acompanhar o estado de saúde das crianças internadas na ala pediátrica. São médicos que não ficam dentro do Pronto Socorro, mas passam fazendo visitas para avaliar a evolução do quadro do paciente, mudanças na medicação e alta.

Sem a avaliação do médico visitador, o paciente pode continuar tomando medicação sem necessidade, permanecer mais tempo dentro do hospital quando já poderia estar em alta, ou, caso seu quadro se agrave, ficar sem a medicação adequada.

Sem um grande hospital público estadual em Cuiabá para atender pacientes do interior, o HPSMC continua arcando com toda a responsabilidade de socorrer e salvar a vida de pacientes graves. Além da superlotação, ainda há problemas pontuais, que seriam resultados da falta de planejamento.

Cartilha do Usuário do Sus