sexta-feira, 27 de maio de 2011

MSD questiona moral de Pedro Henry ao desqualificar quem o acusa



Cada vez fica mais consistente a interpretação de que essa piora acentuada da assistência médica em Cuiabá ocorrida nos últimos meses seja intencional para justificar a adoção de medidas dessa natureza : contratos emergenciais com preços muito acima da tabela do SUS beneficiando determinadas instituições hospitalares que ao longo da história sempre rejeitaram o SUS.

Curiosamente, o hospital beneficiado é o Santa Rosa, de propriedade do deputado estadual  Maluf, ex-secretário de saúde de Cuiabá, e onde o atual secretário estadual deputado federal  Pedro Henry trabalhou e mantém um empresa  de  prestação de  assistência médica, que ele alega ser de uma sobrinha .

A respeito disso vai um pequeno texto da jornalista Joanna de Assis sobre uma frase muito usada:  “À mulher de César não basta ser honesta, tem que parecer honesta”

A frase original surgiu após um escândalo em Roma, por volta de 60 a.C., envolvendo o homem mais poderoso do mundo, sua mulher e um nobre pretendente.

Pompéia vivia muito sozinha, enquanto o marido Júlio César passava meses com seus exércitos. É nesse cenário perfeito para as fofocas que surge Clódio, um nobre admirador da moça. “Numa noite, para conseguir se aproximar de Pompéia, ele entrou no palácio disfarçado, mas acabou se perdendo pelos corredores e sendo descoberto e preso”, diz a historiadora Maria Luiza Corassin, da Universidade de São Paulo.

O jovem foi levado ao tribunal e o próprio César convocado para prestar esclarecimentos. “Ele declarou ignorar o que se dizia sobre sua mulher e a julgou inocente”, afirma Maria Luiza. O penetra foi absolvido, mas Pompéia não se livrou do ostracismo e do repúdio do marido. Para quem o acusava de estar sendo contraditório, ao defender a mulher no tribunal e condená-la em casa, ele teria afirmado: “Não basta que a mulher de César seja honrada, é preciso que sequer seja suspeita”.

A estratégia de defesa do secretário Pedro Henry ante o indefensável é a velha tática de, sem ter argumentos de mérito a seu favor, tentar desqualificar  quem o  acusa.  Assim,  o presidente do SINPEN estaria divulgando tais fatos como tema de  campanha eleitoral . Ou seja, o errado não é “fazer a maracutaia”  e sim  “ falar da maracutaia”. Que moral tem o deputado Pedro Henry para fazer tais considerações se ele sempre pautou suas campanhas eleitorais por assim proceder? O que ele tem que fazer é provar que as acusações são falsas . Vais ser difícil, conforme se vê abaixo:

por lara campos, em 27/05/2011 às 06:25

Sr. Pedro Henry, o Senhor está chamando a população de burra? Como é que o Senhor diz que não é sócio, nem tem cotas, se na sua relação de bens junto a Justiça Eleitoral de 2010, estão suas cotas capitais, no valor aproximado de R$ 230.000? É só entrar no site do TRE. Já foram transferidas para outro? Vendidas tenho certeza que não foram. Então, por favor não nos coloque em uma vala comum. Eu te conheço de outros carnavais.....

SES pagará 10 vezes mais por cirurgia ortopédica ao Hospital Santa Rosa

            Publicado no Diário de Cuiabá

Por meio de um convênio assinado no último dia 10 deste mês e publicado três dias depois, no Diário Oficial, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) vai pagar 10 vezes mais o valor da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) ao Hospital Santa Rosa (privado) para realização de cirurgias ortopédicas de pacientes do Hospital de Rondonópolis. A denúncia foi feita ontem pelas diretorias dos sindicatos dos Médicos (Sindimed) e de Enfermagem (Sinpen). 
Segundo o presidente do Sinpen, Dejamir Souza Soares, o preço pago para outras unidades hospitalares conveniadas para o mesmo procedimento é de R$ 1.500 cada. “O que está sendo pago ao Santa Rosa gira em torno de R$ 11.500 (sete vezes superior)”, afirmou.

De acordo com o contrato (013/2011), considerado dispensa emergencial e válido por 90 dias, o valor a ser pago ao Santa Rosa são exatos R$ 2.363.344.75. Todo esse montante, conforme o presidente do Sindimed, Edinaldo Lemos, para a realização de aproximadamente 200 cirurgias ortopédicas. A denúncia é de que haveria favorecimento à unidade, pois o secretário de Saúde, Pedro Henry, seria um dos sócios da empresa hospitalar.

As informações foram repassadas ontem pelos dois sindicatos durante coletiva para falar sobre a suspensão da greve nos serviços de saúde da Capital.

A assessoria de imprensa da Saúde informou que Henry retornava ainda ontem à tarde de São Paulo e assim que chegasse responderia a acusação (ver matéria). De antemão, informou que o convênio foi firmado atendendo decisão judicial.

Além disso, o Santa Rosa também conta com a capacidade instalada necessária para atender a demanda de Rondonópolis. A assessoria negou favorecimento e disse que o contrato da família do secretário para manter a clínica Hiperbarica, no subsolo do Santa Rosa, foi desfeito assim que Henry assumiu a pasta.  (Joanice de Deus)

 
Secretário vê motivação política de categoria

O secretário estadual de Saúde, Pedro Henry, contra-atacou ainda ontem as declarações do presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem (Sinpen), Dejamir Soares, em entrevista coletiva convocada para o fim da tarde. Ele negou que estaria se favorecendo, na suposta condição de sócio, do contrato celebrado pelo Estado com o hospital privado Santa Rosa a fim de atender pacientes ortopédicos em Rondonópolis. Henry se disse “surpreso” com as afirmações. “O tempo de crescer em cima de denúncias inconsequentes já passou”, ironizou.

Henry sugeriu que, com as críticas desferidas no mesmo dia contra ele, Soares estaria tentando se utilizar da atual crise na Saúde em prol de sua campanha para prefeito no interior do Estado. Além de ataques à gestão, Henry afirmou que Soares o atacou no lado pessoal, o que ele pretende discutir no âmbito judicial. Sobre o Santa Rosa, Henry afirmou que uma sobrinha mantém no hospital a clínica Hiperbárica, onde inclusive ele mesmo já trabalhou. Entretanto, não haveria relação de sociedade com a administração. “Não tem aqui nenhum privilégio. Não sou sócio de nada, não tomei atitude pensando no meu ego”.

O hospital privado firmou contrato com a SES para executar 200 cirurgias ortopédicas de pacientes de Rondonópolis. Até agora, foram realizadas 22 e o hospital será pago a medida em que forem cumpridos os procedimentos. Os valores firmados, o secretário explicou, foram os que a SES conseguiu pagar em caráter emergencial e os únicos com os quais o Estado conseguiu convencer alguma unidade privada a operar. Porém, o contrato com o Santa Rosa foi apresentado a todas as demais unidades, que agora estudam a possibilidade de mudar de ideia. (Renê Dioz)



Publicado no jornal A Gazeta

Contrato firmado pela SES é alvo de denúncia

O Sindicato dos Profissionais de Enfermagem (Sinpen) acusa o secretário de Estado de Saúde, Pedro Henry, de privilegiar a contratação do Hospital Santa Rosa para a realização de 200 cirurgias ortopédicas de pacientes do Hospital Geral de Rondonópolis e de pagar por elas preço 10 vezes acima da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS). O presidente do Sinpen, Dejamir Soares, afirma que o secretário pagará cerca de R$ 11, 5 mil por cirurgias que normalmente são realizadas por R$ 1,5 mil em hospitais conveniados. Dejamir ressalta que o Hospital Santa Rosa nunca realizou cirurgias ortopédicas pelo SUS e questiona o motivo que teria levado Henry a firmar contrato com a unidade. Para o sindicalista, a contratação teria sido motivada por interesses pessoais, já que, segundo ele, Henry seria sócio do hospital. "Existem hospitais particulares em Rondonópolis que poderiam operar esses pacientes baseando-se nos preços da tabela SUS".

A contratação do Hospital Santa Rosa foi publicada no Diário Oficial que circulou no dia 13 de maio de 2011. O governo do Estado pagará quase R$ 2,4 milhões para que o hospital atenda os 200 pacientes em um período de 3 meses.

Ontem, Dejamir Soares chegou a afirmar que iria apresentar a denúncia oficialmente ao Ministério Público Estadual (MPE), mas, no fim da tarde recuou da decisão e afirmou que, por ora, vai "deixar pra lá o assunto". Ele alegou que mudou de ideia porque o governador Silval Barbosa agendou uma reunião com a categoria para a próxima segunda-feira (30) para discutir a possibilidade da construção de um Hospital Regional com 1 mil leitos na Capital. "Vou focar na questão do hospital".

Outro lado - Em entrevista coletiva concedida à imprensa, o secretário de Estado de Saúde, Pedro Henry, afirmou que a contratação do Hospital Santa Rosa foi feita em caráter de emergência para atender a uma determinação do Ministério Público Estadual. Segundo ele, o MPE determinou que o Estado contratasse um hospital para realizar as cirurgias que deixaram de ser feitas no município em virtude do pedido de demissão em massa dos ortopedistas. O secretário afirma que convocou todos os hospitais particulares da Capital para discutir propostas, mas apenas o Santa Rosa teria aceitado as condições da secretaria. Além do Santa Rosa, o Jardim Cuiabá também já sinalizou que aceita as condições, e, segundo Henry, o processo para contratação da unidade deverá ser efetivado ainda esta semana. O hospital deverá realizar uma média de 20 cirurgias/mês.

O secretário disse ainda que os valores pagos serão baseados na tabela de preços cobrados pela Unimed, que, segundo ele, seguem a tabela da Associação Médica Brasileira (CBHPM) e não são 10 vezes superiores à tabela SUS, como afirmou o Sinpen.

Pedro Henry admitiu que a contratação dos 2 hospitais não serão suficientes para atender à demanda e disse que irá buscar parceria com outros que tiverem interesse em realizar os serviços e aceitarem a proposta da SES
Cidades


Secretário levanta fatos políticos
O secretário de Estado de Saúde, Pedro Henry, acusou o presidente do Sinpen, Dejamir Soares, de ter feito as denúncias com base em interesses políticos e de estar aproveitando a situação para se promover. "Sei que ele tem pretensão de disputar a prefeitura de um município de Mato Grosso e lamento que tenha escolhido subsídios como esse para aparecer".
O secretário disse que o sindicalista nunca procurou a secretaria para apresentar qualquer reivindicação ou proposta.
Henry também acusou os médicos ortopedistas de Rondonópolis de estarem promovendo um boicote contra a secretaria. Ele afirmou que alguns dos profissionais que pediram demissão têm vencimentos na ordem de R$ 20 mil mensais e não teriam motivos para exigir aumento de salário. "A iniciativa foi uma retaliação por eu não ter aceitado conceder a eles um aumento maior do que o que foi dado aos servidores do Estado". O secretário classificou a atitude dos profissionais como "uma forma de pressão mesquinha", já que, na prática, eles não estariam demonstrando comprometimento com a população.
MPE - O promotor do Ministério Público Estadual de Rondonópolis, Ari Madeira, estranhou a atitude do presidente do Sinpen de ter recuado da ideia de apresentar denúncia contra a Secretaria de Estado de Saúde. "Se eles recuaram, ou é porque descobriram que estão errados, ou estão prevaricando".
Ari Madeira foi o responsável pelo pedido de contratação de hospitais particulares para atender os pacientes de Rondonópolis. Na ação judicial, o Ministério Público pede que as cirurgias sejam feitas com base nos valores previstos na tabela da Associação Médica Brasileira (CBHPM). Após tomar conhecimento das denúncias apresentadas pelo Sinpen, o promotor disse esperar que o sindicato avalie em detalhes as informações e valores previstos no contrato firmado com o Hospital Santa Rosa para constatar se há ou não irregularidades. Havendo comprovação, o promotor adianta que o MPE irá investigar.


Publicado no site Olhar Direto

Henry diz que sindicalista busca promoção para ser candidato

O secretário de Estado de Saúde, Pedro Henry (PP), assumiu ter uma ligação com o Hospital Santa Rosa, por meio de uma sobrinha que possui uma clínica no prédio, mas negou ser sócio da unidade e acusou o presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem (Sinpen), Dejamir Soares, de querer se aparecer às suas custas.

O secretário também prometeu mover uma ação judicial contra Soares. “Vou fazer uma representação contra ele e ele terá que provar o que está falando de mim”, afirmou Henry em coletiva à imprensa na tarde desta quinta-feira (26).

Para Henry, Dejamir está fazendo as acusações para se promover porque pretende ser candidato a prefeito de uma cidade do interior em 2012, mas não citou o nome do município. “Ele tem interesse de ser candidato a prefeito em algum município. É lamentável que um líder sindical precise disso para ganhar notoriedade”, disparou.

Na manhã de hoje, o sindicalista informou que encaminharia uma denúncia contra o secretário para o Ministério Público Estadual (MPE) devido ao convênio feito entre a pasta e o Hospital Santa Rosa. De acordo com o presidente do sindicato, o Fundo Estadual de Saúde pagará R$ 2.363,344,75 para realizar 200 cirurgias de pacientes oriundos do Hospital Regional de Rondonópolis.

O contrato foi firmado com dispensa de licitação e saiu no Diário Oficial do Estado, que circulou no dia 13 de maio. O custo de cada cirurgia sairá por 11,8 mil, dez vezes mais do que o valor da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) para remuneração de cirurgias ortopédicas.

O secretário disse que teve de firmar convênio com o Santa Rosa em caráter emergencial, dispensando licitação, para atender a demanda criada pela demissão em massa dos ortopedistas de Rondonópolis e uma decisão judicial que determinou que a Secretaria de Saúde mantivesse o atendimento dos pacientes.

Segundo Henry, não há excesso nos valores, que serão pagos de acordo com a tabela da Unimed. No entanto, o secretário reconhece que o hospital não atenderá a demanda e promete que na próxima semana, o hospital Jardim Cuiabá também realizará as cirurgias em convênio com o Estado ainda a ser firmado. (Lucas Bólico e Alinne Marques)

A saúde à beira da falência


Faz cerca de uma semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou relatório anual com dados sobre a saúde no mundo, entre eles os investimentos no setor por país. Lamentavelmente, a despeito de possuir, em teoria, um modelo vanguardista, o Sistema Único de Saúde (SUS), o Brasil fez papel vergonhoso. Entre as 192 nações avaliadas, ocupou a medíocre 151º posição.

Só para ter uma idéia da gravidade da situação, aqui, a parcela do orçamento reservada à saúde é de 6%. A média africana, região extremamente mais pobre e com incontáveis problemas sociais, é de 9,6%.

Fato é que, em termos de financiamento, o Brasil está muito distante de países em que o acesso à saúde é, na prática, universal, integral, um direito de todos os cidadãos. No Reino Unido, 86% são de recursos públicos. Na Suécia, investe-se 85%. Na Dinamarca, Alemanha e França as destinações são, respectivamente, de 83%,76% e 75%.

Óbvio que temos que nos indignar, além de nos preocupar e alarmar, ao ver que ficamos somente à frente de nações como Angola, Paquistão e outras de menor expressão no mapa geopolítico-econômico do planeta. Um país que nos dias de hoje vai firmando-se realmente como emergente, especialmente no que tange à solidez de suas finanças, não pode jamais ostentar índice tão insignificante num indicador de respeito e compromisso social, como a saúde.

Não vale aqui jogar pedra em uns ou em outros, pois historicamente já perdemos tempo demais com isso. Certo é que existem soluções para o problema; uma delas passa pela regulamentação da Emenda Constitucional 29, e a conseqüente definição legal de quanto municípios, estados e governo federal devem aplicar no setor. Com a regulação da EC 29, também serão estabelecidos quais podem ser considerados investimentos em saúde, impedindo assim desvios e o não-comprometimento orçamentário.

Parada há uma década no Congresso Nacional, a Emenda 29 parece não ter inimigos. Todos os partidos e políticos a defendem, assim como 100% dos agentes da saúde. No entanto, nunca é votada.

Temos então de descobrir quais são os opositores ocultos de sua regulação e denunciá-los publicamente para as devidas providências. São pessoas que contribuem para a discriminação social.

Cabe aqui uma chamada à responsabilidade aos mandatários dos três níveis. É hora de assumir uma postura cívica e mostrar a que vieram, liberando imediatamente suas bancadas para aprovar a Emenda 29. O Brasil não pode mais esperar, nossa saúde está na UTI e o prognóstico é sombrio.

Antônio Carlos Lopes é presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica e diretor da Escola Paulista de Medicina/Unifesp. Contato: chicodamaso@uol.com.br

TCE e despesas médicas de Ary

  Ary Leite de Campos, que saiu do TCE e emplacou o filho Campos Neto na cadeira vitalícia, conseguiu esta semana, junto ao próprio Tribunal, ressarcimento de despesas médicas de R$ 28,8 mil. Para deferir o pedido, o relator do processo Valter Albano se baseou na Lei 4.964/85 e na Lei Complementar 269/2007 e ainda no parecer da consultoria-geral do TCE, do qual é presidente. Ex-deputado, Ary Leite enfrenta problemas de saúde. Já se submeteu a duas cirurgias. Ele recebe mais de R$ 30 mil mensais de aposentadoria, incluindo os R$ 22 mil como ex-conselheiro e mais a pensão pelo extinto FAP da Assembleia.


COMENTÁRIO DO MSD:


Esse deve ser o mundo maravilhoso em que o Prefeito Galindo vive .... azar de quem mora em Mato Grosso, em Cuiabá ... viva a “Chicolândia” ..


Será que isso é moral, mesmo se for legal ? Será que os demais cidadãos poderiam consultar médicos de sua confiança, por sua livre – escolha, nos melhores hospitais e depois pedir ressarcimento ao SUS ?


Êta TCE generoso esse  ....

Galindo nega crise na saúde

Publicado no jornal A Gazeta

O prefeito Chico Galindo (PTB) afirma não existir crise na saúde pública de Cuiabá, apesar das várias críticas feitas nos últimos dias até mesmo por aliados da administração. A afirmação foi feita durante reunião com os vereadores na Câmara Municipal, onde ele apresentou um balanço das obras realizadas recentemente pelo Executivo e admitiu que deverá trocar secretários a partir dos próximos dias.

Ao falar da saúde, Galindo alegou que o setor não enfrenta crise porque teria apenas problemas comuns à grande parte das cidades brasileiras. Cuiabá, no entanto, foi notícia no país inteiro depois que vieram a público imagens do Pronto Socorro Municipal (PSMC) mostrando pacientes no chão, além de faltarem remédios e condições de higiene.

Para piorar a situação, as imagens do PSMC foram feitas depois de médicos e servidores terem sido denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE) por supostamente cobrar propina para atender através do Sistema Único de Saúde (SUS). A Secretaria de Saúde também já teve 7 secretários nos últimos dias e a escolha do paulista Antônio Pires gerou forte reação até mesmo de aliados, que alegam desconhecimento da realidade local por parte do gestor. Já Galindo o respalda com argumento de que ele já havia trabalhado em Cuiabá e conhece sim os problemas do setor, além de ter experiência e conhecimento da área.

Durante a conversa com os vereadores, Galindo garantiu que atualmente nenhum paciente é atendido no chão do PSMC e a pasta já melhorou nos últimos 30 dias. "Não há crise. Houve sim um certo exagero por parte de algumas pessoas. Reconheço que temos problemas, mas isso não é uma exclusividade de Cuiabá".

Em relação à troca de secretários, Galindo não adiantou nomes mesmo com os rumores de que Silvio Fidélis deve trocar o IPDU pela Secretaria de Governo em substituição da Lamartine Godoy. Garante que as mudanças podem se estender para outros setores, mas diz que só tratará disso após o retorno de Coimbra, em Portugal, onde participará a partir de 20 de junho de um encontro mundial sobre economia.

COMENTÁRIO DO MSD:


 Lastimável a posição do prefeito. Parece que a adjetivação recebida por ele recentemente como divulgado na mídia é realmente justa. Ele merece a reprovação  de cerca de 70% da população como demonstram algumas enquetes recentes em nossa cidade. Tentar negar a realidade da total falência da saúde pública em Cuiabá  demonstra várias possibilidades :

1.    Retardo  mental sendo incapaz de compreender a realidade em toda sua dimensão;

2.    Negar a realidade e criar  e viver em um mundo fantasioso, irreal, o que sugere doença delirante – alucinatória.

3.    Desvalorizar as pessoas que utilizam a rede pública de saúde e diariamente são submetidas a total incompetência de sua gestão.


quinta-feira, 26 de maio de 2011

Após anúncio, Pires "recua" sobre estadualização do Pronto-Socorro


Após o prefeito Chico Galindo (PTB) ter declarado que passaria o comando do Hospital e Pronto-Socorro de Cuiabá ao Estado e que o governador Silval Barbosa (PMDB), ao aceitar a missão, indicou que a unidade, assim como as demais do Estado, seriam operacionalizadas por Organizações Sociais de Saúde (OSS), o secretário municipal de Cuiabá, Antonio Pires, declarou que o município ainda não bateu o martelo sobre a situação do HPSMC.


“Não se sabe ainda se será estadualizado, federalizado ou comandado por OSS”, declarou Pires nesta segunda (23) em reunião com o Conselho Municipal de Saúde, que já tinha aprovado a estadualização, mas recuou da decisão ao saber que seria implantado, na unidade, o modelo de gestão proposto pelo secretário de Estado de Saúde, Pedro Henry (PP).


De acordo com o secretário, uma comissão formada por Estado e prefeitura é quem vai realmente definir o modelo de gestão do HPSMC. Ele adianta, contudo, que o município deverá manter a responsabilidade sobre todo o recurso humano da unidade. “Estamos discutindo porque temos necessidades de recursos adicionais”, explicou.


Pires ressalta que não é contra nem a favor a gestão por meio de OSSs. “Existem experiências positivas e negativas. Eu me preocupo com os mecanismos de fiscalização desse modelo de gestão”, ponderou. Conforme o secretário, a OS é propriedade da Nação e não são controladas pelos Estados.


Ele ainda pontua que a secretaria de Saúde de Cuiabá mantém cinco contratos com OS, como o Hospital Santa Helena, por exemplo, que atua em parceria para atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e que, nestes casos, os contratos são avaliados por meio de metas físicas. “Os recursos só são passados mediante o cumprimento das metas”, concluiu. (Sissy Cambuim)COMENTÁRIO DO MSD:




- O que não falta na Secretaria Municipal de Sáude é isso : “ não sei de nada “.

Nova investigação no Pronto Pronto Socorro


Matéria do jornal A Gazeta Digital

A nova direção do Pronto-Socorro de Cuiabá vai investigar a ocorrência de falhas assistenciais cometidas pelas equipes plantonistas que estariam contribuindo com a superlotação da unidade. Entre elas está o não cumprimento das escalas.


Nos últimos 7 dias, os 4 médicos que assumiram a direção fizeram um "pente fino" no box de emergência e nas alas de internação para levantar os principais problemas e constataram que além da precária estrutura, falhas no atendimento aos pacientes estariam contribuindo com o caos que assolou a unidade.


Durante o trabalho, vários pacientes foram identificados na ala de internação sem diagnóstico e à espera de exames. Muitos receberam alta ou foram transferidos para outros hospitais. Nesta quarta-feira, nenhuma pessoa estava sem leito e os corredores vazios.


O diretor geral Ronaldo Marcelo Taques, médico intensivista lotado há 15 anos no PS, declarou que será realizado um diagnóstico do número de profissionais que estão escalados nos plantões e se é suficiente para atender a demanda. "Temos que saber se faltam profissionais ou se os profissionais estão faltando e não cumprindo suas escalas".


Atualmente, o Pronto-Socorro de Cuiabá possui um quadro de 1,4 mil funcionários, entre médicos, enfermeiros, técnicos, assistentes e administrativo. Somente no corpo clínico, existem 340 profissionais.


Entre as falhas estruturais estão a falta de equipamentos, manutenção e a necessidade da abertura imediata de 3 centros cirúrgicos e 2 leitos de UTI adulto que estão fechados.


Rotatividade - O diretor técnico e médico Douglas Saldanha explicou que é preciso dar rotatividade aos pacientes que chegam à unidade. "Se eles ficam na ala amarela por mais de 48 horas e não conseguem vagas em UTIs ou nos hospitais conveniados para fazer as cirurgias necessárias, vão continuar ocupando os leitos e não teremos para onde levar os pacientes que chegam ao box de emergência".


Situação que, conforme ele, resultou na superlotação da ala nos últimos dias, quando o espaço equipado para 5 leitos era ocupado por 20, sem nenhuma condição de atendimento.


Para que esta rotatividade seja possível sem necessidade de mutirões, a nova direção quer organizar cada setor. Assim que o paciente der entrada e ser diagnosticado, já será direcionado a uma unidade conveniada ou policlínica. "Ninguém vai ficar sem atendimento. Vamos acolher o paciente, atendê-lo, diagnosticá-lo e resolver o problema, mas só vão ficar aqui os casos de urgência e emergência". (Tania Rauber)




COMENTÁRIOS DO MSD:

Se acabar a “divisão de horários” , as “saidinhas” os esquemas de “hoje eu falto, no próximo falta você”, os “ visitadores” se dedicarem mais aos pacientes, dá para funcionar o PS com metade do número de profissionais que tem hoje. Já a rotatividade de pacientes depende de ter para onde encaminhaá-los quando necessitarem de vaga fora, o que hoje é dificultado pelos hospitais contratados que só aceitam os casos mais simples (leia-se : com menor custo, sobrando mais dinheiro para eles). Isso só será solucionado com a construção e funcionamento de um grande hospital público de referência que o governo estadual deve à Cuiabá há 30 anos !!!!

Farmácia sem insulina e outros

Diário de Cuiabá publicou:

Está faltando insulina na farmácia pública de alto custo da Secretaria Estadual de Saúde (SES). Há cerca de 20 dias, nenhum paciente diabético que faz uso desse medicamento consegue manter o tratamento gratuito, conforme prevê o Sistema Único de Saúde (SUS).


Quem está cadastrado na farmácia deveria receber o produto sem custo a cada 20 ou 30 dias, dependendo da dose diária prescrita pelo médico. Como não vem conseguido gratuitamente, precisa comprar em farmácias.


Diabético e portador de insuficiência renal, Damásio Conceição esteve ontem à tarde na farmácia, mas voltou para casa sem insulina. Ele contou que tem remédio apenas para mais um dia, hoje, e que, na sexta-feira, se continuar faltando no serviço público, terá de comprar. O problema é que cada frasco dessa insulina custa pouco mais de R$ 100, dinheiro que fará fazer falta no orçamento da família, principalmente porque há pacientes que chegam a consumir uma unidade a cada três dias. Esse consumo corresponderia a um gasto mensal superior R$ 1 mil.


Damásio Conceição, pelo terceiro mês consecutivo, terá de comprar outro medicamento, o sevelamer, usado por doentes renais como regulador dos níveis de fósforo no organismo, que também está faltando na mesma farmácia.


O servidor público Eduardo Castro também não conseguiu a insulina. Este mês ele já esteve duas vezes na farmácia, ontem a segunda, retornando sem previsão de data de recebimento.


A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou, por meio da assessoria de imprensa, que houve atraso na entrega por parte da empresa contratada para fornecer insulina e outros três medicamentos que estão em falta. Conforme a SES, o fornecedor informou que teve problema na importação do produto, mas assegurou que os medicamentos estarão disponíveis amanhã.


Hã poucos dias, o secretário estadual de Saúde, Pedro Henry, anunciou a abertura de licitação para contratar instituições sem fins lucrativos para a implantação e operacionalização do gerenciamento da Central Estadual de Abastecimento de Insumos de Saúde na assistência farmacêutica. A instituição será responsável pela logística de distribuição de medicamentos no Estado. (AA)


COMENTÁRIO DO MSD:


A insulina é indispensável para muitos pacientes diabéticos e a sua distribuição gratuita é prevista em lei , sendo obrigação das secretarias de saúde. Os recursos financeiros para o custeio dessa distribuição são repassados mensalmente pelo Ministério da Saúde ; se a SES não está adquirindo a insulina, onde estará o dinheiro ?

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Morte encomendada na saúde

Hélcio Corrêa Gomes



O Estado, acuado pelo noticiário (deplorável), disse que vai assumir o Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC). E que vai geri-lo por Organização Social de Saúde (OSS). O Conselho de Saúde manifesta contra, mas o governo estadual insiste e tende a entregar o recurso do Sistema Único de Saúde (SUS) à gerência privada. Além de lhe atribuir o direito de dizer que a unidade hospitalar está lotada e que o paciente julgado excedente procure outra. Haverá nova tabela de pagamento hospitalar ignorando o valor mercadológico e unicidade legal do sistema de saúde. Tanto que o próprio Ministério da Saúde diz que não vai tolerar constituir dois canais (ilegais) de atendimento de pacientes e pagamentos públicos diferenciados. Há jogo claro e oculto, cujo preço alto e irregular mais uma vez pode ser arcado por pacientes indefesos e cofres federais.


De fato a gerência (privada) no PSMC não aporta somente por decisão do governo, mas por causa notória baixa de produtividade com gerência inócua (tecnicamente) com alto custo em vida ceifada. Tudo somado como velho problema da moral perdulária e impunidade. O que se investe na saúde coletiva pulveriza fácil. Na casa da saúde, em desordem planejada, alguns resolvem agravar a situação caótica e trazem a política de dificuldade para vender facilidade. Um grande contingente pago com horário integral labora no meio expediente, na melhor sorte.


Empresas fazem reformas hospitalares fictícias. Outras enchem a contabilidade pública de notas fiscais. É facada para todos os lados, mas em ínfima monta nos centros cirúrgicos.


A OSS para o paciente é mais uma desgraça (avizinhada) que vai substituir outra. Ambas têm mesmo conteúdo gerencial, apenas roupagens distintas. A novidade é que no derredor se resolve agravar a falha e justificar que falta, o que nunca esteve disposto. E a gerência mercantil pretende substituir a pública com boca de mama fácil no dispensar de paciente. Enfim, parece re-canalizar de recurso estatal na mesma proporção de cinco reais por um gasto com o público alvo do SUS. Algo cínico e bárbaro, mas fato tal como sistema de drenagens linfáticas. Não se discute aqui punir infratores. Arrumar a gerência perdulária. Inverter a lógica para um por cinco reais. Disciplinar a apropriação (lícita e ilícita) com moderação como se faz no plano privado de saúde.


Assisti (em tempos idos) e confesso que até ingenuamente ajudei a fazer bronca homérica contra o ex-secretário municipal de Saúde, Luiz Soares, porque agia trancando a porta do fundo do PSMC. Vistoriando almoxarifado. Fazendo médico levantar à noite para atender paciente.


Abrindo bolsas na unidade hospitalar. E cortando horas extras imotivadas. Tornou-se até pessoa sindical não grata, mas hoje reabilitada nos fatos. É ele quem noticia civicamente que sumiram com quatro parcelas do SUS (algo como mais de 30 milhões de reais) entre o final de uma administração municipal e a atual. E equipara o prefeito de Cuiabá ao tolo que acha saber o que não sabe e diz saber com exposição ao ridículo. Tal recurso federal desaparecido (na base de esqueceram de mim) retiraria do chão do PSMC os pacientes.


Nada me parece indicar mais crédito razoável, mas resta acreditar na gente mesmo e dor dos pacientes desassistidos. Afinal, a gerência praticada no derredor da saúde traz embutida a certeza de que vale agir com um nada moral. Não se trata aqui de descabelar inútil, mas de exigir solução digna e lícita em nome dos pacientes mais vulneráveis.


Afinal, não faltam recursos federais, mas sim a coragem de interromper com malandragens e covardias contra gentes humildes. Não se precisa de gerência nova no estabelecimento comercial, mas de administração proba, minimamente chata ou preocupada com aquele moral militar de objetivo fixado na legislação. Caso contrário por uma ou outra gerência a morte do paciente está encomendada na preservação dos embolsos desumanos e nem sempre legais.

Hélcio Corrêa Gomes é advogado e diretor tesoureiro da Associação dos Advogados Trabalhista de Mato Grosso (Aatramat) e consultor da Comissão Nacional de Direitos Sociais da OAB Federal. E-mail: helciocg@brturbo.com.br

Vergonha: O descaso com pacientes no hospital Adauto Botelho

Vinte anos após ser interditado pelas condições sub humanas a que eram submetidos os pacientes com doenças psiquiátricas do Hospital Estadual Adauto Botelho, em Cuiabá, vive novamente uma situação de calamidade, digna de uma ação enérgica da Vigilância Sanitária e do Ministério Público. Faltam leitos, colchões, medicamentos, ventiladores e até lâmpadas. Pacientes dormem como animais, no chão puro ou apenas sob um cobertor. Outros dormem em cima dos ferros de camas enferrujadas e quebradas.

“Eu choro, sinto vontade de ir embora e não voltar nunca mais aqui”, diz uma profissional de saúde lotada no hospital, relatando que o prédio antigo apresenta ainda problemas como infiltrações, falta de chuveiro e inclusive de vasos sanitários. Há alas em que o paciente faz as necessidades apenas no buraco que ficou no chão por falta de reposição do vaso. Tomadas quebradas e gambiarras são um risco iminente de um paciente com transtorno mental morrer eletrocutado. Apesar do esforço dos funcionários em manter as alas limpas, o péssimo estado do ambiente favorece um terrível cheiro por todos os lados.
Outro servidor reclama da falta de medicamentos básicos, como Amplictil de 100 mg, Prometazina injetável, Milheril e até mesmo anti-hipertensivos como Captropil e Propanolol. “A Secretaria Estadual de Saúde tem conhecimento desta situação porque já foram feitas várias reclamações sem nenhum retorno”, conta.
Sem leitos e colchões, muitos ficam pelo chão ou dormem em camas quebradas, sem nenhuma proteção. Na ala feminina a cena deprimente se repente. Muitas mulheres dormindo no chão por falta de leitos, embora tenha espaço físico.

“Me sinto angustiado, muito triste mesmo de ter que ver diariamente esta situação e saber que o Governo do Estado tem recursos para investir em Organizações Sociais, mas finge não conhecer o estado deplorável deste hospital público”, desabafa um dos profissionais, para quem o SUS seria o melhor plano de saúde para a população se fosse gerido com responsabilidade e compromisso com a vida.

Outra questão denunciada pelos servidores é a falta de critérios e estrutura para a internação de pacientes encaminhados pela Justiça. São infratores de toda a sorte internados junto com os demais pacientes, quando o correto seria ter uma ala de segurança.

Vale ressaltar que o Adauto Botelho é o único hospital do Estado para pacientes com doenças psiquiátricas e nem seria necessário outro porque a demanda é menor é há cerca de dez anos teve início o processo de desospitalização na Saúde Mental. E por isso mesmo, pelo fato de ser o único e ter uma demanda menor, deveria ser excelência em estrutura e serviços.

O que se vê é o Governo do Estado incapaz de gerir até mesmo um pequeno hospital do porte do Adauto Botelho, já que se diz incompetente para administrar a saúde no estado ao entregar grandes unidades públicas de saúde à iniciativa privada. Qual é a mágica que o Governo apresenta para este caso?

COMENTÁRIO DO MSD:

Este é o retrato vivo da atenção que a SES – MT dá a saúde mental dos nossos cidadãos, amontoados nessa grande imundície que é o Adauto Botelho. Essa é uma demonstração de ser uma a secretaria “competente” que vive a criticar os municípios, acusando-os de má gestão . Que moral tem a SES para criticar alguma coisa e se propor a comandar um processo de mudanças radicais, se nem a sua lição de casa é capaz de fazer ? O Hospital Adauto Botelho tem que ser IMEDIATAMENTE interditado e os pacientes alojados em outras instalações, nem que seja num dos muitos hospitais que o (des)governo Blairo Maggi adquiriu e transformou em burocracia ou estacionamento de ambulâncias o SAMU. Até um hotel ou uma pensão vai abrigar com decência esses pacientes crônicos, submetidos a essa situação degradante. Cadê o ministério público ? cadê os direitos cidadania ? será que vamos ter que recorrer a uma sociedade de proteção animais, que estão sendo melhor cuidados do que nossos doentes mentais ?

2 mil servidores da Saúde deflagram greve em Mato Grosso

Jornal A Gazeta desta quarta-feira:


Cerca de 2 mil servidores da Saúde entram em greve amanhã, paralisando totalmente as atividades nos postos de saúde, Programa Saúde da Família (PSF) e no atendimento de especialidades. Apenas as unidades de urgência e emergência vão ficar abertas, mas com apenas 30% dos médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. As entidades de classe afirmam que a única possibilidade de recuou é a apresentação de uma proposta de ampliação de leitos e construção de um hospital estadual, com 1 mil vagas, na Capital.


Além dos servidores municipais de Cuiabá, o setor de saúde convive com a paralisação dos médicos contratados para cirurgias eletivas na Capital e dos que atuam nos 5 hospitais regionais no interior.


O presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed), Edinaldo Lemos, disse que desde a aprovação do indicativo de greve, na semana passada, os governos Estadual e Municipal não procuraram as entidades envolvidas para negociar. O fato, segundo ele, mostra que não há interesse em solucionar os problemas da Saúde, principalmente do Pronto-Socorro de Cuiabá, que está superlotado.


Para Lemos, os gestores estão tentando desviar o foco do problema, levantando a polêmica da gestão da Organizações Sociais de Saúde (OSSs). Ele acredita que mesmo havendo a mudança no sistema administrativo, as pessoas vão continuar morrendo nos corredores porque o problema do Estado é a falta de leitos.


O Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Mato Grosso (Sipen/MT) também está no movimento de greve. A entidade representa os enfermeiros e técnicos de enfermagem que, segundo o presidente, Dejamir Souza Soares, a categoria reclama da sobrecarga de trabalho e ainda falta de medicamentos básicos.


MPF - O presidente do Sipen vai apresentar uma denúncia ao Ministério Público Federal (MPF), solicitando uma auditoria na aplicação dos recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) em Cuiabá. O documento vai reforçar o pedido do ex-secretário de saúde, Luiz Soares, que na edição de ontem informou que os hospitais conveniados ao SUS e também prestadores de serviço estão há mais de 3 meses sem receber os repasses com regularidade. O débito acontece, conforme Soares, mesmo com o recurso sendo pago em dia pela União.


Caos - Nos últimos meses, a Saúde Pública colecionou números negativos. Entre eles estão 12 mil pessoas que esperam por cirurgia. A espera chega há 6 meses no PS de Cuiabá. Os médicos, contratados para fazer o procedimento na Capital, estão em greve há 4 semanas e já deixaram de atender 1,5 mil pessoas.


Outro lado - A Secretaria Municipal de Saúde informou, por meio da assessoria de imprensa, que não vai se pronunciar sobre o indicativo de greve. O secretário de Estado de Saúde, Pedro Henry, foi procurado pela reportagem para falar sobre a greve, mas não foi localizado. (Caroline Rodrigues)


COMENTÁRIO DO MSD:


O Movimento Saúde e Democracia apóia a greve. Há má gestão do dinheiro público, falta de transparência, desabastecimento das unidades e, consequentemente, falta de condições de trabalho. Hospital Público Estadual é a SOLUÇÃO!

Soares acusa Galindo de montar esquema com Pedro Henry para destruir SUS em MT

Publicado no Blog da Sandra Carvalho

O ex-secretário de saúde de Cuiabá, Luiz Soares, reagiu às declarações do prefeito de Cuiabá Chico Galindo de que nada fez pela saúde da Capital enquanto gestor do SUS. Soares apresentou hoje (23/05) um relatório mostrando que ampliou em 100% a rede de serviços do SUS e desafiou Galindo a apresentar relatórios da aplicação dos recursos do setor. Além disso, acusou o prefeito de montar um esquema com o secretário estadual de Saúde, Pedro Henry para sucatear o SUS e entrega-lo à iniciativa privada. “Estão destruindo o SUS em Mato Grosso”, alertou.

Para Soares, ao invés de ataca-lo o prefeito Chico Galindo deveria apresentar uma ampla prestação de contas do que ele está fazendo com os recursos. “O dinheiro chega mensalmente, mas prestadores de serviço e fornecedores estão sem receber. Nós, cidadãos, queremos saber para onde está indo esse dinheiro”, observou, defendendo transparência da gestão. “Fomos o único secretário de toda a história da Prefeitura que divulgou mensalmente relatório de aplicação dos recursos”, lembrou.

O ex-secretário, diante do caos em que se encontra a saúde em Cuiabá, sugeriu que os Ministérios Públicos Estadual e Federal façam uma ampla auditoria na aplicação dos recursos do SUS na Capital, inclusive da sua gestão. “Estou fazendo isso como cidadão cuiabano, defensor e ex-gestor do SUS”, declarou, rebatendo a fala de Galindo à imprensa de que “nada fez enquanto secretário de saúde e agora estaria cantando de galo”.

“Desde a fundação de Cuiabá apenas na minha gestão foram construídas novas unidades de saúde no município”, frisou, destacando a construção de 01 policlínica (Pedra 90), de aumentar em 100% o número de unidades da rede básica (PSFs e Postos de Saúde) e implantar serviços como Saúde Mental e Escola com Saúde. “Construímos clinicas odontológicas garantindo a implantação do Programa de Saúde Bucal e implantamos a Saúde Rural, ambos hoje sucateados”, lamentou Soares.

Quando Chico Galindo declara que o “ex-gestor nem pagou salários em dia”, Soares ironizou: “Ele foi secretário de planejamento e hoje é prefeito. Deveria saber que a Secretaria de Saúde não paga salários, mas sim a Prefeitura, por meio da pasta da qual ele foi titular”. Galindo ainda disse que ele deixou a pasta no meio de uma greve. “Quando sai, a greve já havia terminado. E saí porque o próprio Chico Galindo orientou o então prefeito Wilson Santos a conceder reajuste apenas para os médicos em detrimento de todas as outras categorias da saúde. Não concordei e pedi demissão da pasta”.

Por fim, Luiz Soares lamentou que o SUS esteja sendo sucateado para ser entregue às Organizações Sociais e defendeu a construção de um grande hospital público estadual em Cuiabá como única solução para o caos em que se encontra a saúde em Mato Grosso.

“Quando fui secretário, o Pronto Socorro vivia lotado. Porém, não havia pacientes no chão, condicionadores de ar pifados, leitos de UTI desativados. E ainda construímos novas unidades de saúde sem usar um real da Prefeitura, apenas com recursos do SUS. Hoje o dinheiro chega, não se constrói nenhuma unidade, faltam medicamentos e até água na rede e prestadores de serviço e fornecedores estão sem receber e prefeitura e Governo do Estado se juntam para entregar o SUS para a iniciativa privada”, concluiu Soares.

COMENTÁRIO DO MSD:

O que será que aconteceu com o dinheiro dos 3 meses dos pagamentos para os fornecedores atrasados ?  Podemos abrir um concurso de palpites. O do MSD é : “ o gato comeu “ .

terça-feira, 24 de maio de 2011

A janela e o incêndio

Artigo publicado na edição de hoje do jornal A Gazeta

Nei Moreira



Um pavoroso incêndio grassava num escritório, labaredas gigantescas consumiam tudo e 17 funcionários presos no seu interior aguardavam a morte apavorados, pois não viam possibilidades de escapar até que uma voz se fez ouvir: "Todos saiam pela janela da direita". Imediatamente correram para lá em meio à fumaça e saltaram, imaginando que se livrariam da morte graças a esse misterioso benfeitor que lhes mostrava o caminho da salvação. Morreram todos os 17, pois o escritório ficava no 23º andar de um prédio.

Assim é que na atual situação da nossa saúde pública precisamos ficar atentos para não sairmos da tragédia do atual incêndio iludidos por uma falsa esperança de salvação e acabarmos mergulhando em um precipício.

O que atualmente vemos em nosso Estado é a total inoperância da assistência na saúde pública, consequência de anos de desestruturação de um sistema que se não era nenhuma maravilha, jamais chegou a esse ponto de total degradação e desrespeito aos seus usuários e aos seus profissionais. Sucessivas gestões ruinosas, amadoristas, voltadas unicamente a atender os interesses dos políticos do governo, promovendo o aparelhamento do estado, com os cargos de natureza técnica sendo rateados entre "lideranças" totalmente desqualificadas, loteando as secretarias para contemplar os aliados. O resultado dessa prática politiqueira gerou esse quadro atual: nada funciona e o dinheiro some nos ralos da incompetência e corrupção. Porém, isso não decorre, como se tenta fazer parecer, da gestão ser pública. Qualquer modalidade de gestão pode ser competente ou incompetente, depende dos princípios a serem por ela observados.


Porém, no caso da saúde, após décadas de debates, a sociedade brasileira definiu em sua Constituição que ela é um bem público a ser garantido a todos os cidadãos pelo Estado Brasileiro. Isto porque se a saúde for encarada pela ótica do lucro, essência do setor privado, jamais conseguiremos fazer com que ela seja universal, integral e equânime. Quando as ações de saúde são governadas pela ótica da lucratividade ocorre exatamente o que agora vemos, os prestadores privados se interessam apenas por aquelas atividades que proporcionam lucros vantajosos. Atividades que não são altamente lucrativas ficam de lado. Assim, o que necessitamos é que a saúde pública tenha uma gestão competente e honesta e não os exemplos atuais de incompetência e patifaria.


Precisamos ficar alerta para que a trágica situação atual da assistência à saúde em nosso Estado não seja a justificativa criada para a sua privatização entregando-a totalmente para essas suspeitíssimas "organizações sociais" . A tragédia atual deve ser inspiradora da busca incessante do aperfeiçoamento da gestão pública pois é esta que faz com que todos tenham os mesmos direitos, independente de seu saldo bancário.

Para finalizar, nunca se conseguiu identificar claramente a voz de quem gritou para os sitiados pelo fogo para saírem pela janela. Uns dizem que era de um sujeito corcunda, com cascos e chifres que foi visto nas redondezas. Outros juram que foi o dono da funerária, antevendo os lucros que teria com o salto pela janela.

Nei Moreira da Silva é médico neurologista e professor da Faculdade de Ciências Médica da UFMT. Foi secretário estadual de Saúde de Mato Grosso e duas vezes secretário adjunto de Saúde de Cuiabá e também presidente da Associação Médica de Mato Grosso e do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso e diretor do Conselho Federal de Medicina

Fila do SUS triplicou em 2 anos

Matéria de A Gazeta de hoje:

A fila de espera para cirurgias eletivas triplicou nos últimos 2 anos, em Mato Grosso. Atualmente, cerca de 12 mil pessoas aguardam pelo procedimento, sendo que em 2009 eram 4 mil. A demora, segundo o ex-secretário de Saúde de Cuiabá, que atuou em 2 gestões, Luiz Soares, é reflexo da má gestão estadual, que colabora para o sucateamento do Sistema Único de Saúde (SUS). A atitude, na avaliação de Soares, tem o objetivo de facilitar a implantação das Organizações Sociais de Saúde (OSSs) na gestão das unidades públicas.


Sem atendimento no interior de Mato de Grosso, os pacientes migram para Cuiabá e acabam recebidos no Hospital e Pronto-Socorro de Cuiabá, que está superlotado.A condição do prédio é agravada pela falta de manutenção, que é presente em todas as unidades públicas.



Soares assegura que os prestadores de serviço estão com o pagamento atrasado. Devido à falta de crédito, a administração não consegue sequer contratar alguém para capinar o pátio dos postos e policlínicas.

Todo o cenário caótico, na avaliação de Soares, faz parte de uma estratégia para implantação de OSSs no PS e policlínicas. Para o ex-secretário, o prefeito Francisco Galindo e o secretário de Estado de Saúde, Pedro Henry, estão "mancomunados". "Eles querem mostrar a OSS como única alternativa viável e, na verdade, vão apenas aumentar os gastos com saúde sem resolver o problema".

A solução é a ampliação do número de leitos nos hospitais. Tanto os hospitais públicos, como a rede conveniada e particular, estão lotados. Soares relata que os cirurgiões não conseguem reservar vagas de pré e nem de pós operatório para a realização de cirurgias. A déficit de leitos, conforme dados do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed), é de 1,5 mil vagas em Mato Grosso.

Caso o PS passe a ser administrado por uma OSS, vai permanecer com o problema da superlotação, porque não existem condições físicas de atender a demanda. As pessoas vão continuar na fila à espera por cirurgia por muito tempo e o atendimento permanecerá represado na unidade.

Segundo Soares, o valor de custeio será ampliado, já que nas propostas feitas para as OSSs é pago até 3 vezes a tabela do SUS para os procedimentos. "Se o acréscimo, pago pelo Estado, chegasse aos cofres do município, o atendimento poderia ser melhorado". (Caroline Rodrigues)

COMENTÁRIO DO MSD:

A famosa fila da morte triplicou, mostrando o acentuado deterioro da assistência em nosso município nos últimos 2 anos. O número de pacientes sem atendimento aumentou muito, mas os recursos repassados para Cuiabá pelo MS e pela SES MT aumentaram, logo fica a pergunta que não quer calar : “ Para onde está indo o dinheiro ?”. O gato comeu ? Eta gatinho danado... vai engordar .

Galindo critica e Soares responde pedindo transparência no SUS

Reportagem de A Gazeta

As afirmações do prefeito Francisco Galindo sobre a má gestão da Secretaria Municipal de Saúde entre os anos de 2008 e 2009, foram rebatidas pelo ex-secretário da pasta, Luiz Soares. Ele nega ter entregue a pasta com salário dos funcionários atrasado.



Soares explica que a remuneração estava em dia e que a folha de pagamento não é atribuição da secretaria de Saúde e sim da de Planejamento, na qual o atual prefeito foi secretário até o começo do ano passado.


Ele diz ainda que não há transparência na aplicação do dinheiro do Sistema Único de Saúde (SUS) que, segundo Soares, é responsável pelo pagamento dos custos das unidades. A única atribuição da Prefeitura é pagar a folha de pagamento.


Os fornecedores de insumos e técnicos de manutenção falaram para o ex-secretário sobre o atraso nos repasses. Alguns estão há mais de 3 meses sem receber. Todos têm medo de fazer a denúncia publicamente e serem ainda mais prejudicados.


Devido a suspeita, o ex-secretário vai procurar o Ministério Público Federal e Estadual para que haja auditoria nas contas da SMS.


Outro lado - A reportagem entrou em contato com o assessoria de imprensa da Prefeitura e foi informada que o prefeito Francisco Galindo não iria falar sobre o assunto.


O secretário de Estado de Saúde, Pedro Henry, também foi procurado, mas não foi localizado para rebater as acusações. (Caroline Rodrigues)

Profissionais da saúde já falam em marcha a Brasília para denunciar caos

Publicado no site Rd News

     Após o indicativo de greve apontado na assembleia geral do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Mato Grosso (Sinpen), que ameaçam paralisar os serviços a partir da próxima quinta (26) por falta de condições de trabalho, eles já cogitam uma marcha para Brasília para tentar comover a presidente Dilma Rousseff (PT) sobre a situação caótica da saúde pública na Capital. A ideia surgiu após uma conversa com o deputado federal Valtenir Pereira (PSB), eleito interlocutor da categoria que, já na sexta (20), articulou uma reunião com o secretário-chefe da Casa Civil, José Lacerda.

      A proposta é unir forças para buscar recursos federais para serem investidos na Capital, principalmente, na construção de um Hospital Metropolitano com capacidade para mil leitos.

    Depois de ouvir a ideia da categoria, Lacerda se reuniu, no sábado (21), com o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed) e antes de bater o martelo sobre uma posição final para o impasse com os profissionais da saúde, garante que vai ampliar o diálogo a outras instituições. Ele lembrou, inclusive, a preocupação do Judiciário sobre a questão.

    A falta de estrutura já foi apontada como motivo da greve dos médicos cirurgiões do box de Emergência do Hospital e Pronto-Socorro (HPSMC), em setembro de 2009 e outras paralisações e manifestações que vêm acontecendo com certa frequência desde então.

    Mesmo tendo concluído a segunda reforma no HPSMC e já ter anunciado o início de uma terceira, o prefeito Chico Galindo (PTB) não vem conseguindo controlar os ânimos da categoria. Na última terça (17) ele anunciou oficialmente que passaria o controle da unidade ao Estado, que por sua vez, já anunciou que contratará uma Organização Social de Saúde (OSS) para operacionalizar os serviços.

    A medida causou ainda mais insatisfação aos profissionais de saúde, que desde o início se manifestaram contra o modelo de gestão proposto pelo secretário de Estado de Saúde, Pedro Henry (PP). Agora, eles recusam diálogo tanto com Galindo, quanto com o progressista e prometem pressionar o governador Silval Barbosa (PMDB).

    Enquanto isso, a bomba foi parar nas mãos de Lacerda, que tem a missão de ser o articulador do Governo, conta com o apoio de Valtenir, que se apoia na promessa de um diálogo direto com o governo federal para solucionar o impasse. (Sissy Cambuim)

COMENTÁRIO DO MSD:

- A lógica do SUS sempre foi a da municipalização, de tal sorte que a os problemas  existentes na saúde em um município, que é a base da cidadania  tivessem solução no nível local, para  maior agilidade. Estadualizar e federalizar  é centralizar, é regredir no tempo para a prática do antigo INAMPS, em que as coisas eram decididas em Brasília ou nas capitais , sob a ótica de interesses politiqueiros . O que os governos federal e  estadual tem que fazer é repassar recursos NECESSÁRIOS para os municípios administrarem a saúde dos seus cidadãos. O papel de gestor direto só cabe aos estados em unidades de referência . O problema é que aqui para onde se olha – estado e município - só se vê descompromisso, incompetência, politicagem e trambiques . 

Cartilha do Usuário do Sus