sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Cabide de emprego: Secretaria de Saúde demite 500 funcionários do "Idep"
Amanda Alves
Da Redação
Quinhentos funcionários da Secretaria de Estado de Saúde (SES) que trabalham de apoio administrativo serão demitidos pelo governo, como medida de contenção de gastos. Até o momento, pelo menos 49 pessoas já foram dispensadas de suas funções, que envolve recepção, assessoria e secretarias em várias cidades de Mato Grosso. Estes profissionais foram contratados por termo de parceria com o Instituto de Desenvolvimento de Programas (Idep).
O anúncio das demissões foi feito pelo secretário da pasta, Pedro Henry, em vistoria no Pronto-Socorro de Várzea Grande (PS). Ele afirmou ser prerrogativa o enxugamento na folha de pagamento da SES para dar andamento a investimentos nos serviços de saúde, como o projeto de abertura do Hospital Metropolitano de Várzea Grande, previsto para ser inaugurado no aniversário da cidade, em maio.
"Nós temos cerca de 1 mil servidores cedidos para os municípios e 500 contratados com valores bem acima do pago aos concursados. Isso tem que acabar", diz o secretário. Assim que assumiu, Henry estimou que o custo mensal da nova unidade sairia por cerca de R$ 2 milhões, mas já prevê que girará em torno de R$ 3 milhões.
A folha mensal com os 500 funcionários a serem demitidos não foi divulgado pela SES. Os profissionais estão espalhados em várias cidades, como Cáceres, Rondonópolis e Sorriso, onde há regionais do órgão. Esta lista de funcionários é cedida desde 2006 pelo Idep, que informou ainda não ter recebido um comunicado oficial sobre as demissões.
A Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) informou que este é um procedimento normal, quando se trata de termo de parcerias, que neste caso era válida por 60 meses. O contrato com o Idep vence no próximo dia 10 de abril e segundo o secretário, ele não será renovado.
COMENTÁRIO DO MSD:- O IDEP sempre foi a válvula de escape para a contratação dos parentes, protegidos e indicados pelos “poderosos” .
- Seria bom divulgar o perfil profissional e para onde estão cedidos.... transparência é bom e não dói
- Cuidado, existe um “soft” que permite incluir propostas depois de conhecidas as anteriores em fração de segundos, antes de encerrar o prazo
Assustador: Saúde de MT não conhece o déficit de leitos
Reportagem de A Gazeta revela que secretário estadual de Saúde, Pedro Henry, não sabe qual o déficit de leitos no Estado
Tania Rauber
Da Redação
A Secretaria do Estado de Saúde (SES) desconhece a quantidade de leitos necessários para atender os pacientes que estão internados nos corredores, macas sem colchões e até mesmo no chão das unidades hospitalares. Somente nos Prontos-Socorros de Cuiabá e Várzea Grande 120 pessoas estão em locais improvisados.
O secretário Pedro Henry anunciou, durante visita as obras do PS de Várzea Grande, que 317 novos leitos devem ser abertos este semestre para atender os pacientes, e que o Estado estuda a renovação de convênios com hospitais particulares para ampliar as vagas.
Em Cuiabá, existem parcerias com os hospitais Geral Universitário, Júlio Müller, Santa Helena, Hospital do Câncer, Adauto Botelho e Santa Casa, onde existem cerca de 1.100 leitos. A necessidade é de mais 300.
Parte desta deficiência será suprida com a abertura dos novos leitos, sendo 85 deles no Pronto-Socorro da Capital, outros 60 no Santa Helena, 72 no Metropolitano de Várzea Grande e 100 no Municipal de Sinop (500 km ao norte de Cuiabá). A expectativa é que eles comecem a receber pacientes até metade do ano.
O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Humberto Bosaipo não descartou a possibilidade do Tribunal extinguir a necessidade de licitação para compra dos equipamentos.
Recursos parados - Enquanto falta dinheiro, desde 2009, uma verba de R$ 1,1 milhão está parada nas contas da SES. Henry declarou que tenta liberar o recurso junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) para utilizá-lo na construção de novas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) no Pronto-Socorro em Várzea Grande.
COMENTÁRIO DO MSD:
- Para quem tem a responsabilidade de coordenar a assistência no Estado, esse desconhecimento é assustador.
- Cuidado TCE ... mas partindo de quem partiu a idéia , não se pode esperar nada melhor....
SES anuncia R$ 13 mi e corte de pessoal: MSD fala a verdade sobre isto
Informações estão na imprensa hoje. Veja abaixo, matéria na íntegra do Diário e comentário do MSD
JOANICE DE DEUS
Da Reportagem
Após assinar com a prefeitura de Várzea Grande o termo de concessão em regime de comodato do Hospital Metropolitano para o Estado, o secretário de Estado de Saúde (SES), Pedro Henry, anunciou que o Ministério da Saúde (MS) irá liberar R$ 13 milhões para equipar a unidade hospitalar e o Hospital de Sinop (503 quilômetros de Cuiabá). Porém, além de recursos, demissões de cerca de 500 servidores também estão previstas para equilibrar a gestão.
O recurso foi solicitado ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em audiência realizada na última terça-feira. O anúncio foi feito ontem durante uma visita ao Pronto-Socorro e ao Hospital Metropolitano, ambos na Cidade Industrial. Também esteve presente o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Humberto Bosaipo, relator das contas da Saúde.
Do total de recursos, R$ 3,7 milhões serão para o Metropolitano, que contará com 72 leitos e funcionará como referência no atendimento de ortopedia, traumatologia e cirurgias gerais. O restante da verba será para Sinop. A unidade da cidade está pronta e conta com 100 leitos. “Só falta equipar”, disse Henry. Com assinatura do termo, válido por 10 anos, podendo ser prorrogado por igual período, a SES assume a gestão e a estrutura do Metropolitano.
Ao dizer que para resolver o problema da Saúde na região metropolitana é preciso trabalhar em conjunto, Henry enfatizou que vem discutindo uma estratégia de choque para “arrumar” o setor de urgência e emergência na Capital e em Várzea Grande.
Assim, os investimentos não param. O secretário disse ainda que assinará convênio com a prefeitura de Cuiabá prevendo o repasse de R$ 1,5 milhão para a conclusão da reforma da ala Verde (subsolo) do Pronto-Socorro Municipal. “A ala verde vai oferecer 85 leitos, que servirão de retaguarda para o pronto-socorro e vai desafogar o setor de urgência e emergência. O dinheiro já está disponível”, disse. Conforme o secretário de Saúde da Capital, Maurélio Ribeiro, a obra está orçada em R$ 1,6 milhão e já está em fase de conclusão.
Outra medida adotada pela SES é o repasse de R$ 2 milhões para o Hospital Santa Helena. A verba deverá ser aplicada na conclusão do quarto andar da unidade hospitalar, onde serão ofertadas outras 60 camas. “Somando Metropolitano, Pronto-Socorro e Santa Helena serão mais 217 leitos disponíveis, o que equivale a um hospital de grande porte”, destacou Henry. A expectativa é que tudo esteja funcionando até o fim deste primeiro semestre.
O secretário informou também que montou um processo e vai enviar para o Tribunal de Contas para que autorize a liberação emergencial de R$ 1,1 milhão que estão parados na conta da SES desde 2009. “O dinheiro está depositado na conta da Saúde e não foi licitado por conta da burocracia”.
Por outro lado, o secretário lembrou que as unidades de retaguarda precisam estar à altura para evitar que pacientes do interior venham para Capital. “Há casos em que o paciente pode ser atendido no município de origem, mas precisam vir para a Capital, porque não tem atendimento na sua cidade”, disse.
COMENTÁRIO DO MSD
- Metropolitano : a SES construiu mas quando percebeu o tamanho dos recursos necessários para custeio, “congelou” a obra por muito tempo. Depois concluiu e repassou para VG, que pelas mesmas razões desistiu do mesmo e devolveu o abacaxi para a SES !!!! Agora, pela pressão da sociedade conclui-se a obra, mas comenta-se que vai ser entregue para uma OS ou OSCIP ( atenção, lembrem- se de recentes fatos envolvendo o 3º setor e a saúde em Mato Grosso , vide escândalo do Instituto Creatio) para servir de campo de estágio da UNIC e do futuro curso de medicina da UNIVAG !!! Ou seja , dinheiro público para fazer hospital para universidades privadas !!!!
- SINOP : é preciso que essa unidade hospitalar seja destinada a absorver a clientela que hoje vem para Cuiabá, diminuindo assim a pressão sobre a capital. Aí vem a dúvida : existirão profissionais dessas especialidades em SINOP ? Parece que sim, mas não trabalham para o SUS !!!!!
- PS CUIABÁ – é claro que a estrutura do PS é sabidamente inadequada, alguns equipamentos precisam ser renovados, mas também é fundamental resolver a questão da falta de médicos de algumas especialidades e a adequação do pessoal de plantão as reais necessidades, pagando bem mas exigindo cumprimento da jornada de trabalho e respeito ao paciente.
- SANTA HELENA – mais uma vez a SES vai investir dinheiro público num hospital privado, sem garantia de que os leitos estarão disponíveis para uso de acordo COM AS NECESSIDADDES DA REGULAÇÃO e não dependendo da aquiescência do Hospital e dos médicos (seleção de pacientes para evitar casos complicados ...)
Só agora Câmara pede socorro à saúde ao Governo
Confira reportagem do Diário de Cuiabá e comentário abaixo do MSD:
HUMBERTO FREDERICO
Especial para o Diário
O líder do prefeito na Câmara Municipal de Cuiabá, Everton Pop (PP), declarou que a prefeitura da Capital não tem condições de resolver sozinha os problemas na Saúde. Para resolver esta questão, Pop vai montar uma Comissão para ir até o secretário de Saúde do Estado, Pedro Henry, e pedir que o governo interfira nos problemas da cidade.
"Temos que montar uma Comissão e ir até ao secretário de Saúde e não descarto a possibilidade de visitar o governador Silval Barbosa (PMDB). Nesta Comissão devem estar os vereadores Lúdio Cabral (PT), Toninho de Souza (PDT) e mais alguém que o presidente da Casa indicar", disse o pepista.
Pop criticou o fato de o Pronto-socorro Municipal de Cuiabá receber centenas de pessoas do interior do Estado. "Nada contra estas pessoas que vêm para Cuiabá, mas o nosso pronto-socorro não é municipal, é estadual. Tem que haver mais participação do Estado", afirmou.
O pepista ainda acusou deputados estaduais de manterem casas de amparo na Capital, sobrecarregando assim o pronto-socorro. "Tem deputado que mantém casa de apoio aqui. Apesar de ele ter orçamento para fazer mais pela saúde da sua cidade, ele prefere trazer pessoas para cá, e esperar sobrar vaga para colocá-las no pronto-socorro, e depois vai pra tribuna da Assembleia Legislativa reclamar que a Saúde do Estado e de Cuiabá é um caos. Isso é uma vergonha", concluiu, preferindo não citar nomes.
COMENTÁRIO DO MSD
- Lamentável que somente agora alguns vereadores se apercebam dessa situação, que foi repetidamente denunciada na gestão Luiz Soares.
- As casas de apoio ainda encerram outro fator de desorganização do sistema : os seus proprietários (leia-se deputados) mantem um sistema de tráfico de influência na Central de Regulação com fortes indícios de que algo que não cheira muito bem se passa por lá.
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