Reportagem publicada no jornal A Gazeta do dia 11/06
O déficit mensal da Secretaria Municipal de Saúde é R$ 2,18 milhões, o que resulta em uma dívida anual de R$ 26,16 milhões. O principal motivo para o descontrole nas contas é a falta de planejamento, fiscalização na aplicação dos recursos e também desperdício.
O órgão tenta fazer um levantamento do que está em aberto, mas tem dificuldade devido a documentações extraviadas. O secretário adjunto da SMS, Euze Carvalho, admite que existem empresas que recebem sem ter saldo devedor e que ganham mesmo sem prestar o serviço.
Não existe um sistema informatizado dos estoques da Secretaria de Saúde. Os materiais
são comprados, mas não há acompanhamento da entrega, bem como do destino.
Produtos acabam vencendo antes de serem consumidos. A administração não tem controle
do prazo de validade para fazer remanejamento para outras unidades e a compra também
não atende a necessidade dos pacientes. Os médicos precisam usar materiais alternativos, que
normalmente acarretam mais custo. O cenário é preocupante no Pronto-Socorro de Cuiabá,
maior unidade do município.
O diretor, Ronaldo Taques, explica que o prédio não tem sequer o patrimônio relacionado. Sem a lista, não é possível saber o que é público e nem quais equipamentos e produtos são furtados. Organização – A falta de cadastro dos serviços no SUS contribui para que o gasto seja superior ao faturamento. Atualmente, entre recursos federais e estaduais, são investidos R$ 1,5 milhão por mês na unidade, sendo que a despesa é de R$ 4,5 milhões no mesmo período. O restante das despesas fica na conta do município.
O diretor da unidade explica que existem duas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) no
Pronto-Socorro e apenas 1 recebe como tal. Ele conta que isto traz prejuízos altos porque o
serviço é um dos mais caros. Outro problema é a sala amarela, que foi elaborada para
estabilizar o paciente, que seria em seguida removido. Devido à necessidade, o atendimento
mudou e hoje ela funciona como UTI. No local existem mais 18 leitos que precisam ser
cadastrados. Outro obstáculo são os erros no preenchimento da documentação pelos médicos, que resulta na redução dos repasses pelo Ministério da Saúde.
COMENTÁRIO DO MSD:
O dr. Euze Carvalho, em nome da SMS/Cbá, informa a existência de um déficit financeiro mensal de 2,5 milhões. Ótimo. Só que ao assumir o tal déficit deveria explica-lo e informar a origem do mesmo. Em 2009 (Dezembro) a gestão colegiada da SMS entregou-a com recursos em caixa, sem dívidas da gestão e após ter pago dívidas de gestões anteriores, ter melhorado o custeio (hoje falta tudo) e expandindo serviços na Atenção Básica (10 UBS Novas para ESFs) e Atenção Secundária (Policlínica do Pedra 90).
Tudo construído e equipado com recursos do SUS e nem um centavo de real da Prefeitura de Cuiabá. Os repasses federais (SUS) cresceram em mais de 1 milhão/mês em 2010. A gestão Chico Galindo piorou o custeio, não paga prestadores de serviços contratados (levam até os 35 anos e o posto não fornece mais desde a semana passada), está endividando a SMS e não cresceu nem um único serviço (sem investimentos). De onde vem o déficit financeiro¿ Onde está o rombo, Dr. Euze¿ Quem é o responsável pelo lamaçal que invadiu o SUS/Cbá¿ São perguntas que não querem (e não vão) se calar.