segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Entrevista do Dr. Nei Moreira, membro do MSD, no jornal A GAZETA

Leia entrevista completa do médico neurologista Nei Moreira no jornal A GAZETA sobre a situação da saúde pública em Mato Grosso acessando o site www.gazetadigital.com.br. A entrevista está na edição de ontem, (20), domingo.

SUS paga sete vezes mais por cirurgia em MT e precisa de "amigo deputado"

O site Olhar Direto publicou:

Sinézio Alcântara
de Cáceres


O preço pago pela Secretaria de Estado de Saúde, através do hospital do governo, à um procedimento cirúrgico, em Cáceres, é de até sete vezes mais que, nos hospitais da rede privada. E, quem não tem um amigo deputado para ajudar, leva de seis meses a um ano para conseguir o mesmo procedimento, através do Sistema Único de Saúde (SUS), pelas vias normais. A revelação foi feita, pelo secretário de Estado de Saúde, deputado federal licenciado, Pedro Henry (PP) em Cáceres. Os exemplos foram citados como argumentos para o novo modelo de gestão de Saúde que será implantado pelo governo.


COMENTÁRIO DO MSD:
Este custo demonstra a péssima gestão praticada pela SES, o que não é surpresa pois os dirigentes dos Hospitais Regionais são indicados por critério puramente “ de confiança” dos deputados e demais políticos da região. Com raras exceções, falta-lhes comprometimento com o SUS e qualificação técnica para exercer o cargo com competência. Estão lá mais para defender os interesses de um determinado grupo político do que para zelar pelo bom funcionamento do Hospital.


“Embora a tabela do SUS seja a mesma, o preço pago pelo Estado por uma colonoscopia, por exemplo, no Hospital Regional é de até sete vezes mais que, no hospital São Luiz. E, quem não tem um amigo deputado para ajudar, leva de seis meses a um ano na fila, para ser atendido pelas vias normais. O atual modelo de gestão da saúde já esgotado” disse lembrando que é muito grande o desperdício de recursos públicos pelo modelo atual. Conforme o secretário, além dos procedimentos cirúrgicos, para cada contrato de aquisição de medicamentos, limpeza, vigilância, alimentação e lavanderia o preço é de 80% mais caro.

COMENTÁRIO DO MSD:
Um dos princípios fundamentais do SUS é o da equidade, ou seja , todas as pessoas tem direito a ser atendidos igualmente, considerando-se as peculiaridades de cada caso. É lastimável que o atendimento seja priorizado para o que é pedido por “poderosos” , desconsiderando o trabalho da Central de Regulação. Ao invés de atender-se primeiro os que tem prioridade por aspectos técnicos, vale o pedido de políticos, o favorzinho, o clientelismo..... . É tudo qoe os políticos querem.


A mudança na gestão, conforme o secretário será realizada por meio da contratação de uma Organização Social (O.S) com objetivo de remodelar e dar mais eficiência e celeridade nas administrações, não apenas no Hospital Regional de Cáceres, mas de todo o Estado. “É uma parceria, através da contratação de uma O.S que irá dar mais eficiência nas gestões, proporcionando saúde de qualidade a população” salientou.


COMENTÁRIO DO MSD:
A posição política do governo Silval é de optar pela privatização da gestão, ou seja o Estado usou dinheiro público para a implantação dessas unidades mas como pratica uma gestão voltada para interesses de grupos políticos, agora vai transferi-las para entidades ditas “não - lucrativas” . Por que não aprimorar a gestão pública, dando autonomia para os dirigentes atuarem dentro das normas e não submissos a interesses de grupos ? Por que não capacitar servidores de carreira e controlar assiduidade e desempenho para garantir bons resultados ?


Se referindo aos servidores do hospital, o secretário garantiu que a nova forma de gestão não implica, necessariamente, em perseguições e tampouco demissões de profissionais. Porém afirmou que, os servidores efetivos estarão com o trabalho garantido. Já os contratados, explicou, deverão ser demitidos ou reaproveitados dependendo de acerto com a nova administração. “Os senhores fiquem tranquilos. A parceria visa melhorar e garantir a prestação de serviços na área de saúde, não perseguir e tampouco demitir servidores, principalmente, efetivos. Os contratados terão que ser demitidos. Podendo ser recontratados se houver entendimento com a direção da O.S”.


Além da implantação das O.S nos hospitais regionais do Estado, outras medidas estão sendo adotadas pelo secretário para conter o desperdício de recursos públicos. Henry informou que demitiu, nas últimas 72 horas, pelo menos, 50 cargos de assessorias dentro da secretaria. “Sei que são medidas que desagradam, mas não podemos gerir maus os recursos do Estado”. Cobrado pelos funcionários do Hospital Regional, ele, praticamente, descartou a possibilidade de implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários, prometido à categoria, pelo governador Silval Barbosa, no final de 2012. “Cautela e caldo de galinha não faz mal a ninguém. O atual cenário não é bom. Vou conversar com o governador para achar uma solução para o problema”.


COMENTÁRIO DO MSD:
Se não tinham serventia, parabéns ao Secretário.... resta saber porque e por quem foram nomeados ....

Dengue e a Copa 2014

Wagner Simplício

Com o período das chuvas vem a apreensão do perigo da Dengue. Na região metropolitana, Cuiabá e Várzea Grande, encontra-se um ambiente propicio e as condições para a ocorrência de uma nova epidemia de dengue. Só não ocorrera nova epidemia devido ao esgotamento de susceptíveis, mas poderemos ver esta epidemia ocorrer em varias cidades do interior de Mato Grosso. Em nossa capital o problema da coleta de lixo, as varias interrupções do recolhimento do lixo domestico, do comercio e de empresas leva o surgimento de novos bolsões de lixo como também, o aumento volume de lixo nos bolsões já existentes.

Ao mesmo tempo o abastecimento irregular ou interrompido do sistema de abastecimento de água publica contribui para o improviso de reservatórios baixos de água, como tambores, vasilhames, caixas d’água e outros que mal adaptados viram criadores do mosquito da dengue. Esta realidade propicia as condições da ocorrência de novos picos da doença. O quadro também é agravado pelo numero crescente de lotes baldios, abandonados somados a casas desocupadas e abandonadas que na lógica da especulação imobiliária e da chamada engorda de lotes, em sua maioria vira pequenos depósitos de lixo, e um grande criadouro de mosquito. Vitimando inocentes vizinhos destes terrenos ou imóveis.

Este quadro contribui para o surgimento de criadores de mosquitos, mas sabemos que 80% dos criadores estão dentro de nossas casas, no intimo de nossos lares, no convívio mais próximo de cada um de nos e no lugar que nossas crianças adoram em nossos quintais. Esta realidade é repetida em vários municípios, em varias capitais, nos mais diferentes estados brasileiros. Somos vitimas da falta dos nossos cuidados, na negligência de cada dia. Pois, varias pesquisas apontam que a nossa população tem conhecimento sobre a dengue e sua forma de transmissão. Varias cidades brasileiras já aprovaram leis duras em relação aos proprietários de imóveis que orientados, notificados perduram em ter em seu interior constantes criadores de mosquito da dengue. Estes imóveis sejam terrenos, comércios ou residências colocam em riscos os mais cuidadosos vizinhos, pois o raio de vôo do mosquito atinge ate 200 metros.

A grande preocupação da nossa capital são os já apresentados números de Infestação Larvar, obtidos pelo LIRA (método utilizado pelo Ministério da Saúde) são cerca de 4% no final de 2010 e 6% no início de 2011, com tendência de alta. É provável que em março este índice deve atingir cerca de 8%.Os tradicionais bairros que teimam em liderar estas marcas continuaram presentes como: Pedra 90, D. Aquino, S. Izabel, Cidade Verde, Cidade Alta e pasmem Boa Esperança entre outros. A circulação dos tipos virais I, II, III e a reintrodução do II, podendo ter novas reintroduções virais e a introdução do temido Tipo IV é apenas questão de tempo.


Torna-se necessário maior investimento por parte do Ministério da Saúde, Governo de Estado e maior estruturação das equipes de controle da dengue nos municípios e novos estudos e novas técnicas de controle vetorial para ser aplicado no dia-a-dia. Com estas medidas de uso continuo e trabalho eficaz da vigilância epidemiológica e capacitação continua da rede de atenção primária, secundária e terciária iremos enfrentar esta endemia de melhor forma. Tornam-se necessárias medidas de alto impacto, com maior financiamento e uma força tarefa que abordem mais profundamente as causas da dengue, há necessidade do envolvimento dos diversos setores das prefeituras; alem da saúde. Ademais, há também necessidade de uma ampla articulação comunitária para minimizarmos e prevenirmos as ocorrências da dengue. Vamos evitar novas epidemias e construir uma região metropolitana sem dengue. Para não chegarmos em 2014 com a circulação dos quatros sorotipos da dengue e em plena epidemia. Caso contrário, teremos um novo lema na Copa 2014: Dengue e Copa de 2014 Tudo a Ver!


Wagner Simplício é militante político e da saúde publica

Cartilha do Usuário do Sus