Jornal A Gazeta -1B de 08/11/2011
Por: Raquel Ferreira.
A morte de 12 macacos dentro da área urbana de Cuiabá colocou em alerta a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) diante da possibilidade da ocorrência de febre amarela. Segundo o Ministério de Saúde, o óbito desses animais pode sinalizar a existência da doença, exigindo a realização do protocolo de bloqueio. No Brasil, não existem registros da enfermidade em área urbana desde 1942.
Os animais mortos foram encontrados em área de mata no bairro Jardim Aquário, na região Sul da cidade. A primeira localização ocorreu no dia 21, feita por um morador da região. Até o dia 28, durante buscas, foram achados mais 11 macacos sem vida. Eles foram encaminhados para um laboratório de referência no Pará, onde serão feitas análises e diagnósticos sobre as causas da morte.
A coordenadora do Centro de Informação Estratégica da SMS, Moema Blatt, explica que existe uma preocupação com a reurbanização da doença. Porém, o resultado do exame não interfere nas medidas a serem adoradas pela Secretaria. O protocolo determinado pelo Ministério da Saúde foi cumprido na semana passada, quando todos os domicílios do Jardim Aquário foram visitados. No bairro, foram conferidas a situação de vacina contra febre amarela de 650 pessoas. Destas, 129 não puderam comprovar a imunização e receberam dose do medicamento.
Moema alerta que existem duas grandes preocupações no momento. A primeira é relacionada à incidência de criadouros do mosquito Aedes aegypt, omesmo que transmite a dengue. Ele também é vetor da febre amarela em área urbana. A outra preocupação da SMS é que a população tenha consciência sobre os riscos da doença e a importância em avisar o Centro de Zoonoses, caso encontre novos animais mortos.
O superintendente de Vigilância em saúde no Estado, Oberdan Lira, destaca que o monitoramento de óbitos de macacos deve ser uma preocupação da população que reside nas cidades cortadas pelo Rio Cuiabá, por se tratar de um corredor de passagem desses animais, considerados sentinelas na identificação da doença. Orienta que a comunicação é importante para o monitoramento e identificação de casos. Destaca ainda que a doença é comum em área de mata, conhecida como febre amarela silvestre, porém se diferencia apenas pelo transmissor. Enquanto no meio de mata a enfermidade é transmitida pelos mosquitos Hamagogus e Saberthes, na área urbana o Aedes aegypt é o disseminador. " A transmissão ocorre só se a pessoa não for vacinada".
Em 2008, o Estado registrou a morte de 31 macacos e colocou em alerta a Secretaria de Estado de Saúde (SES). Conforme Oberdan, exames laboratoriais mostraram que somente o óbito de um animal tinha sido provocado por febre amarela. Neste mesmo ano, 2 pessoas contrairam a doença, uma em Novo São Joaquim e outra em Guarantã do Norte. No ano seguinte, 2 moradores de Feliz Natal ficaram doentes. Nenhum caso é registrado em humanos desde 2010.
Oberdan lembra que trata-se de uma enfermidade imunizável e Mato Grosso conta com uma boa cobertura. A população não precisa tomar nova dose, lembrando que o excesso de medicamento pode causar danos à saúde.
O diretor de Vigilância em Saúde da SMS, Benedito Oscar Campos, destaca que a maior preocupação da população deve ser em combater o mosquito transmissor, tanto da dengue quanto da febre amarela.
COMENTÁRIO MSD
"ESTE É O SUS QUE MUITOS VÊEM. E QUE É ÓTIMO"