domingo, 15 de janeiro de 2012

Galindo tem aval para privatizar serviços públicos

Legislativo aprovou projeto que autoriza o prefeito a transferir gestão pública para organizações sociais


DIÁRIO DE CUIABÁ / LAURA NABUCO


O vereador Clovito Hugueney, do mesmo
 partido do prefeito Chico Galindo, se retirou
do plenário nomomento da votação
A Câmara de Cuiabá aprovou, em regime de urgência, o projeto encaminhado pelo Executivo que autoriza a prefeitura a terceirizar os serviços das áreas de Educação, Saúde, Assistência Social e Cultura. Com a proposta, a contratação das chamadas organizações sociais (OSs) deve se estender para outros setores.

Para o vereador Lúdio Cabral (PT), a matéria cria alternativas para a prefeitura transferir a gestão do pronto-socorro de Cuiabá para as organizações sociais de saúde (OSSs), mesmo o Conselho Municipal de Saúde se manifestando contrário à transferência da unidade para gestão do governo do Estado, o que, conforme o petista, poderia servir de argumento numa eventual ação judicial para barrar o processo. “Agora, a própria a prefeitura pode contratar a OSS”, explica.

O petista reclama principalmente da forma como a proposta foi apreciada. O projeto chegou ao plenário nas mãos do líder do prefeito no Legislativo, vereador Everton Pop (PSD). Após uma breve reunião com os demais parlamentares, a proposta foi votada. “Só consegui dar uma folheada no documento antes de votar”, disse Lúdio.

Apenas o petista, Domingos Sávio (PMDB) e Toninho de Souza (PSD) foram contrários. Clóvis Hugueney, o Clovito (PTB), preferiu deixar o plenário no momento da votação. “Para mim ainda não está claro quais serão os benefícios e os prejuízos”, argumentou. Os tucanos Lueci Ramos e Paulo Borges não estavam presentes.

Durante o rápido debate da proposta o presidente da Câmara, Júlio Pinheiro (PTB), defendeu a iniciativa do Executivo argumentando que o Estado adquiriu e fechou as portas de vários hospitais da Capital, deixando a prefeitura sem alternativas para melhorar a Saúde pública. “Estamos dando opções para o prefeito escolher o que ele acha que é melhor para a saúde de Cuiabá”, disse o presidente do Legislativo, do mesmo partido do prefeito Chico Galindo.

Contrário à aprovação, Toninho de Souza afirmou ter acompanhado uma série de reclamações do hospital Metropolitano, primeira unidade do Estado a operar com o regime de OSSs. “O custo é mais alto e o benefício, não”, afirmou.

Deucimar Silva (PP), por sua vez, disse achar válida a atitude da prefeitura. “Tem que privatizar mesmo. A cada dia a gestão pública está mais afundada. Tem que passar para quem sabe o que está fazendo, que são os empresários do setor”, defendeu.

REAÇÃO

No início da tarde de ontem o Conselho Municipal de Saúde se reuniu para debater a aprovação do projeto na Câmara. Conforme o presidente, Julio Cezar de Souza Garcia, os profissionais decidiram protocolar uma representação no Ministério Público Estadual (MPE). O principal ponto questionado pelos médicos é a votação em regime de urgência. “Não houve debate nenhum com a sociedade”, reclama.

Conforme Garcia, a denúncia foi encaminhada ao Fórum de Defesa da Sociedade do MPE, coordenado pelo promotor de justiça Domingos Sávio de Barros Arruda. “Tudo o que a prefeitura encaminha, a Câmara vota a toque de caixa. Vamos deixar agora que o MPE avalie se essa prática é legal ou não”, disse o presidente.

Na Câmara, o vereador Domingos Sávio adiantou que apresentará um requerimento solicitando a criação de uma comissão para acompanhar o processo de contratação das OSSs. O peemedebista apresentou um pedido semelhante para acompanhar a licitação da Sanecap. O requerimento ainda não foi apreciado em plenário.

COMENTÁRIO MSD

>> MAIS UMA DEMONSTRAÇÃO DE DESCOMPROMISSO DA PREFEITURA DE CUIABA COM A SAÚDE PÚBLICA. ENTREGAR A SAÚDE E OUTRAS ÁREAS ESSENCIAIS PARA INSTITUIÇÕES LUCRATIVAS E CORRUPTAS COMO TEM SE CARACTERIZADO AS OSS SIGNIFICA ABSOLUTO DESPREZO PELAS NECESSIDADES DA POPULAÇÃO. O COMPROMISSO DE UMA ADMINISTRAÇÃO COMPETENTE E RESPONSÁVEL É ORGANIZAR-SE PARA PRESTAR BONS SERVIÇOS A SUA POPULAÇÃO E NÃO SIMPLESMENTE LAVAR AS AMÃOS E ENTREGAR O COMANDO DE SERVIÇOS ESSENCIAIS A SAFADOS E CORRUPTOS.

>> ALEM DE DESCOMPROMISSO, ESSA ENTREGA DEMONSTRA INCOPETÊNCIA POR SER UM ATO SABIDAMENTE ILEGAL, POIS SOMENTE PODERIA SER FEITA SE APROVADA PELO CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE, O QUE NÃO OCORREU, POIS ELE FOI CONTRÁRIO A TENTATIVA DE MANIPULAÇÃO OCORRIDA HÁ ALGUNS MESES.

>> ALGUEM DA GESTÃO MUNICIPAL DEVE ESTAR LEVANDO ALGUMA VANTAGEM NESSA HISTÓRIA TODA....... CADÊ O MINISTÉRIO PÚBLICO ?

>> QUANTO AO PAPEL PUSILÂNIME DE ALGUNS VEREADORES, NÃO É NOVIDADE POIS A CÂMARA MUNICIPAL LEMBRA MAIS UM COVIL DE PATIFES, COM RARAS E HONROSAS EXCEÇÕES. POBRE CUIABÁ . SAUDADES DE QUANDO TINHAMOS POLÍTICOS DIGNOS.



Pedro Henry nega ser "ficha suja" e anuncia volta à Saúde

  • Depois de dois meses de afastamento, deputado do PP volta ao comando da pasta

  • MidiaNews  / RODRIGO VARGAS


    DA REDAÇÃO


    Pedro Henry, que, mesmo afastado, comanda ações na Secretaria de Saúde do Estado




    Dois meses após deixar a Secretaria Estadual de Saúde para reassumir sua vaga na Câmara Federal, o deputado federal Pedro Henry (PP) confirmou o seu retorno à pasta, a partir da semana que vem.


    Em entrevista coletiva, no final da tarde de sexta-feira (13), no Hospital Metropolitano, em Várzea Grande, Henry disse que voltou ao Congresso para "garantir recursos orçamentários" que faltaram em 2011.



    "Nós usamos este período de afastamento exatamente para garantir recursos orçamentários que pudessem nos dar uma perspectiva e maior capacidade de investimentos, o que não tivemos no ano passado", disse o deputado.



    Após concluir o que chamou de "missão", Henry diz que volta para "ajudar a fazer a gestão dos investimentos".



    "Nós temos uma reunião hoje [ontem] com o governador e, provavelmente, na semana que vem sai o ato de nomeação", disse.



    O deputado acompanhou uma visita do secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães, que disse estar assegurado o pagamento de R$ 51 milhões em emendas da bancada federal de MT.



    Para Henry, os investimentos vão "contribuir", mas não resolvem o que ele aponta como o principal gargalo do sistema: o custeio.



    "Quero lembrar a vocês que está prevista a abertura de 120 leitos em Sinop e 60 novos leitos para o hospital das clínicas, para fazer toda a alta-complexidade. Tudo isso vai gerando custos adicionais. Se não houver a parceria do ministério da saúde, as dificuldades de custeio vão aumentar", afirmou.



    O deputado mencionou a diferença de R$ 59 por habitante no teto mensal pago a Mato Grosso do Sul - R$ 180 por habitante em MS, ante R$ 121 em MT.



    "Se fôssemos tratados na mesma proporção de MS, receberíamos R$ 170 milhões a mais. Isso está causando um rombo nas contas do Estado e é por isso que estamos trazendo o ministério", observou.



    Questionado sobre sua situação na Justiça, Henry disse que não é "ficha-suja". "Tudo o que fui condenado, irregularmente, eu reverti nas instâncias superiores. Então, acabou. Não tem mais nada. Não tenho nenhum impedimento para exercer o cargo de secretário", completou.

    COMENTÁRIO MSD

    >> A VOLTA DO QUE NÃO FOI.... 

Cartilha do Usuário do Sus