sexta-feira, 18 de março de 2011

Doentes denunciam discriminação em Várzea Grande

Matéria publicada no jornal A Gazeta

A fila de espera também é grande na policlínica do Verdão e pacientes denunciam que moradores de Várzea Grande estão sendo discriminados na hora do atendimento. O técnico de refrigeração Jessé de Abreu, 45, disse que precisou conseguir um comprovante de residência com endereço da Capital para a mulher ser socorrida.


Abreu relata que a esposa é hipertensa e começou a passar mal no trabalho. O casal mora em Várzea Grande, mas mora em Cuiabá.


Ele buscou a mulher e começou a "peregrinar" nas unidades de saúde. Primeiro, passou pela Policlínica do Planalto, onde a atendente recusou-se a fazer a ficha de encaminhamento devido ao endereço.


Depois, eles conseguiram um comprovante de residência de um amigo e foram até a unidade do Verdão, onde depois de passar pela triagem a paciente foi encaminhada para o pronto-atendimento.


Abreu conta que ficou muito revoltado com a situação. "Parece até que não somos brasileiros. Pago imposto. Significa se eu viajar e tiver problemas de saúde não posso procurar ajuda?"


A dona de casa Maria das Neves, 61, estava na fila de espera, mas não teve sucesso na busca pelo socorro. Ela conta que o filho dela está com câncer e extremamente debilitado. O rapaz tem feridas que não cicatrizam e o cheiro do machucado era muito ruim.


A mãe ficou com medo e procurou a policlínica para fazer o curativo. No local, foi informada que a sala de curativo estava desativada para limpeza.


A coordenadora da Policlínica, Silvinha de Figueiredo, diz que a espera é inevitável e que mais de 50% dos casos atendidos são de Várzea Grande. Ela afirma que os pacientes não são discriminados e mesmo com o retorno ao trabalho dos médicos do município, que estavam em grave, a demanda não diminuiu.


A profissional relata que já foram contratadas mais 30 pessoas e que há dificuldade em encontrar profissionais. Muitos médicos desistem do trabalho porque alegam não ter condições de atender 80 pacientes por dia. (CR)


COMENTÁRIO DO MSD:


- Mais exemplos de desestruturação da rede na “ Grande Cuiabá” :


1. Uma urgência hipertensiva não é algo tão complexo que não possa ser atendido no município de Varzea Grande.


2. A exigência de comprovação de domicílio é admissível na rede básica, cujo financiamento é feito considerando a residência do paciente, mas não pode ser condicionante para atendimentos de urgência, como parece ser o caso. Repassados. Essa exigência, como o relato demonstra , é facilmente burlável.


3. Curativos são procedimentos que devem ser realizados nas unidades básicas (UB) de saúde e não nas Policlínicas, mas como conseguir ser atendido nas UB, pois ou não se encontram os profissionais ou não tem material ou as 2 coisas.

MSD solidário com família do conselheiro Luosite

A audiência pública de ontem (17) na Assembléia Legislativa de Mato Grosso foi suspensa depois que o membro do Conselho Estadual de Saúde e presidente da Associação dos Aposentados, Lousite Ferreira da Silva, passou mal. O aposentado teve convulsões e entrou em coma momentos após falar ao público. A vítima recebeu socorro dos médicos presentes na audiência, mas teve uma parada cardíaca ainda na AL. Minutos depois, Silva foi reanimado pela equipe do Samu que o atendeu e foi encaminhado para o Pronto-Socorro de Cuiabá, mas teve outra parada cardíaca ao dar entrada no hospital e morreu


COMENTÁRIO DO MSD:
- O MSD APRESENTA SUA SOLIDARIEDADE A FAMILIA DO CONSELHEIRO ESTADUAL DE SAUDE LUOSITE FERREIRA DA SILVA .

Única discussão popular sobre implantação de OS em hospitais tem público de 400

Diário de Cuiabá publica hoje:

CAROLINA HOLLAND


A primeira tentativa de democratizar o debate a respeito do modelo de gestão pretendido pelo Estado nos hospitais regionais foi marcada por ânimos acirrados e intensa mobilização por parte de movimentos sociais, estudantis e instituições reguladoras em audiência pública na Assembleia Legislativa, ontem. Mais de 400 pessoas estiveram no local. Já no fim do dia, logo após seu pronunciamento aos presentes, o presidente da Associação dos Aposentados e membro do Conselho de Saúde de Cuiabá, Lousite Ferreira da Silva, sofreu um mal súbito no auditório e morreu em decorrência de duas paradas cardíacas.


A Secretaria de Estado de Saúde defende a ideia de que a administração dos quatro hospitais regionais em atividade no Estado e o Hospital Metropolitano de Várzea Grande – com inauguração prevista para maio - seja feita por Organizações Sociais (OS). A forma de gestão é duramente criticada por setores ligados à Saúde e é chamada pela categoria de terceirização do setor.


Durante a audiência, o secretário Pedro Henry destacou as dificuldades de acesso à saúde em todo o Estado e a demora nos serviços. Sob vaias, Henry afirmou que, para colocar o Hospital Metropolitano de Várzea Grande em funcionamento de forma rápida, é preciso parceria com uma OS. “Estamos há dois anos sem proposta para viabilizar o funcionamento [do hospital]. Foi por isso que buscamos esse modelo, para poder oferecer os leitos à população mais rapidamente”.


COMENTÁRIO DO MSD:
- A MANIFESTAÇÃO UNÂNIME DE TODOS QUE ESTIVERAM PRESENTES FOI UMA RATIFICAÇÃO DA POSIÇÃO LEVANTADA PRIMEIRAMENTE PELO MSD. DEVEMOS CONTINUAR ALERTAS E MOBILIZADOS CONTRA ESSA IDÉIA ESTAPAFURDIA DO SECRETÁRIO PEDRO HENRY.

Pedro Henry afirma que alguém "embolsou" o dinheiro da Saúde

Alline Marques


O secretário de Estado de Saúde, Pedro Henry (PP), tentou evitar críticas ao governo de Blairo Maggi (PR), mas não teve como fugir com a pressão dos servidores durante audiência pública nesta quinta-feira (17) na Assembleia Legislativa. Ele acabou admitindo que alguém embolsou os recursos gastos a mais.

“Este não é um cenário que eu inventei do nada. Ele existe e foi em 2010. Eu não estava lá ano passado e não tenho nada a esconder. (...) Eu não disse que o servidor estava roubando, mas alguém ficou com o dinheiro”, denunciou.


Na tentativa de justificar o novo modelo de gestão dos hospitais regionais, entregando a administração das unidades para as Organizações Sociais (OS), o secretário acabou relatando as irregularidades que ocorriam na pasta em 2010, ano no qual o governador Silval Barbosa (PMDB) ficou no comando por nove meses.


Há tempos Henry vem criticando a gestão Maggi na saúde, relatando gastos abusivos com medicamentos e mau gerenciamento dos recursos nos hospitais regionais, nos quais, segundo ele, gastam cerca de oito vezes mais do que a tabela do Sistema Única de Saúde (SUS).

Henry destacou ainda que atualmente a saúde é inacessível à população e as filas para cirurgias seletivas são quilométricas. Segundo o secretário, 10 mil pessoas aguardam por cirurgias em Mato Grosso.

O gestor também criticou o SUS e relatou que quando é pago um tratamento em hospitais filantrópicos, da rede credenciada do sistema, se paga uma vez o valor da tabela, por outro lado, quando os mesmos serviços são feitos pelos hospitais estaduais custa-se 10 vezes mais.


COMENTÁRIOS DO MSD:

- As repetidas afirmações do Secretário sobre essa questão são cada vez mais graves. Ele claramente diz que alguém que passou pelo comando da SES antes dele foi ladrão. A suspeição paira sobre todos os ex – secretários, que ou aceitam a “carapuça” ou devem vir a público expliocar-se e no mínimo interpelar o Secretário acusador. Isso em qualquer lugar do mundo é caso de polícia !!!!!!


- Os custos operacionais absurdos dos Hospitais Regionais não são causados pelo SUS e sim pelas gestões catastróficas dessas unidades por diretores indicados pelos deputados das regiões de acordo com interesses político – partidários, sem nenhuma qualificação técnica para a função, cujo despreparo é lesivo para o setor público. Isso para não se falar também em corrupção conforme várias denuncias do passado. Com uma gestão competente e honesta, como existem em muitos hospitais públicos pelo Brasil todo, é possível sim obter-se bons resultados e boa produção de serviços.







Riva admite falhas e reconhe má gestão na saúde

Reportagem do site Olhar Direto

Alline Marques

Após perder a paciência com os servidores da saúde e os protestos, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual José Riva (PP), admitiu que houveram falhas por parte dos parlamentares e do secretário de Estado de Saúde, Pedro Henry (PP), devido à ausência de discussão sobre o assunto. O progressista também reconheceu que existe uma má gestão da saúde e o inchaço da máquina pública.

O deputado defendeu a contratação de Organizações Sociais (OS) e alegou ser possível propor mudanças na lei, que ainda não foi sancionada pelo governador Silval Barbosa (PMDB).

“O secretário errou por não ter discutido o assunto com o Conselho Estadual de Saúde, a assembléia deveria ter realizado a audiência antes de aprovar a lei, mas é possível aperfeiçoar a lei”, afirmou em entrevista ao Olhar Direto.

Riva acredita que o governador Silval Barbosa (PMDB) irá sancionar a lei, aprovada pela Assembleia Legislativa por unanimidade, porém poderá propor alterações. A preocupação do parlamentar é que a audiência pública tenha um resultado prático para conseguir beneficiar todas as classes.

“Esta discussão é muito especial, mas precisamos extrair qual o melhor modelo de saúde pública para poder aperfeiçoar a lei”, afirmou Riva No entanto, o deputado defendeu a implantação de OS no Hospital Metropolitano, em Várzea Grande, até para servir como teste, apesar de alegar que existem exemplos que deram certo, como em Pernambuco.


Apesar de admitir erros, Riva se posicionou favorável a contratação de Organizações Sociais para administrar os hospitais regionais do Estado, mas pede transparência. “Acredito neste modelo de gestão, desde que seja feito com transparência”, afirmou.


O deputado não esteve presente na sessão em que foi aprovado o projeto de lei que permite a contratação das OS, mesmo assim convocou a audiência para debater o assunto.

COMENTÁRIO DO MSD:


A posição do Deputado Riva apenas reforça sua biografia sempre envolvida em escândalos ligados a malversação de recursos públicos. Como presidente da AL é responsável pela tramitação atabalhoada de todos os projetos de lei e pelo fiel cumprimento do Regimento Interno da AL que, neste caso específico, foi rasgado na calada da noite. E é irônico um deputado com o currículo que tem o Deputado Riva falar em transparência...

Polêmica continua: solução não é terceirização

Manchete de hoje do jornal A Gazeta

Amanda Alves

O projeto de terceirização dos serviços de saúde imposto pelo secretário de Estado de Saúde (SES), Pedro Henry, não é solução para o caos instalado no Sistema Único de Saúde (SUS), afirmam representantes de pelo menos 23 entidades civis organizadas. Eles denunciam que Cuiabá é a única capital do Brasil que não possui um hospital público estadual, o que acarreta um dos grandes gargalos do atendimento, a falta de leitos. Afirmam que a solução passa longe da terceirização, em que será possível fazer contratações sem licitação de Organizações Sociais de Saúde (OSS) e bens públicos serão cedidos. Com a implantação da nova gestão, o Governo acabaria de terceirizar todos os estabelecimentos hospitalares, já que os 4 hospitais do interior não representam nem 10% dos leitos disponíveis no Estado.

O servidor público e ex-secretário de saúde de Cuiabá, Luiz Soares, diz que a solução apontada pelo Governo é despropositada, pois trata-se de apenas uma transferência do problema a terceiros. Além de não ter uma obrigação para prestação de contas, coloca em questão todo o sistema SUS.

"Cuiabá é a única capital do Brasil que não tem um hospital estadual de retaguarda. O afogamento do Pronto-Socorro de Cuiabá é uma realidade de Mato Grosso que não é do Brasil", alerta Luiz, que é integrante do Movimento Saúde e Democracia. Ele diz que o PS foi planejado para atender emergência e urgência, mas hoje virou um "hospital geral" para todos os mato-grossenses. "Precisamos de uma política de saúde, que atenda os 85% da população que recorrem ao sistema público. O SUS é um processo em evolução, mas precisa de investimento".

O ex-secretário adjunto da secretária de saúde de Cuiabá, Wagner Simplício, conta nos dedos o número de estabelecimentos públicos que hoje estão disponíveis à população. Hospitais Santa Cruz, Modelo, São Tomé e Hospital das Clínicas são prédios adquiridos pelo Governo e que estão de portas fechadas. Outros, como o São Lucas e Santo Antônio se tornaram clínicas particulares. No Hospital São Judas e Hospital Bom Jesus foi diminuído o número de leitos da última gestão de Governo para cá.

Segundo Wagner, seria necessário um hospital estadual com no mínimo 400 leitos na Capital e serviços de especialidade, como cirurgias vasculares e neurológicas para atender a demanda. Ele critica a demora na abertura do Hospital Metropolitano de Várzea Grande e afirma que os 60 leitos previstos são insuficientes. "Cuiabá representa o ápice da pirâmide e está com o atendimento de alta complexidade".

Na opinião do médico e prefeito de Rosário do Oeste, Joemil Araújo (PMDB), a política da saúde de todo o Estado precisa melhorar urgentemente com a interação com os municípios. "Como está aí tem que ser mudado, senão tem que comprar mais ambulância".

O prefeito diz que, diariamente, pacientes precisam viajar a Capital em busca de atendimento. Ele diz a cidade adota experiência pretendida pelo Governo. "Nós temos um hospital filantrópico que é gerido por uma diretoria eleita pela sociedade, mas só que o modelo funciona com muita dificuldade".


O repasse mensal é de R$ 20 mil e mais 4 médicos, com custo de R$ 10 mil cada um por mês, mantidos pela Prefeitura. Segundo Joemil, as consultas com clínica médica e de pediatria atendem a demanda, mas se o paciente necessita de serviço de média complexidade, surge o problema.


COMENTÁRIO DO MSD:

A causa de tudo isso é a ineficácia da rede  básica, onde 80 % das demandas poderiam ser solucionadas.  O problema é que ela não funciona, por inúmeras causas, retratadas nesses breves relatos que servem de exemplo.  Ou a unidade básica  não tem profissionais, que não cumprem sua jornada de trabalho, ou não tem material por falta de gestão , ou ambas as causas estão juntas, o que infelizmente parece ser a regra. Como a atual (ausência de ) gestão da Secretaria Municipal de Saúde não parece nem  estar interessada nem  ser competente para tentar solucionar tais questões, que tal o Ministério Público constituir uma força -  tarefa e  promover um rápido levantamento da questão e exigir soluções imediatas, pelo menos para essas questões que saltam aos olhos ?

Presidente do Sindimed defende hospital estadual como solução para caos

Blog da Sandra Carvalho registrou:
O presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed), Edinaldo Lemos defendeu hoje (17), na manifestação contra as Organizações Sociais, um hospital público estadual como saída para o caos no Sistema Único de Saúde (SUS) de Mato Grosso, a exemplo do Movimento Saúde e Democracia (MSD), que inclusive lançou a campanha “Cuiabá exige Hospital Público Estadual”.

Na presença de profissionais de saúde, entidades e instituições das diversas áreas, servidores públicos, estudantes, políticos, ex-gestores do SUS, organizações de defesa do SUS e lideranças comunitárias, o médico e sindicalista criticou a gestão da saúde no estado. E apontou como uma das soluções para a melhoria da qualidade da assistência ao usuário do SUS a construção de um grande hospital público sob a gerência do Estado.


Para o Sindimed e o Movimento Saúde e Democracia (MSD): somente a construção de um grande Hospital Público Estadual em Cuiabá vai solucionar o problema da falta de leitos e de cirurgias de alta complexidade, garantindo mais qualidade no atendimento ao usuário do SUS e condições de trabalho aos trabalhadores da Saúde.

Cartilha do Usuário do Sus