quinta-feira, 3 de março de 2011

Secretário volta a criticar gestão da Saúde: "orgia de incompetência" aos olhos da lei

Sissy Cambuim


Convidado a prestar esclarecimentos à Comissão de Fiscalização e Acompanhamento da Execução Orçamentária (CFAEO) da Assembleia, na próxima quarta (2), o secretário de Estado de Saúde, Pedro Henry (PP), voltou a criticar a gestão dos recursos de sua pasta durante visita a Rondonópolis, na última sexta (25).


“Queremos um novo modelo de gestão para o dinheiro público. Não vamos permitir que continuem pagando oito vezes mais por um serviço que pode ser prestado pelo valor real cobrado na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS)”, declarou.


Em reunião com o prefeito Zé do Pátio (PMDB), Henry destacou que o processo de administração realacionado aos serviços prestados pela Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis e pelo Hospital Regional “Irmã Elza Giovanella” será reavaliado por uma equipe técnica e deverá passar por processo de recontratação. “Vamos verificar os perfis destas unidades, definir quais suas demandas e como supri-las. Precisamos ter maturidade para gastar o dinheiro público”, ressaltou.


Após uma primeira avaliação, o secretário aponta que a Santa Casa deve realizar a assistência materno-infantil, implantar o pronto-socorro pediátrico a garantir a manutenção e ampliação do PS cardiológico, enquanto o Hospital Regional deve atender as cirurgias eletivas, ortopedia, traumatologia, UTI adulto e outros casos clínicos de referência.

COMENTÁRIO DO MSD:


- Este dado repetidamente mencionado pelo Secretário Pedro Henry é um verdadeiro absurdo... . Como pode a SES MT não ter detectado isso ? Cadê a supervisão ? cadê a auditoria ? A quem isto beneficiou ? Cadê o MPE ? O TCE e o TCU tem que se manifestar sobre essa verdadeira orgia de incompetência na gestão do dinheiro público.

Dinheiro público de graça para enriquecer empresas privadas

Ontem, o governo do Estado assinou convênio com o Hospital Santa Helena para criar 60 novos leitos na unidade. O documento foi assinado pelo governador Silval Barbosa, o secretário Pedro Henry e pelo diretor da instituição, Marcelo Sandrin. O hospital atende, em média, 1,1 mil pacientes por mês.



COMENTÁRIO DO MSD:

- O Hospital Helena é um hospital privado contratado pelo SUS e que recebe pagamento por cada um dos pacientes que lá são atendidos. A SES vai investir 2,5 milhões de reais para aumentar o número de leitos desse hospital que portanto vai internar mais pacientes e assim passar a receber cada vez mais dinheiro para seus proprietários e para as empresas privadas lucrativas que atuam lá dentro. Que bacana ... dinheiro público de graça para crescer o lucro ..... enquanto isso as unidades hospitalares públicas de Mato Grosso estão caindo aos pedaços.... veja o PS de Cuiabá , o PS de Varzea Grande e agora a notícia sobre a interdição do Hospital Municipal de Barra do Garças ( que é o hospital regional do “vale dos esquecidos”).



Henry vê 'radicalismo doentio' em greve dos médicos

Para o MDS, profissionais devem ter bons salários, mas o serviço deve ser eficiente


Pollyana Araújo/Olhar Direto


O secretário de Saúde do Estado, Pedro Henry, classificou, durante visita ao Hospital Santa Helena nesta quarta-feira (2) junto com o governador Silval Barbosa (PMDB), de “radicalismo doentio” a decisão dos médicos do Estado de entrar em greve a partir do dia 9 deste mês e adiantou que não vai se sentir intimidado.


Defensor “ferrenho” da contratação de Organizações Sociais (OSs) para a terceirização dos hospitais regionais, contestada pela categoria, o secretário avalia que Mato Grosso insiste em manter um modelo de gestão que já está notoriamente defasado e que não funciona mais.

“Esse novo modelo não fui eu que inventei”, alegou, ao citar outros estados, como São Paulo, que adotaram esse tipo de sistema e que vem surtindo efeito positivo.


Henry considera “inviável e impraticável” a exigência do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed) da realização de concurso público para a contratação de profissionais para a área. Segundo ele, o orçamento da Saúde já está no limite e é impossível ter gastos vultuosos.

Após reunião de mais de 2 horas e meia com os profissionais da área nesta terça-feira (1º) à noite, o secretário disse que debateu sobre a proposta de terceirização e explicou sobre o motivo pelo qual tem defendido o projeto, mas que o Sindimed não apresentou nenhuma justificativa convincente que o fizesse mudar de ideia.

Desse modo, afirmou que vai manter o posicionamento em relação à contratação de OSs e que não vai buscar diálogo com a classe. Avalia, porém, que a paralisação das atividades não será “legítima”, ou seja, estará dentro da legalidade


COMENTÁRIO DO MSD:
 - O modelo de gestão pública praticado pela SES ( e outros órgãos públicos) em MT é ineficiente. A maioria dos profissionais médicos e de outras categorias não cumpre sua jornada de trabalho porque tem vários empregos e priorizam seus consultórios privados. Portanto a SES precisa ter muito mais profissionais do que seria necessário se todos trabalhassem direito. Mesmo com o quadro inchado, a produção de serviços das suas unidades é muito abaixo da capacidade . Portanto tem muita gente ganhando ( muitos até um bom salário ...) mas produzindo pouco. Também existe um grande número de profissionais médicos, odontólogos, enfermeiros, etc, em atividades apenas burocráticas ou cedidos para outros órgãos, quando poderiam estar melhorando o atendimento a população, especialmente em certas especialidades onde existem grandes filas.


- Diferentemente do que pensa a SES, é possível fazer uma boa gestão pública. Basta ter profissionais bem pagos e portanto satisfeitos com seu emprêgo, com um bom PCCS, capacitados, estabelecendo-se mecanismos de controle de seu desempenho como por exemplo ter metas de produção de serviços, cujo cumprimento influencie na progressão funcional e mesmo na remuneração (prêmios, 14º. salários, etc. Assim seria possível acabar com “ finjo que trabalho porque fingem que me pagam” , separar os que efetivamente querem ser servidores públicos dos que estão ali somente por “bico”. Há coragem para isso ou é mais fácil terceirizar ?

Modelo de gestão do SUS é "frouxo" porque tolera a ineficiência

O atual modelo de gestão já mostrou que não serve, é “frouxo”,  pois tolera a ineficiência,   o descompromisso , o descaso, praticado por uma parcela de servidores que faz do seu trabalho na SES um “bico” : trabalham 2 ou 3 vezes por semana , poucas horas por dia, atendem uma carga reduzida de pacientes, num total descompromisso.
Com isso temos altíssimo custo operacional com baixa produção de serviços, o que causa um rombo nas finanças da saúde sem que o povo veja resultados concretos. Isso para não falar das “maracutaias” em que alguns se envolvem. 
Mas a gestão pública pode ser competente sim , basta valorizar os realmente comprometidos com o conceito de servidor público, ter um bom PCCS, pagar bem , propiciar  educação continuada, progressão por mérito e avaliação de desempenho baseada em critérios objetivos de cumprimento de metas pré – estabelecidas.  Terceirizar para essas falsas entidades  filantropicas ( “pilantropicas” seria um bom termo para a maioria delas) é dar-se um atestado de incompetência e transferir o comando do interesse público  para grupos privados que vão ganhar muita grana sem ter risco nenhum e vinculados sabe-se lá a que tipo de interesses politiqueiros .... ).
MOVIMENTO SAÚDE E DEMOCRACIA

Para a Gazeta, Herny alega que OS vai baratear custo da saúde

Tania Rauber



Os cerca de 700 médicos que atendem nos 4 hospitais regionais de Mato Grosso vão paralisar as atividades na próxima quinta-feira (10). A partir desta data, as consultas clínicas e cirurgias eletivas realizadas em Sorriso, Rondonópolis, Cáceres e Colíder, serão suspensas. Apenas os casos de urgência e emergência serão atendidos. Com isso, as longas filas de espera devem aumentar ainda mais.


A decisão de greve foi tomada em uma assembleia realizada pelo Sindicato dos Médicos do Estado do Mato Grosso (Sindimed), que é contra o sistema de terceirização dos hospitais, anunciado pela Secretaria do Estado de Saúde (SES). É o início de uma "luta" entre a categoria médica e a SES.

O secretário Pedro Henry afirmou que a contratação de organizações sociais para administrar os hospitais regionais é uma decisão de governo e não será revista. A justificativa, segundo ele, é que mesmo sendo geridos pelo próprio governo, os hospitais estão gastando demais. "Os hospitais gastam até 10 vezes mais do que a tabela do SUS preconiza em várias procedimentos. Não dá para trabalhar com esta discrepância, pagar 8 vezes mais para fazer uma cirurgia, é um equívoco administrativo".

Questionado sobre quais medidas a secretaria vai tomar para evitar a greve, o secretário disse que a "saúde já está um colapso e que o Estado não pode fazer nada para evitar a paralisação", além de não ter condições de realizar novo concurso devido as "barreiras legais para contratar".

Já o presidente do Sindicato dos Médicos do Mato Grosso, Edinaldo Lemos, garantiu que a categoria não voltará atrás da decisão, e a população ficará, mais uma vez, desassistida. "Nós temos uma pauta de reivindicações e vamos discuti-la com a secretaria. Somos a favor da realização do concurso para contratar mais profissionais, implantação do plano de cargos e carreira para a categoria, e melhorias nos serviços".


Ele também apontou a preocupação com o novo modelo de "gestão terceirizada", que estaria sendo implantado "às escuras" pela SES. "Eles falam que vai reduzir custos, mas não podemos sacrificar os direitos dos trabalhadores, que não terão estabilidade nenhuma. Não sabemos qual empresa vai assumir, e se realmente esse novo sistema não vai favorecer a ocorrência de fraudes".

Médicos definem greve a partir de 5ª-feira contra privatização

Médicos servidores do Estado vão fazer greve por tempo indeterminado a partir da próxima quinta-feira, período pós-carnaval. Os profissionais são contra a mudança na forma de administração dos hospitais regionais, que deverá ser assumida por instituições do terceiro setor. Os médicos garantem que, durante a paralisação, os serviços de urgência e emergência serão mantidos nas unidades hospitalares. O Estado tem hoje 495 médicos em seu quadro funcional.
A assessoria de imprensa do Sindicato dos Médicos (Sindimed) informou que eles discordam do modelo de gestão que a Secretaria Estadual de Saúde pretende implantar. Segundo a assessoria, o sindicato entende que se trata de uma privatização a terceirização de um serviço que é de responsabilidade do Estado.


Os médicos alegam ainda que o Estado já teve experiências negativas com a contratação de Oscips (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) e outras instituições do terceiro setor. Lembrou que, no ano passado, a Oscip Creatio foi acusada de desviar R$ 52 milhões que deveriam ser utilizados na Saúde Indígena, e que o Estado não deve correr esse risco. Em 2010, as Oscips Instituto Creatio e Idheas foram alvo da Operação Hygeia, da Polícia Federal, que apurou desvios de dinheiro da Funasa feitos por servidores das instituições.

COMENTÁRIO DO MSD: O MSD é contra – talvez tenha sido o primeiro a se manifestar nesse sentido -  a proposta de “terceirização” da gestão da forma como vem sendo anunciada pelo secretário estadual de Saúde, Pedro Hery: a solução para os problemas da saúde pública em Mato Grosso. Não que as Organizações Sociais não sejam viáveis. São viáveis em hospitais novos e desde que os profissionais não sejam do quadro efetivo de servidores públicos. Além disso, a gestão deve ser transparente (o povo precisa saber como está sendo investido o dinheiro público, valores pagos,metas de produção a cumprir etc). Claramente somos contrários a entregar estruturas públicas para instituições privadas ditas filantrópicas, mas que na verdade apenas servem como “embalagem”  para empresas privadas se tornarem prestadoras de serviços ao SUS e então começar toda a prática nefasta de seleção de casos, exigência de tabela diferenciada, cobrança por fora, desrespeito a regulação, aumentando as filas etc, etc. Sem falar da possibilidade dessas OS se transformarem numa máquina de fazer dinheiro para alimentar a conta de políticos corruptos. Quando o secretário estadual de Saúde Pedro Henry defende as OS, vem de imediato um temor: será que não vamos viver aqui em Mato Grosso uma nova versão da Máfia das Ambulâncias¿ Será que este “sanguessuga” não está querendo convencer a população que a OS é a salvação da lavoura, para, na verdade, defender seus próprios interesses (escusos). O povo tem que abrir o olho. Afinal, o secretário Pedro Henry ao invés de currículo, apresentou uma extensa ficha policial ao assumir uma das pastas mais importantes do Governo que é a Secretaria de Saúde. Chega de falácias e blá, blá, blá, sr. PH. Hospital Público Estadual em Cuiabá.

Cartilha do Usuário do Sus