terça-feira, 30 de novembro de 2010

CRM pede interdição do Pronto Socorro de VG

Jornal A Gazeta traz reportagem anunciando possibilidade de interição do Box de Emergência do Pronto Socorro de VG

Amanda Alves

Especial para A Gazeta

O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) solicitará à Justiça a interdição do box de emergência e leitos de observação do Pronto-Socorro (PS) de Várzea Grande até sexta-feira (3). Por meio de uma ação civil pública, o órgão age paralelamente às manifestações do Ministério Público, que pede a determinação do prazo de 120 dias para que o município adote as providências necessárias para o atendimento das condições sanitárias, estruturais e organizacionais exigidas pela Vigilância Sanitária Estadual.

"Além da interdição do Pronto-Socorro, em que a própria administração reconhece a incapacidade de gerenciamento, solicitaremos o prazo de 30 dias para que o Hospital Metropolitano em Várzea Grande funcione em 30 dias", afirma o presidente do CRM-MT, Arlan Azevedo. O ingresso na Justiça visa antecipar a decisão da Justiça sobre questões estruturais, que já vem sendo reclamadas desde o ano passado.

Sobre a interdição ética, em que os profissionais de saúde ficariam proibidos de atuar nos setores em que colocassem a saúde em risco, diz que vai depender da liminar, que aguarda apreciação da 2ª Vara da Fazenda Pública. Chegou ontem às mãos do juiz Onivaldo Budny, o processo movido pelo Ministério Público com manifestação sobre as inspeções feitas no PS. Até o fechamento desta edição (19h30) não havia saído a decisão.

O promotor de justiça Carlos Eduardo Silva, encaminhou notificação recomendatória ao poder público municipal e à Fundação de Saúde de Várzea Grande (Fusvag) para que seja realizado um esforço conjunto no atendimento dos casos no pronto-atendimento, em virtude da superlotação, além do pedido de um plano criterioso para prestação de serviços no estabelecimento.


COMENTÁRIO DO MOVIMENTO SAÚDE E DEMOCRACIA

A inadequação das estruturas hospitalares de Cuiabá e Várzea Grande é pública e notória. Há décadas assistimos esse mesmo filme de denúncias e mais denúncias  mas estranhamente as mesmas se concentram quase sempre na rede pública, quando existem hospitais privados que também não  tem condições adequadas para atender a população. Basta dar uma olhada em alguns hospitais menores de bairros mais periféricos que isso será facilmente comprovado. Podem até ter uma fachadinha ajeitada, mas tècnicamente a maioria não passa  num crivo mais exigente feito com um mínimo de seriedade, sem protecionismos . Se considerarmos que esses hospitais tem um volume de atendimento muito menor que os públicos dá para imaginar como seria se tivessem que atender com “porta aberta” . Mas se derem uma olhada bem dada nos hospitais maiores, também vão encontrar com certeza graves irregularidades, mesmo nos de portaria de mármore, localizados em  bairros mais nobres. Vai um desafio : distribuir os relatórios da vigilância , CRM, quem mais tiver dados  para Câmaras, Assembléia, Conselhos Municipais e Estadual de Saúde, ONG´s e demais movimentos sociais e abrir um debate sobre o tema, ao invés de ficarmos colecionando denuncias e notificações.


sábado, 20 de novembro de 2010

Pesquisa aponta déficit de 1.409 leitos em MT

Foto: Sandra Carvalho

Jornal A Gazeta destaca hoje (20-11) a carência de leitos hospitalares em Mato Grosso

Faltam para a população de Mato Grosso 1.409 vagas em leitos para chegar à quantidade mínima recomendada pelo Ministério da Saúde (MS), que é de 2,5 leitos para cada grupo de 1 mil habitantes. Hoje, o Estado sustenta o índice de 2,02 por grupo. Conforme a pesquisa Assistência Médico-Sanitária divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem hoje no Estado apenas 6 mil vagas em leitos - sendo 39,2% (2.352) em estabelecimentos públicos e 60,8% (3.648) em privados.

Por causa da falta de leitos, neurocirurgias, além de cirurgias ortopédicas, pediátrica e cardíacas vão sendo prorrogadas no calendário, prejudicando os pacientes. O déficit por leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é o mais crítico.


O desempenho mato-grossense se equipara a maioria das regiões brasileiras, com exceção do Sul, onde a taxa é de 2,6 leitos por mil habitantes. A maioria dos leitos em estabelecimentos públicos do Estado se concentra na rede municipal, também acompanhando o verificado em nível nacional. São 1.877 vagas disponíveis, enquanto nas unidades estaduais é de 451 e na federal de apenas 24 leitos. Todas estas vagas federais estão em na única unidade que fica em Cuiabá, Hospital Universitário Júlio Müller.






Das 6 mil vagas do Estado, apenas 24% dos leitos estão na Capital, onde a população costuma ter melhor acesso aos serviços de alta complexidade e consequentemente necessita de internação. Aliado a isso, das 1.431, a maioria está em unidades particulares - 1.088 e somente 343 em públicos.






Para o presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM-MT), Arlan Azevedo, o déficit de vagas se verifica nas longas filas por cirurgias eletivas por não haver leitos e em enfermarias lotadas e sem condição de fluxo, como a exposta no Pronto-Socorro de Cuiabá. Leitos para internação variam de enfermarias para pacientes clínicos ou cirúrgicos a de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). "O déficit é grande. Em Cuiabá, por exemplo, não temos investimento do Estado e nem federal e é o local onde mais precisamos".


A existência de apenas uma unidade federal no Estado, oferecendo 24 vagas, segundo o presidente do CRM, comprova a necessidade de mais recursos. "Ele é o único, tem pouco investimento e está extremamente precário". (Amanda Alves)

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Surto de dengue em 28 bairros de Cuiabá


O Diário de Cuiabá dá destaque hoje ao surto de dengue na capital mato-grossense.
Confira matéria na íntegra.

Renê Dioz

Cuiabá tem 28 bairros com risco de surto da dengue, de acordo com o último Levantamento de Índice Rápido de Infestação (Lira) realizado pelo município. Enquanto a cidade apresenta um índice médio de 3,4% das residências com larvas do mosquito Aedes aegypti (número que sugere estado de alerta), bairros da região do Coxipó revelam índices aterradores, como os 7,3% do Parque Nova Esperança e os 7,2% do Pedra 90, historicamente assolado pela dengue.


A constatação dos 28 bairros com índice superior a 3,9% – a partir do qual o Ministério da Saúde (MS) aponta risco de surto - fez com que a prefeitura programasse uma sequência de mutirões para neutralizar os focos nesses locais a partir desta quinta-feira, no Pedra 90, até 23 de dezembro.

Cerca de 320 agentes de saúde ambiental em parceria com outros da Vigilância Sanitária e da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfe) farão desde borrifação à retirada de lixo que possa servir de criadouro para o mosquito vetor da dengue.

Lixo, aliás, é figura fácil pelas ruas dos bairros com risco de surto – e responsável por 17,8% dos criadouros detectados nas amostras do Lira em Cuiabá. No Jardim Fortaleza, por exemplo, as vias sem asfalto estão salpicadas de lixo molhado pelas últimas pancadas. Quase impossível não ver sacos plásticos ou garrafas pet estacionadas na grama em frente às casas, onde também passa o esgoto a céu aberto.

São problemas de saneamento básico que saltam aos olhos na maioria dos bairros que costumam ser mais assolados pela dengue, mas a coordenadora do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Alessandra da Costa Carvalho, explica que a origem do problema continua da porta para dentro das casas. “Mais uma vez a caixa d’água é o nosso criadouro predileto”, diz, referindo-se ao local onde o Lira detectou 62,1% dos criadouros amostrados.

E, se depender da disposição dos moradores, a dengue por enquanto tem tudo para criar tragédias no Jardim Fortaleza, segundo a moradora Gisele Espírito Santo Cruz, 20, que nasceu lá. Ela conta que visita vizinhos e não é difícil se deparar com suas caixas ou tambores d’água abertos. Sabendo que seu bairro é um dos que mais concentra larvas do Aedes aegypti na cidade, ela teme por sua filha de um ano.



O Jardim Fortaleza ainda não teve qualquer morte registrada como decorrência da dengue este ano, segundo boletim epidemiológico. Até o momento, as quatro mortes confirmadas na Capital foram nos bairros Dom Aquino, CPA II, Jardim Leblon e Jardim Vitória. Outros quatro óbitos estão sendo investigados.

Cuiabá já notificou este ano mais de 4,1 mil ocorrências de dengue. Na sequência elas estão mais concentradas nos bairros Pedra 90, Jardim Industriário, Nova Esperança, Santa Isabel e Tijucal. Destes cinco primeiros, somente o Santa Isabel não é da região sul (Coxipó e adjacências), mas, como os outros, também se inclui na lista dos 28 bairros com maiores índices de infestação de larvas do mosquito da dengue e são priorizados nos mutirões da prefeitura a partir desta semana.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Repasse de alto custo sem remédio em Cuiabá


Reportagem publica na última ediçao do jornal Circuito Mato Grosso

Adriana Nascimento

Em agosto deste ano o Circuito Mato Grosso apontou, na edição 301, a via crucis dos pacientes do Estado e Capital para conseguir medicamentos de alto custo. Neste mês faz um ano que foi criada a portaria 2981, de 26 de novembro de 2009, do Ministério da Saúde que determina o repasse. No entanto, fontes ligadas à Secretaria de Estado de Saúde informaram que pacientes ainda sofrem por não conseguirem alguns remédios e a única solução é tomarem uma alta dose de paciência para aguentar o “passa amanhã”. A portaria prevê que medicamentos para: tireoide, colesterol alto, osteoporose, mal de Parkinson e doença de Chron (intestinal), devem ser repassadas pela Saúde básica para evitar sobrecarga de doenças nas redes estadual e federal.


A situação pode ser vista diariamente na farmácia de alto custo do Estado com pessoas que vão para lá por não receberem remédios da prefeitura da Capital, segundo a fonte, que preferiu não se identificar para evitar represálias.

A reportagem procurou a prefeitura de Cuiabá e a assessora farmacêutica da Secretaria Municipal de Saúde, Sandra Maria de Araújo, alegou que a situação não procede. Conforme ela, o repasse está normal a todos os pacientes que solicitaram os remédios. A assessora explica que foi pactuado pela Comissão Intergestora Bipartite (CIB) que até 1º de julho o Estado ainda forneceria os medicamentos e também que a cidade teria a liberdade de dizer como a distribuição seria feita. Nesse caso, ficou decidido que seria operacionalizada da mesma forma que o Estado, ou seja, através de cadastro dos pacientes. “Os cadastros feitos antes de julho receberam o primeiro atendimento assim que entraram com o processo em menos de 30 dias”, de acordo com Araújo.

Portanto, “todos” têm sido atendidos desde que saiu a determinação do Ministério da Saúde. Ela alega que só o remédio para o mal de Parkinson é que teve demora em ser repassado porque é só o laboratório Roche que produz e ele demorou a entregar ao município. No entanto, para ela, tudo agora está ‘normal’.

Confira reportagem completa acessando: http://www.circuitomt.com.br/home/materia/48600

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Movimento retoma atividades após processo eleitoral

O Movimento Saúde e Democracia retomar esta semana suas atividades, após paralisação por conta do processo eleitoral. Voltaremos a nos comunicar por meio deste blog e colocamos novamente os nossos e-mails saudeedemocracia@hotmail.com e saudeedemocracia@gmail.com à disposição para sugestões, críticas e denúncias relativas ao Sistema Único de Saúde (SUS) e que, consequentemente, possam contribuir com a melhoria da qualidade de vida da população mato-grossense.

Cartilha do Usuário do Sus