sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Câmara extingue Fusvag, mas rejeita "estadualização" do pronto-socorro

Cláudio Moraes/O Documento
                                              
Também na sessão de hoje, os parlamentares aprovaram, por unanimidade, a extinção da Fusvag (Fundação de Saúde de Várzea Grande). Agora, o gerenciamento completo do setor ficará sob a responsabilidade da secretaria de Saúde, hoje comandada pelo auditor Marcos José da Silva.
A extinção da Fusvag foi feita com base numa orientação do Tribunal de Contas do Estado. Hoje, a fundação acumula uma dívida de R$ 40 milhões, sendo que somente com INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) chega a R$ 32,5 milhões.
Este débito será automaticamente repassado a prefeitura. Para quitar a dívida milionária, o prefeito Sebastião dos Reis Gonçalves, o "Tião da Zaeli", irá fazer uma renegociação.
Apesar da insistência do secretário estadual licenciado de Saúde, Pedro Henry (PP), de implantar o modelo de gerenciamento por Organizações Sociais de Saúde (OSS) no pronto-socorro municipal, os parlamentares rejeitaram a proposta. A decisão foi tomada por unanimidade pelos 13 vereadores e o pronto-socorro continuará sendo administrado pela prefeitura.
Aliás, Pedro Henry foi criticado pelo péssimo atendimento verificado no hospital metropolitano do Cristo Rei. Apesar dos gastos milionários, esta unidade de saúde não conseguiu reduzir a fila de espera para cirurgias
COMENTÁRIO DO MSD:
- PARABÉNS AOS VEREADORES DE VARZEA GRANDE PELAS DECISÕES. O MODÊLO FUNDACIONAL ADOTADO NOS ANOS 70 ACABOU SE MOSTRANDO INEFICAZ E CORRUPTO . RESTA APURAR AS ORIGENS DESSA GIGANTESCA DÍVIDA  ACUMULADA E SUA LICITUDE.
FELIZMENTE A PROPOSTA NEFASTA DO SECRETÁRIO ESTADUAL PEDRO HENRY , DE ENTREGAR A GESTÃO PÚBLICA PARA AS OSS  ESTÁ SENDO RECHAÇADA POR UM NÚMERO CADA VEZ MAIOR DE SETORES DA SOCIEDADE.

Estudantes apontam má qualidade e vão processar a Unic

Katiana Pereira/Midia News

A polêmica instaurada dentro do campus da Universidade de Cuiabá (Unic) parece estar longe do fim. Estudantes do curso de Medicina revelaram, em entrevista ao MidiaNews, que irão acionar judicialmente a instituição. Um advogado já foi contratado para dar procedimento na ação.

Toda a confusão começou após a divulgação das médias baixas obtidas pela instituição, no Conceito Preliminar de Curso (CPC), do Ministério da Educação (MEC). Os acadêmicos estão revoltados com a direção da Unic, que também os culpou  pela nota 2, obtida do Índice Geral de Cursos.

O Centro Acadêmico de Medicina João Alberto Novis (Cajan) exigiu uma "retratação urgente" da instituição, no que se refere ao trecho de nota encaminhada ao site, na última sexta-feira (18), atribuindo a culpa das notas baixas ao desempenho dos alunos no Enade.

"Infelizmente, a nota obtida no CPC (Conceito Preliminar de Curso) não reflete apenas os investimentos em infraestutura, recursos didáticos pedagógicos e corpo docente realizados pela Unic, mas também o desempenho dos alunos no Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes)", diz a nota da instituição.

Em entrevista, os alunos não pouparam críticas à gestão da faculdade, que, segundo eles, é "extremamente capitalista, deixando muito a desejar na qualidade do ensino".

A estrutura considerada deficiente do curso também foi alvo de reclamações.

"As reclamações são antigas. Nem existe internet no campus, é um absurdo. Uma instituição privada que não possui um sinal de internet para os alunos... Sem contar as carteiras, que vivem quebradas. Os aparelhos de data-shows estão sem lâmpadas. Ficamos trocando de sala, constantemente, para conseguir encontrar um equipamento que funcione. Já fizemos até reunião, praticamente implorando para poder usar o equipamento. Nem em órgão público, que necessita de licitação, demora tanto para trocar uma lâmpada. Se nesse caso mínimo é essa dificuldade, imagine nos grandes problemas", disse o acadêmico Igor Carlos Dueti, presidente do Cajan.

O estudante reclamou ainda da falta de livros e da dificuldade em se fazer pesquisas.

"Ainda não consegui identificar os investimentos que alegaram ter sidos feitos na infraestrutura. Eu sento na mesma cadeira desde quando passei no vestibular. Sem contar a biblioteca, onde faltam livros. A última aquisição já tem mais de dois anos; depois de muita briga, compraram alguns livros. Mas, se quisermos estudar mesmo, temos que desembolsar mais de R$ 400 por exemplar. O nosso acervo digital é uma vergonha. E ainda têm coragem de nos culpar pelas notas baixas. É um absurdo! A mensalidade é muito cara e não reflete os investimentos, ou a falta deles", criticou o estudante.

Possível boicote

Os acadêmicos acreditam que uma das possibilidades das notas baixas obtidas no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) pode ser devido a um possível boicote do corpo discente. Alguns teriam deixado de responder questões no exame.

"Algumas das opiniões, dentro da universidade, são que possa ter havido um boicote dos alunos, que podem ter feito a prova de qualquer jeito. Mesmo se for isso, não é justificável a posição da Unic, pois um boicote é uma forma de protesto contra a falta de investimento no curso. Os alunos estão descontentes: chega de empurrar com a barriga, temos direitos e fomos prejudicados com a declaração da faculdade. Afinal, estamos pagando R$ 4 mil mensais para ter nossa imagem manchada pela própria faculdade, que deveria nos formar profissionais competentes", disse Igor Dueti.

Economia de professores

O acadêmico de Medicina Gustavo Bandeiras Santos, 24, é de Tocantins e mora em Cuiabá, somente para estudar. O estudante afirmou que os custos que tem para se manter na faculdade não estão sendo recompensados, em função da baixa qualidade do curso de graduação.

Gustavo contou que a defasagem do curso já começa no processo de vestibular e vai se agravando com o passar dos semestres.

"O vestibular da faculdade não é um bom avaliador e, quando os alunos passam no seletivo, começa um grande jogo de empurra. Realmente, empurram com a barriga: os conteúdos nos semestres iniciais são dados de qualquer jeito. Falta estrutura. Já chegamos a estudar quatro matérias importantes, reunidas em uma única. As aulas eram divididas com outros cursos de graduação. Alunos de enfermagem, fisioterapia e nós lotávamos um auditório para ver um 'apanhadão' de matérias. Isso é uma medida para diminuir os custos das aulas. E quem é prejudicado nessa história toda? Os alunos que pagam caro para estudar não têm uma educação de qualidade. Aí, quando chegamos no sétimo semestre, temos que correr atrás do conteúdo que não nos foi passado. E temos que recuperar esse tempo sozinho, já que nem temos professores com dedicação exclusiva para sanar as dúvidas. É pôr o livro embaixo do braço e se virar", afirmou.

Poucas aulas

O estudante Luis Gustavo Paganetti, 24, cursa o quinto semestre de Medicina e reclamou da quantidade de horários vagos em sua grade de ensino.

"Tem dois dias da semana, que, pela manhã, eu fico sem aula. Acho errado, pois o curso deve ser integral, conforme prometido. Em outras faculdades, os alunos ficam o dia todo estudando, com aulas e laboratório. Esse tempo vago deveria ser preenchido com aulas práticas. Temos um grande problema com aulas práticas, grande parte fica só na teoria mesmo", afirmou.

Luis Gustavo reclamou ainda das aulas práticas, que são oferecidas na Clínica Universitária, um ambulatório dentro da Unic, e no Hospital Geral Universitário. "É uma vergonha, nos casos práticos: há situações que até constrangem o paciente. São 12 alunos observando um caso médico. Isso ocorre até na ginecologia. Ficamos muito constrangidos em submeter pacientes a essa situação vexatória, mas, infelizmente, isso ocorre", reclamou o estudante.

Educação capitalista

Os alunos alegam ainda que a maior culpada da média baixa obtida do Conceito Preliminar de Curso (CPC) é a própria Unic. O CPC é composto por diferentes variáveis, que traduzem resultados da avaliação de desempenho de estudantes, infraestrutura e instalações, recursos didático-pedagógicos e corpo docente.

"O desempenho dos alunos é somente 30% da nota, os outros 70% são de responsabilidade da instituição. O grande problema da Unic é que uma educação totalmente capitalista e somos mais um número, uma soma de valores. A instituição tem se esquecido da responsabilidade social que o curso tem", completou Luis Gustavo.

Outro lado

MidiaNews tem procurado, com insistência, manter contato com a direção da Unic.

A assessoria de imprensa, no entanto, informou que a instituição não vai se manifestar sobre a questão. E que, quando o fizer, será por meio notas e quando julgar necessário.

- A GRANDE EXPANSÃO DE OFERTA DE VAGAS NOS CURSOS DE MEDICINA ( E OUTROS)  NO BRASIL A PARTIR DOS ANOS 70 SE FEZ ATRAVÉS DA IMPLANTAÇÃO DE ESCOLAS PRIVADAS, QUE FUNCIONAM VISANDO GANHOS  QUE POSSAM ENRIQUECER SEUS PROPRIETÁRIOS .

- DESSA FORMA, PARA TER UM LUCRO MÁXIMO, ESSAS ESCOLAS INVESTEM POUCO EM INFRAESTRUTURA,  EM PESSOAL QUALIFICADO E EM EQUIPAMENTOS E MATERIAIS . É LÓGICO, QUANTO MENOS GASTAREM, MAIOR SERÁ A LUCRATIVIDADE.

- AS ALTÍSSIMAS MENSALIDADES PAGAS, AS VEZES AS CUSTAS DE ENORMES SACRIFÍCIOS POR SUAS FAMÍLIAS NÃO VÃO RESULTAR EM UM BOM APRENDIZADO. A CONSEQUÊNCIA DESSE ENSINO DE BAIXA QUALIDADE É JOGAR NO MERCADO  PROFISSIONAIS MAL – PREPARADOS E FREQUENTEMENTE ESTIGMATIZADOS POR SE FORMAREM EM TAIS ESCOLAS.  ACABAM TENDO DIFICULDADES PARA CONSEGUIR VAGAS NOS CONCURSOS PARA ESPECIALIZAÇÃO E PARA OBTER  BONS EMPREGOS NO FUTURO.

Homero destina R$ 400 mil do OGU para Hospital do Câncer de Cuiabá

De Brasília - Marcos Coutinho/Olhar Direto

O deputado federal Homero Pereira (PSD-MT) decidiu priorizar o Hospital do Câncer de Cuiabá com a destinação de R$ 400 mil de sua cota de emenda individual para o Orçamento Geral da União (OGU) de 2012.

"A população mato-grossense precisa de uma unidade pública de referência no tratamento, e tenho certeza que este recurso será bem aproveitado na melhoria do atendimento gratuito em uma instituição com credibilidade e serviços prestados em Mato Grosso”, justifica o parlamentar.

De acordo com o presidente do HC, João Castilho Moreno, em 2010 o hospital conseguiu atender 47 mil pacientes, num cálculo aproximado. É a instituição hospitalar com maior número de procedimentos médicos em câncer em MT. “E para continuar ofertado um serviço de qualidade e digno, acompanhar a tecnologia e melhorar o ambiente precisamos de investimentos”, observou Moreno.

Outra contribuição para o setor de saúde foi uma emenda de R$ 100 mil para o Hospital Sara Kubitschek, referência nacional no tratamento de traumas ortopédicos.

COMENTÁRIO DO MSD:

- O HOSPITAL DO CANCER É UMA INSTITUIÇÃO PRIVADA CUJA PRODUÇÃO DE SERVIÇOS É INTEIRAMENTE PAGA PELO SUS ATRAVÉS DE CONVENIO COM A SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE. PORTANTO, RECEBEU PAGAMENTO POR TODO O TRABALHO QUE PRESTOU.

- BOM SERIA SE OS HOSPITAIS PÚBLICOS DE MATO GROSSO TAMBÉM FOSSEM LEMBRADOS PELO PARLAMENTAR , QUE PODERIA OBTER RECURSOS POR EXEMPLO PARA OS PRONTO SOCORROS DE CUIABA E VARZEA GRANDE E PARA O HOSPITAL UNIVERSITARIO JULIO MULLER, QUE FICAM EM MATO GROSSO E NÃO EM BRASÍLIA, COMO O HOSPITAL SARA KUBITSCHEK, QUE É LIGADO DIRETAMENTE A PRESIDENCIA DA REPÚBLICA E RECEBE MAIS RECURSOS DO QUE MUITOS ESTADOS BRASILEIROS.

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