Há um ano e meio o Movimento Saúde e Democracia (MDS) vem defendendo um grande hospital público estadual em Cuiabá como a solução para o caos em que se encontra a saúde em Mato Grosso. Esta semana, O Fantástico, e depois a TV Centro América (que produziu a reportagem local), traduziu nacionalmente esta necessidade ao mostrar o que eles chamaram de o maior elefante branco de Mato Grosso: a obra do Hospital Central, paralisada há décadas em Cuiabá.
A questão da necessidade de um grande hospital público estadual é um debate inevitável, mas que, pelo que parece, o Governo do Estado não está disposto a encarar. O ex-governador Blairo Maggi chegou a retomar a obra do Hospital Central em 2003. Gastou dinheiro público, entretando a obra foi novamente paralisada.
Quem sabe agora, tendo a ferida exposta em nível nacional, naturalmente com repercussão internacional tamanha a velocidade com que a informação circula hoje no mundo, as autoridades públicas deste estado se envergonhem da situação de falência em que chegou a saúde em Mato Grosso e abram as discussões em torno do hospital público estadual.
Vemos como um grande avanço a manifestação da Procuradoria Geral do Estado em prometer, na mesma reportagem da Rede Globo, lutar pela retomada da obra do Hospital Central, até porque já existe uma decisão judicial e que até hoje não foi cumprida. E também a adesão a esta luta pela sociedade em geral por compreender que não é privatizando o SUS, entregando-o à iniciativa privada, às Organizações Sociais, que os problemas serão solucionados.
A luta do Movimento Saúde e Democracia continua e ainda mais fortalecida. É o clamor popular ecoando pelos quatro cantos. A cada dia o MSD recebe a adesão pública e até mesmo a imprensa, que antes estava focada em problemas pontuais da saúde, agora cede suas manchetes à questão macro do SUS em Mato Grosso por compreender, em tempo, que a única saída para o caos é o Hospital Público Estadual.