quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

PSF inaugurado há 15 dias em Cuiabá até hoje não tem vacina e nem álcool

Reforma levou 14 meses para ser concluída.
A denúncia está publicada no Blog da Sandra Carvalho:

A unidade do Programa de Saúde da Família (PSF) do Carumbé e Bela Vista, em Cuiabá, inaugurada dia 30 de novembro passado, até hoje, 15 dias depois, não tem geladeira, vacina, álcool, foco de luz para coleta de exame de colo de útero, água para os funcionários e nem recepcionista. Ressaltando que a reforma levou 14 meses prá ser concluída.

Para completar, a unidade ainda não dispõe de agentes de saúde para visitas domiciliares, como prevê o programa criado pelo Governo Federal, gerido e mantido pelos municípios. O que se percebe é uma equipe querendo trabalhar mais sem as mínimas condições de prestar o serviço a que se propõe o PSF.

Em 2009, a unidade funcionava como Centro de Saúde e foi submetida à reforma a partir do mês de outubro para passar a abrigar duas equipes do Programa de Saúde da Família, cujos resultados são mais eficazes.


Solenidade de inauguração do PSF
 Depois da troca de secretários de saúde, no final desse mesmo ano, a obra ficou paralisada e só foi retomada cinco meses depois, período que os moradores daquela área de abrangência ficaram praticamente sem assistência ou tiveram que recorrer a outras unidades, cuja capacidade de atendimento já é previamente definidas.

O morador do bairro Bela Vista, Valdemiro de Faria, 61 anos, é direto: “Essa Prefeitura é um problema. Farta água, a cidade tá cheia de buraco, aumenta o IPTU, a passagem de ônibus e não tem saúde”.

Blog da Sandra Carvalho: http://www.24horasnews.com.br/blog/index.php?tipo=lista&blogueiro=9

Greve dos médicos: situações diferentes em Cuiabá e Várzea Grande

Os médicos de Várzea Grande estão em greve desde a zero hora desta quarta-feira (15) reivindicando melhores salários, o que é justo.


A paralisação envolve toda a rede municipal de saúde, com exceção do Box de Emergência do Pronto Socorro da cidade. Em 2009, os médicos também fizeram greve em Cuiabá, que ganhou grande repercussão na imprensa.

Integrantes do Movimento Saúde e Cidadania avaliam que são coisas muito distintas. A greve dos médicos na capital gerou mais manchetes porque o Hospital e Pronto Socorro Municipal de Cuiabá atende pacientes de todo o Estado de Mato Grosso. Ou seja, prejudicou muito mais pessoas.

De outro lado, os médicos paralisaram o Box de Emergência, que é o “coração” de um Pronto Socorro, por colocar em risco a vida de pessoas. Este item por si só já provocou um estardalhaço em todo o Estado.

Por fim, a greve “coincidiu” com o período pré-campanha eleitoral e o movimento ganhou cunho eleitoreiro. No caso de Várzea Grande, a greve não está acontecendo em período pré-campanha, o que leva a supor que não tenha tanta repercussão na mídia e impacto na sociedade mato-grossense.

Médicos de VG estão em greve e só atendem emergência


O Diário de Cuiabá traz, na edição desta quarta-feira (15/12) matéria anunciando greve dos médicos em Várzea Grande a partir da zero hora. Confira abaixo reportagem na íntegra:


Alecy Alves

A partir de hoje a população várzea-grandense que já sofria com a precariedade dos serviços de saúde ficará sem nada. Isso mesmo. Portanto, enganou-se aquele que achava que a situação estava ruim e não poderia piorar. Os médicos do município, cerca de 250, decretaram greve por tempo indeterminado. Os postos de saúde e as policlínicas param de atender. Já o Pronto-Socorro e Hospital Municipal (PSHMVG) implantará um modelo de triagem mais rigoroso do que aquele que vinha sendo praticado há meses.

Somente os pacientes em situação de urgência e emergência serão atendidos. A greve é contra o descumprimento do acordo firmado entre a categoria e a prefeitura de Várzea Grande, que se comprometeu a aumentar o piso salarial dos médicos de R$ 1,3 mil para R$ 1,6 mil a partir de setembro deste ano e não o fez. Os profissionais de saúde também protestam contra o atraso no repasse da verba indenizatória, uma espécie de complementação salarial paga com recursos do Estado.

Até ontem funcionava no PSHMVG um sistema de atendimento por “classificação de gravidade”. A triagem dos pacientes que receberiam assistência médica estava sendo definida por cores. Se a situação se enquadrasse na cor vermelha, um princípio de enfarto, por exemplo, seria levado imediatamente para consulta. Os demais, da cor amarela até a azul, esperariam ser chamados conforme a classificação de urgência feita pelos próprios médicos. Nervoso e revoltado, Josivan Rodrigues Feitosa, marido de Lucilene Aparecida Torres, avaliou o serviço do PSHMVG como um desrespeito ao cidadão.

Lucilene, que há três dias mal consegue caminhar por causa das dores que sente na região uterina, não conseguiu atendimento ontem. “O médico nos disse que só atenderia se ela estivesse grávida ou com hemorragia, sangrando bastante”, contou o marido. “Tenho vontade de quebrar tudo aqui”. Ele disse que sua revolta maior é porque, mesmo pagando tantos impostos, precisava mendigar um socorro.

Jociley Messias, que ontem esteve pela segunda vez no Pronto-Socorro em menos de 24 horas, acha que em Várzea Grande a população está sendo muito maltratada. Com dores no abdômen, na segunda-feira ele conseguiu ser atendido, mas não passou por nenhum exame e recebeu apenas uma injeção de analgésico na veia. Ele disse que até voltou para casa, mas passou a noite em claro, sem dormir por causa das dores e que, por isso, decidiu recorrer mais uma vez ao PS.

OUTRO LADO - No início da tarde de ontem, o diretor geral do PSHMVG, João Betelho, disse que desconhecia a decisão dos médicos e que não havia recebido nenhuma notificação sobre a grave. Entretanto, Botelho avisou que a resposta aos grevistas será à altura do movimento. A prefeitura, disse, cobrará o cumprimento da responsabilidade de manter 30% dos serviços em pleno funcionamento.

“Não vamos aceitar que venham aqui e digam que estão trabalhando, enquanto permanecem com os braços cruzados”, disse. “Nossa resposta será a altura, do jeito que vier voltará”, completou, observando que recorrerá aos meios necessários se for preciso para manter as unidades em funcionamento. A reportagem tentou, mas não conseguiu falar com o secretário municipal de Saúde, Renato Tápias Tetilla.

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