A constatação foi feita pelo Conselho Regional de Medicina (CRM/MT) segundo reportagem de hoje (05/01) do jornal Folha do Estado. Confira o texto na íntegra:
Laura Petráglia
Depois de cinco mortes de recém-nascidos prematuros em 15 dias, e de ficar interditada por três dias por conta de uma suspeita de infecção, a UTI Neonatal do Pronto-Socorro de Cuiabá passou por uma vistoria de dois médicos que fazem parte do Conselho Regional de Medicina (CRM). Constatou-se que dos 10 leitos disponíveis, apenas quatro funcionam, por falta de aparelhagem. De acordo com presidente do CRM, Arlan Azevedo, no aspecto ligado à infecção, o ambiente está dentro do padrão estabelecido pela Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para leitos de Unidades de Terapia Intensiva, porém sem todos funcionado.
“Verificamos que em relação ao risco de infecção, todas as normas da Anvisa estão sendo seguidas. Porém o não funcionamento de mais da metade dos leitos é uma irregularidade tão grave quanto. Verificamos que os leitos foram desativados por falta de equipamentos simples como respirador, umidificador que estragaram e não foram repostos. Coisas simples que podiam ser resolvidas chegaram a esse ponto de prejuízo para a população. Vamos enviar o relatório da vistoria para superintendência do pronto-socorro para que tome providências. Paralelo a isso vamos enviar o mesmo relatório para Secretaria de Estado de Saúde e para o Ministério Público”, disse.
Toda polêmica em torno do pronto-socorro começou com as mortes de cinco recém-nascidos que estavam na UTI do local. Os óbitos foram registrados entre 18 e 26 de dezembro, segundo o Conselho Regional de Medicina de Medicina de Mato Grosso, CRM. A suspeita é de que três dessas crianças tenham morrido em decorrência de uma bactéria conhecida como ‘Estafilo Coagulasse Negativo’, mas apenas em uma morte foi confirmada por esta bactéria.
O médico infectologista e coordenador da comissão de controle hospitalar do PS, Luciano Correia Ribeiro, explicou em entrevista recente que em uma dessas crianças a bactéria foi identificada no sangue, o que certamente foi a causa da morte. Nos outros dois bebês a bactéria foi encontrada em culturas na pele e ainda estão sendo investigadas. Em cerca de 10 dias será possível saber a causa dos óbitos. Conforme o infectologista, não é possível afirmar que, nestes dois casos, as crianças tenham morrido em decorrência da bactéria pois já apresentavam doenças de base e foram transferidas de unidades do interior.
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