Está no Blog da Sandra Carvalho
A postura do médico Pedro Henry, secretário de Estado de Saúde, não tem agradado nada a sua própria classe. Ao anunciar a privatização dos hospitais regionais, os cerca de 3.500 colegas de profissão decidiram, em assembleia geral, votar pelo indicativo de greve por tempo indeterminado. Os profissionais não concordam com a política de saúde pública defendida pelo secretário.
Depois de se envolver em grandes escândalos nacionais, como a Máfia das Sanguessugas, Henry assumiu uma das pastas mais importantes e críticas da gestão pública estadual com discurso de moralização e dossiês de improbidade administrativa no governo passado, a quem apoiava literalmente.
“Somos contrários a privatização de um serviço que é atribuição do Estado, pois acreditamos que colocar a responsabilidade nas mãos de Organizações Sociais (OSs) não irá resolver o problema”, alega o presidente do Sindicato dos Médicos do Estado de Mato Grosso (Sindimed-MT), Edinaldo Lemos.
A categoria vem lutando desde o ano passado pela aprovação do Plano de Cargos Carreiras e Vencimentos. Porém, o projeto encontra-se parado nas mãos do procurador-geral do Estado, Dorgival Veras. Para Lemos, há necessidade de se realizar concurso público para admissão de profissionais, além da implantação de um novo modelo de gestão. “Terceirizar a responsabilidade não é implantar um novo modelo”, critica.
O Sindicato ressalta a luta dos médicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) no final de 2010. Os profissionais buscam a aprovação de um PCCV e da regulamentação da profissão, visto que exercem a função de socorrista ilegalmente. Mas, novamente, a proposta encontra-se retida nas mãos do Governo do Estado.
Em relação à terceirização dos serviços de saúde, Lemos relembra que Mato Grosso possui experiências recentes com Organizações Sociais. “Essa é uma forma de burlar a Lei de Responsabilidade Fiscal, visto que essas empresas não são obrigadas a prestarem contas ao Tribunal de Contas da União (TCU). Assim, o Estado se exime da responsabilidade”, dispara.
Lemos lembra que em abril do ano passado foi deflagrada a Operação Hygeia, na qual foram presos os presidentes dos Institutos Idheas e Creatio. Ambas entidades prestavam serviço para a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e para as prefeituras de Santo Antônio do Leverger, Pontes e Lacerda, Tangará da Serra e Colíder.
Edinaldo destaca, todavia, que a iminência de greve também deve-se ao fato do sistema público de saúde estar sucateado. “Queremos melhores condições de trabalho. Consequentemente, melhores condições para a realização de um atendimento mais humano e digno para a população”, finaliza, ressaltando que solicitou a realização de uma audiência da categoria com o secretário de Saúde. (www.sandracarvalhocuiaba.blogspot.com)
Parabéns pela matéria.
ResponderExcluirFico pensando que o concurso público é um dos principais meios das classes menos favorecida conquistar espaço no mercado de trabalho. Pois é independente do famoso QI (que mudou o seu foco de quantidade de Inteligência para Quem Indica). Vários funcionários tem sofrido perseguições e assédio moral, sendo concursado. Fico imaginando o que sofreram estes profissionais que estaram a mercê destas instituições. Gostaria que fosse colocado as claras quais garantia de melhoria, qualidade de trabalho, redução de custo e melhoria do atendimento a população irá ter. Os meios de comunicações já estam na mão de alguns grupos, as empresa de energia de outros grupos, a de saneamento de outro grupo, de obras, TI e agora "a saúde". Onde isso vai parar se ficarmos sentados vendo isso acontecer. hoje são os hospitais, já tentaram fazer nos USF (unidades de Saúde da Familia). Fico pensando pra quer ter toda uma estrutura adm de saúde pública se não terá para quem prestar apoio e auxílio. Se haverá outra adm paralela. Como nas secretaria municipais que privatizaram seus estabelecimentos e tinha um secretario de saúde que não apitava em nda e um diretor de OS que mandava em tudo.
Meus amigos vamos abrir os olhos.