Wagner Simplício
O Sistema Único de Saúde é o maior avanço social presente na constituição brasileira, graças a ele 85% dos brasileiros tem acesso à saúde, consultas, exames, medicamentos, internações, cirurgias e diversos tratamentos. O restante dos 15% da população que não procura o SUS para assistência, também é coberta pelas atividades da Saúde Publica através da promoção à saúde como vacinas (crianças, idosos, adultos), saúde animal (controle das zoonoses), através das ações de controle e fiscalização nos portos, aeroportos, supermercados, clinicas, hospitais ou consultórios, na fiscalização da água de abastecimento, na fiscalização dos alimentos, medicamentos e produtos hospitalares, etc.
Apesar da grandiosidade das tarefas impostas ao SUS, temos assistido um processo de diminuição de investimento por parte do governo federal e o aprofundamento da crise da saúde durante o governo Lula. Inclusive sua inércia para regulamentar a emenda constitucional 29 que garantirá fontes permanentes de recursos públicos para a saúde. Parte desta inércia pela oposição de setores da equipe econômica em ampliar verbas para a saúde.
Por outro lado a apatia do governo estadual frente à saúde publica, onde nos oito anos de governo Blairo pouco fez pela saúde em Mato Grosso. Os últimos avanços no campo da saúde em Mato Grosso foram durante o governo Dante apresentando uma diretriz clara no fortalecimento da atenção básica, na estruturação da rede secundaria e nos projetos de ampliação da rede hospitalar publica e no fortalecimento de mecanismos de controle e fiscalização.
No estado de Mato Grosso não existe estrutura hospitalar estadual nem federal de grande porte para atender a população. O Hospital Universitário da UFMT tem o caráter de ensino e o hospital estadual-Central é um esqueleto abandonado no Centro Político Administrativo. Onde a administração estadual propôs transformá-lo em sede de escritórios burocráticos e abandonar sua finalidade em funcionar como estrutura hospitalar, ampliando a quantidade de leitos públicos tão necessários ao nosso estado.
Nos últimos anos tivemos o fechamento de diversos hospitais em nossa capital entre eles, os hospitais Santa Cruz, Modelo, São Tomé, Clinicas (antigo Neurológico) e a desativação de outros menores. Alem destes vários hospitais pelo interior do estado encerraram suas atividades. Neste mesmo período tivemos um aumento significativo da população de Mato Grosso. Estima-se que atualmente temos um déficit de 400 (quatrocentos) leitos hospitalares.
Com a realização da Copa 2014 em Mato Grosso é o momento de garantir que a pauta da saúde seja inserida neste projeto. Sem duvida que são importantes novos viadutos, alargamento de avenidas, corredores de transporte publico, aeroporto moderno, mas temos que apresentar um projeto de investimento para dotar Cuiabá e Várzea Grande de uma infra-estrutura hospitalar de saúde até 2014. Para tal devemos garantir investimentos necessários para cobrir a deficiência de leitos hospitalares na região metropolitana assim como em Mato Grosso.
Devemos garantir por parte do governo federal a construção do novo complexo hospitalar da UFMT, do governo do estado o término do Hospital Central do Estado, seu equipamento e lotação de pessoal para referência em média e alta complexidade, a ampliação das policlínicas de Cuiabá e Várzea Grande. Principalmente a transformação da Policlínica do Verdão em hospital de urgência e Pronto Socorro (traumas), utilizando a área anexa e a construção de um heliporto para desembarque de pacientes. Como a reforma do Hospital e Pronto Socorro de Cuiabá e o Pronto Socorro de Várzea Grande dotando-os das condições de funcionamento de acordo com as normas técnicas e os padrões sanitários.
Esperamos que o governo do estado, junto com a assembléia legislativa e as administrações de Cuiabá e Várzea Grande realizem o esforço de efetivamente dar um choque de gestão na saúde publica de Mato Grosso e com este esforço constituir nosso SUS de uma rede hospitalar que contribua hoje com o fim das filas e esteja efetivamente estruturada para a realização da Copa de 2014.
Wagner Simplício, membro do Movimento Saúde e Democracia
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