Os médicos estão pedindo demissão da rede pública de saúde em Cuiabá e obrigam os pais a fazerem uma peregrinação em busca de atendimento. Na escala de plantões, que fica exposta na parede das Policlínicas, espaços estão em branco e apontam a falta dos profissionais. A técnica em nutrição escolar, Valdirene Pereira Gomes, 32, precisou pegar 8 ônibus e passar pelas unidades do Planalto, CPA, Verdão e Coxipó. Em nenhuma conseguiu assistência para o filho, que tem 7 anos e estava com náuseas, dor de cabeça e garganta inflamada. A solução encontrada pela mãe foi apelar para remédios caseiros e fazer a automedicação com ajuda de um farmacêutico.
Ela conta que as atendentes informavam que não havia pediatra e que o clínico geral não atendia crianças. As servidoras aconselharam a mãe a procurar outras unidades, onde havia o mesmo problema.
A escassez não está apenas no serviço de emergência. O ambulatório também está com atendimento restrito e as pessoas precisam acordar muito cedo e ficar por horas na fila para conseguir uma vaga. A doméstica Maria Josinalva da Silva, 30, afirma que apenas uma vez por semana as consultas são marcadas e apenas 40 vagas são disponibilizadas na Policlínica do CPA.
COMENTÁRIOS DO MSD:
Em 2009 os profissionais de medicina, funcionários do Município de Cuiabá, fizeram uma greve por melhores salários. Ganharam a parada e receberam aumentos significativos e que garantirão aos estatutários uma boa aposentadoria. Hoje, no Governo Chico Galindo, que não explica pra onde foi o dinheiro repassado pelo Ministério da Saúde para o SUS/Cuiabá, pela falta de transparência e pela suspeita gestão financeira, os médicos, prestadores de serviços (contratos temporários) estão pedindo desligamento por falta de condições de trabalho. É crise de má gestão e de descompromisso com o SUS/Cuiabá e com 85% do povo cuiabano que é usuário do SUS.
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