LUIZ FERNANDO ROGÉRIO
O presente artigo é uma pequena contribuição para a Chapada dos Guimarães, vamos comparar algumas informações dos Municípios de Bonito (MS) e Pirenópolis (GO) com Chapada, em um contexto regional da Saúde. A região de Chapada hoje se encontra em descaracterização causada pela especulação imobiliária, devastação de suas matas e exploração da pecuária, queimadas entre tantos outros fatores de degradação não apenas ambiental, mas também social.
A população de Chapada era de 17.799 de habitantes, de acordo com o Censo Demográfico do IBGE (2010). Pirenópolis 20.950 (Data SUS) e Bonito 17.851 habitantes, todas as três com clara aptidão ao turismo, todas com uma bela natureza e todas no Centro Oeste do Brasil.
Não estou aqui comparando Chapada a Campos do Jordão nem a Gramado, quero demonstrar como realidades parecidas apresentam grandes distorções e como o poder publico tem que melhorar e muito seus serviços.
A informação que mais me deixou assustado é que enquanto em Chapada dos Guimarães as principais causas de morte são os fatores externos tais como atropelamento, assassinatos, acidentes de carro, enfim fatores ligados a violência, totalizando 26% das causas de óbito, há ainda os casos letais de doenças do aparelho respiratório, que tem tudo a ver com queimadas, poeira e queima do lixo durante o período das secas e fungos, infecções no período das chuvas.
Pasmem que um em cada quatro habitantes de Chapada vai morrer de causas externas, violentas, mas em Bonito esse índice cai para 9,2 e em Pirenópolis 8,4 em cada 100 habitantes.
O lixo coletado em Chapada é em torno de 50%, 30% é queimado, 12% é enterrado nas propriedades e o restante 6% é jogado a céu aberto. Pirenópolis tem uma coleta em torno de 60% e Bonito 75% de coleta de lixo. Aqui começa a diferença!
O Abastecimento de Água em Chapada dos Guimarães é mais ou menos igual nas três cidades. Sendo que em Bonito em torno de 80% da população recebe água pela rede geral, em Pirenópolis 70% e em Chapada apenas 60% da população ficando para trás nesse item também.
Segundo o Data SUS, ainda em 2009, Pirenópolis contava com 30 médicos, Bonito tinha 39 e Chapada no mesmo período contava com 22 médicos, 9 enfermeiros e 14 técnicos de enfermagem. Chapada com a metade dos médicos que tem Bonito.
Com relação à cobertura vacinal de imonobiológicos tais como BCG, Hepatite, Febre Amarela, Sarampo, Tríplice entre outras proteções, Bonito e Pirenópolis apresentam coberturas acima de 100%. Chapada no geral apresenta um bom indicador apesar de ficar a baixo os municípios comparados.
Alguns outros dados relevantes dizem respeito aos valores investidos na saúde: enquanto em Bonito a despesa com saúde por habitante é de R$ 371,93 em Pirenópolis é de R$ 155,64 e na nossa querida Chapada dos Guimarães é de R$ 231,10 ficando na média entre os três municípios comparados.
Um dado que me chamou a atenção, pois considero positivo e o cobertura do programa de saúde da família que em Chapada tem praticamente toda a população coberta o que mostra uma preocupação pelos gestores da saúde municipal em organizar o Sistema fato não verificado com os municípios comparados.
Algumas sugestões.
Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Cultura e Turismo em parceria com a SEMA:
Mapear, monitorar, controlar e combater focos de degrada¬ção e comprometimento ambiental, incluindo os aspectos de saúde no processo de licencia¬mento ambiental, normalizar conjuntamente referências à qualidade da água ao abastecimento e do solo, bem como à poluição do ar; desenvolver ações conjuntas de promoção de ambientes saudáveis; implantar temas relacionados à saúde ambiental junto aos programas de educação ambiental; assegurar a participação do setor Saúde na implementa¬ção desenvolver capacitação de recursos humanos; Controlar focos de incêndio e desmatamento, cuidar do transporte de produtos perigosos e incentivar po¬líticas que utilizem meios de transporte menos poluentes e práticas que contribuam para a promoção da saúde.
• Secretaria Municipal de administração de chapada dos Guimarães:
Elaborar políticas de planejamento municipal com a inserção do enfoque da saúde ambiental;; desenvolver, em parceria com a saúde, programas, espaços saudáveis; desenvolver capacitação de recursos humanos; valorizar o uso de tecnologias limpas nas obras públicas; projetos de saneamento o enfoque da saúde ambiental; apoiar ações que garantam o acesso de toda população à água potável e aos demais serviços de saneamento; assim como atentar para o controle do meio ambiente, principalmente voltado a preservação da natureza.
• Secretaria Municipal de Educação, cultura, SEDUC e Ação Social
Priorizar conteúdos referentes à saúde ambiental como temas trans¬versais vinculados às disciplinas das grades curriculares em todos os níveis de ensino; estimu¬lar o desenvolvimento de estudos e pesquisas prioritárias para saúde ambiental; desenvolver a capacitação de recursos humanos, identificar, incentivar e popularizar os valores culturais referentes à saúde e ao ambiente,tomar providências em relação ao reconhecimento de doenças relacionadas a IRA. Utilizar meios de comunicação para a educação e a mo¬bilização da sociedade em prol da saúde ambiental.
Ministério Público e judiciário: Assegurar ao Cidadão e ao meio ambiente ser respeitado .
Por fim, considero que a população em geral também deve ajudar, cuidando das águas paradas e focos de dengue, evitando a queima dos lixos, cuidando para que o acúmulo de sujeiras evite proliferação de insetos ou outros animais transmissores de doenças, bem como cuidado do ambiente, que está instrinsecamente relacionado com a dimensão ambiental. Espero com essas poucas linhas contribuir para uma sociedade melhor para todos.
Luiz Fernando Rogério é empresário e especialista em Sistema e Serviços de Saúde pela UFMT-ISC. email: lf.roger@gmail.com
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