O Movimento Saúde e Democracia (MSD) começa a se fortalecer nos bairros da Capital e, em sua primeira reunião de trabalho realizada dia 13 de abril na sede da Ucam- União Cioxipoense de Associações de Moradores, líderes comunitários saíram em defesa do SUS e da efetiva participação popular em busca de melhor estrutura, condições de trabalho e de acesso aos serviços, além da aplicação correta e transparente dos recursos públicos.
“Eu sofri um enfarto e só não morri porque recebi atendimento médico e remédios do SUS anos atrás”, relatou emocionado o presidente da UCAM, Valmir Cardoso de Oliveira, um dos fundadores do movimento comunitário do país que também participou ativamente da implantação do SUS.
Membro da Comissão Executiva do Movimento Saúde e Democracia, o dentista Wagner Simplício lembrou que antes do SUS o cidadão só tinha acesso aos serviços de saúde se tivesse carteira assinada. “Ambulantes, sacoleiras e outros que viviam na informalidade precisavam passar pela humilhação de tirar um atestado de pobreza para conseguir uma consulta, um exame”, relatou ele.
Walter Arruda, presidente da FEMAB – Federação Mato-Grossense de Associações de Bairro destacou a importância da participação do usuário na gestão do SUS, colocando o MSD como um dos instrumentos, a exemplo dos Conselhos Municipais de Saúde. “O Sistema Único de Saúde funciona e muito bem, porém, para que seja cada vez melhor, precisamos nos unir para defender que ele executado na sua plenitude”, conclamou o lidere comunitário, aproveitando a reunião para convidar os líderes a participarem do Fórum de Saúde Pública que será realizado em Rondonópolis nos dias 31 de abril e 1 de maio próximos.
Abrindo as discussões, a enfermeira Iracema Alencar agradeceu a presença de um pastor da Igreja Universal na reunião do MSD. “Aqui nós não temos cor partidária, religião ou nível sócio-econômico. Somos um só em defesa do SUS, e as igrejas constituem um ambiente em que podemos mobilizar os cidadãos para esta luta que é de todos”.
Por outro lado, a também enfermeira Virgilina Goudinho explicou aos participantes que a finalidade do MSD é principalmente de ouvir o que os usuários têm a dizer sobre o SUS, como críticas, elogios e sugestões, para a partir daí fazer com que isso chegue ao conhecimento das autoridades e façam com que os gestores adotem medidas em busca de transformações.
“Temos percebido que muitos médicos não estão cumprindo com a carga horária nos PSFs”, denunciou o presidente do Pedra 90 I, Antônio Marcos Lemos, o Baiano. Já Francisco Ferreira Campos, o Ceará, presidente do Pedra 90 II, foi taxativo: “muitos usuários conseguem atendimento ágil e eficaz nas unidades de saúde e ainda saem falando mal do SUS”, reclamou. A reunião contou também com a participação de representantes do Conselho Estadual de Saúde, de outras comunidades, profissionais da saúde e usuários anônimos.
O MSD começa essa série de reuniões com as lideranças de Bairros de Cuiabá e outras cidades do Interior. Nos depoimentos emocionados daqueles que tiveram como única chance de sobreviver a uma doença grave, a Assistência prestada pelo SUS, percebemos o quanto é importante os cidadãos deste País se mobilizarem para garantir que o SUS de direito se torne o SUS de fato, com acesso Universal, com garantia de tratamento Integral, com respeito a dignidade dos usuários e dos trabalhadores desse SUS, que é motivo de orgulho para os brasileiros e também é motivo de grande preocupação pelo momento que atravessa.
ResponderExcluirAs Associações de Moradores de Bairros devem convocar seus associados, para juntos exigir prestações de contas dos gestores (Secretários de Saúde,não só do dinheiro gasto, mas das ações que estão realizando para garantir os direitos assegurados na Lei, que por sinal é uma das que mais protegem os cidadãos no mundo.
As Associações devem também pedir que os representantes dos usuários nos Conselhos de Saúde prestem contas de suas participações nesses espaçõs. Eles tem que se reunir com a Comunidade e dizer como estão atuando para fazer um efetivo e eficaz Controle Social.
Parabéns a FEMAB e a UCAM, nas pessoas de seus presidentes, que têm consciência de que não basta apenas reclamar, têm que se organizar e mostrar a força que a população tem quando se une em pról do bem comum.
Avante, sempre avante. Sucesso nos próximos encontros.
A defesa do SUS e as necessárias correções de rumo que necessitam se fazer para um funcionamento cada vez melhor, de mais fácil acesso , com atendimento de qualidade e humanizado somente ocorrerão quando o agente maior de transformação for o usuário. Daí ser fundamental a participação popular, sem amarras formais e sem o engessamento burocrático das atuais instâncias de contrôle social. Parabéns ao MSD. Nei Moreira.
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