Sinara Alvares
Folha do Estado
Apesar das ações de combate a dengue, campanhas publicitárias e vistorias de porta em porta, Cuiabá ainda corre o risco de uma epidemia de dengue.
O problema de saúde pública já foi objeto, até mesmo, da intervenção do Ministério Público Estadual que avalia uma falha integrada no combate ao mosquito aedes aegypti que pode comprometer, inclusive, a imagem da região na tão esperada Copa de 2014. Cuiabá está entre as 14 capitais brasileiras em situação de alerta para um possível surto de dengue de acordo com o Ministério da Saúde.
Para o promotor de Justiça Alexandre de Matos Guedes o problema de combate à doença é multi-setorial, pois envolve diversas áreas. “Percebemos que além de falhas na execução das ações, existem problemas que devem ser enfrentados por diversos órgãos do Poder Público e não somente pelas Secretarias de Saúde”, explicou ele.
Como exemplo o promotor citou a coleta de lixo que, além de acumular sujeira pela cidade é um perigo constante de focos de dengue. Em sua avaliação, enquanto não houver um sistema de coleta de lixo regular e eficiente a proliferação do mosquito nada dengue não vai ser controlada.
“Apesar dos técnicos se esforçarem até agora o município de Cuiabá não tem atendido as expectativas no combate a dengue. Enquanto houver lixo acumulado haverá dengue. Em geral, Mato Grosso não tem dado uma solução adequada aos resíduos sólidos. Não estou dizendo que seja culpa apenas da saúde, é um problema com muitas origens”, apontou.
Pneus acumulados e ao ar livre, como é possível encontrar com frequência no depósito de pneus da Prefeitura na av. Beira Rio, preocupa a população. Uma casa em construção na rua 14 do bairro Boa Esperança, em Cuiabá, gera revolta. Moradores do local reclamam que na casa, há meses, ninguém entra.
É possível ver pelo muro das casas vizinhas a piscina com pouca água e já esverdeada pelo lodo acumulado e com muitos mosquitos. “De que adianta passar o pessoal da dengue aqui se temos aqui do lado o maior foco?”,afirmou Jussara Marques que mora ao lado da casa que está em construção.
A vizinhança afirma que já ligaram para a Vigilância Sanitária, Centro de Zoonose, mas os órgãos informaram que precisavam de autorização judicial para entrar na residência.
O coordenador da Vigilância Sanitária, Divalmo Pereira afirma que a vigilância entra apenas em estabelecimento abertos e que para entrar em residências precisa de autorização judicial. Entretanto se comprometeu a ir ao local verificar o problema.
O promotor Alexandre Guedes afirmou que os fiscais no exercício de suas funções não precisam de autorização judicial para eliminar focos de dengue em residências.
“Em Cuiabá é preciso também fazer mais ações repressivas com multas. Mas são poucos fiscais”, analisou. Os municípios pequenos têm mais resultados no combate a dengue se comparado aos grandes centros. Na constatação foi feita pelo MPE, a Procuradoria de Justiça Especializada na Defesa da Cidadania está analisando informações enviadas pelas Prefeituras à instituição.
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