Wagner Simplício
Com o período das chuvas vem a apreensão do perigo da Dengue. Na região metropolitana, Cuiabá e Várzea Grande, encontra-se um ambiente propicio e as condições para a ocorrência de uma nova epidemia de dengue. Só não ocorrera nova epidemia devido ao esgotamento de susceptíveis, mas poderemos ver esta epidemia ocorrer em varias cidades do interior de Mato Grosso. Em nossa capital o problema da coleta de lixo, as varias interrupções do recolhimento do lixo domestico, do comercio e de empresas leva o surgimento de novos bolsões de lixo como também, o aumento volume de lixo nos bolsões já existentes.
Ao mesmo tempo o abastecimento irregular ou interrompido do sistema de abastecimento de água publica contribui para o improviso de reservatórios baixos de água, como tambores, vasilhames, caixas d’água e outros que mal adaptados viram criadores do mosquito da dengue. Esta realidade propicia as condições da ocorrência de novos picos da doença. O quadro também é agravado pelo numero crescente de lotes baldios, abandonados somados a casas desocupadas e abandonadas que na lógica da especulação imobiliária e da chamada engorda de lotes, em sua maioria vira pequenos depósitos de lixo, e um grande criadouro de mosquito. Vitimando inocentes vizinhos destes terrenos ou imóveis.
Este quadro contribui para o surgimento de criadores de mosquitos, mas sabemos que 80% dos criadores estão dentro de nossas casas, no intimo de nossos lares, no convívio mais próximo de cada um de nos e no lugar que nossas crianças adoram em nossos quintais. Esta realidade é repetida em vários municípios, em varias capitais, nos mais diferentes estados brasileiros. Somos vitimas da falta dos nossos cuidados, na negligência de cada dia. Pois, varias pesquisas apontam que a nossa população tem conhecimento sobre a dengue e sua forma de transmissão. Varias cidades brasileiras já aprovaram leis duras em relação aos proprietários de imóveis que orientados, notificados perduram em ter em seu interior constantes criadores de mosquito da dengue. Estes imóveis sejam terrenos, comércios ou residências colocam em riscos os mais cuidadosos vizinhos, pois o raio de vôo do mosquito atinge ate 200 metros.
A grande preocupação da nossa capital são os já apresentados números de Infestação Larvar, obtidos pelo LIRA (método utilizado pelo Ministério da Saúde) são cerca de 4% no final de 2010 e 6% no início de 2011, com tendência de alta. É provável que em março este índice deve atingir cerca de 8%.Os tradicionais bairros que teimam em liderar estas marcas continuaram presentes como: Pedra 90, D. Aquino, S. Izabel, Cidade Verde, Cidade Alta e pasmem Boa Esperança entre outros. A circulação dos tipos virais I, II, III e a reintrodução do II, podendo ter novas reintroduções virais e a introdução do temido Tipo IV é apenas questão de tempo.
Torna-se necessário maior investimento por parte do Ministério da Saúde, Governo de Estado e maior estruturação das equipes de controle da dengue nos municípios e novos estudos e novas técnicas de controle vetorial para ser aplicado no dia-a-dia. Com estas medidas de uso continuo e trabalho eficaz da vigilância epidemiológica e capacitação continua da rede de atenção primária, secundária e terciária iremos enfrentar esta endemia de melhor forma. Tornam-se necessárias medidas de alto impacto, com maior financiamento e uma força tarefa que abordem mais profundamente as causas da dengue, há necessidade do envolvimento dos diversos setores das prefeituras; alem da saúde. Ademais, há também necessidade de uma ampla articulação comunitária para minimizarmos e prevenirmos as ocorrências da dengue. Vamos evitar novas epidemias e construir uma região metropolitana sem dengue. Para não chegarmos em 2014 com a circulação dos quatros sorotipos da dengue e em plena epidemia. Caso contrário, teremos um novo lema na Copa 2014: Dengue e Copa de 2014 Tudo a Ver!
Wagner Simplício é militante político e da saúde publica
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