A reportagem é do Diário de Cuiabá:
ALECY ALVES
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) vai terceirizar a gestão dos quatro hospitais regionais mato-grossenses, sediados nos municípios de Sorriso, Cáceres, Rondonópolis e Colíder, além do Metropolitano de Várzea Grande.
As unidades hospitalares poderão ser administradas por instituições privadas, filantrópicas e de pesquisa em saúde, selecionadas por meio de concorrência pública. Mesmo assim, o governo não admite que esse modelo de gestão seja tratado como privatização dos serviços de saúde.
Na próxima semana deve acontecer o lançamento do primeiro edital de licitação. Será para contratação da instituição que assumirá o Hospital Metropolitano, construído na cidade de Várzea Grande. De propriedade da prefeitura, o Metropolitano foi transferido para o governo do Estado há menos de uma semana. A assinatura do termo de comodato, válido por 10 anos, aconteceu na quinta-feira, dia 10.
As discussões sobre a terceirização do Hospital Regional de Rondonópolis estão bem adiantadas com um instituto ligado a uma rede de universidades particulares espalhada por todo o país.
Já em outras regiões, como Cáceres, a ideia seria transferir o hospital para alguma instituição, desde que também sirva como unidade-escola para o curso de Medicina que está em debate na Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat).
O novo secretário de Saúde, Pedro Henry, já visitou os hospitais regionais de Sorriso, Rondonópolis e Colíder e está com viagem programada para a unidade de Cáceres.
Conforme a assessoria de imprensa da SES, Pedro Henry vai transformar o Metropolitano de Várzea Grande em Hospital Regional e usá-lo como piloto na proposta de terceirização.
Em grandes cidades onde não há hospitais regionais o secretário discute outras medidas de melhoria da assistência médico-hospitalar à população. Em Sinop, por exemplo, ele pleiteia a criação do curso de Medicina e um hospital-escola ligados a Universidade Federal. Esse assunto foi tema do encontro que Pedro Henry manteve dias atrás com a reitora Maria Lúcia Cavalli Neder.
COMENTÁRIOS DO MSD:
- Fica clara a opção política da SES em abdicar da gestão de suas unidades e terceiriza – las para entidades ditas filantrópicas ( atenção, cuidado com as filantrópicas) . Essas instituições tem como objetivo o lucro e portanto precisam reduzir custos ( selecionar doentes, restringir exames e medicamentos, etc...) e aumentar receita ( incluindo fraudar o sistema com superfaturamentos e “ginásticas” com a tabela SUS). Ou seja , dinheiro público no ralo dessas instituições ....
- Cáceres e Sinop não dispõem de uma rede de saúde incluindo profissionais necessários para montar cursos de medicina, o que alíás vem sendo alvo de controle por parte do MEC e de entidades médicas preocupadas com a má qualidade do ensino nas centenas de faculdades que proliferam por aí. Observar também que instituições de ensino e pesquisa tem uma menor produção de serviços assistenciais por se dedicarem també (e as vezes até prioritariamente) as atividades de docência e pesquisa.
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