Hospital passa a maior parte do tempo sem remédios e médicos; saída pode ser a estadualização.
MIDIANEWS / EUZIANY TEODOROA precariedade no atendimento é um dos exemplos do
descaso na Saúde Pública em CuiabáNo decorrer de 2011, o Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá foi palco de muitos problemas que envidenciaram o caos total na Saúde Pública da Capital, que já sofria com falta de edicamentos, equipamentos sucateados e poucos profissionais.
Após várias tentativas frustradas de tentar solucionar os problemas, a Prefeitura de Cuiabá desistiu e o projeto para estadualização do Pronto-Socorro já foi aprovado pelos vereadores da Capital. A partir de 2012, o Estado vai gerir o hospital, por meio de Organizações Sociais de Saúde.
No dia 14 de outubro, parte do teto do Pronto-Socorro desabou, justamente na chamada Ala Vermelha, que atende os casos mais urgentes e graves de saúde. Com isso, a unidade foi fechada para reforma e o atendimento ficou comprometido. Oito dias depois, o PSMC voltou a atender alguns casos de urgência e emergência, mas em outro setor.
Casos mais graves eram levados ao Pronto-Socorro de Várzea Grande, que já sofre com inúmeros problemas estruturais e falta de equipamentos e materiais. O hospital ficou lotado e, mais uma vez, o atendimento foi prejudicado.
Teto desaba no PSMC
O teto caiu devido a uma forte chuva e, a partir dai, levantaram-se várias questões a respeito da reforma feita em 2010, divulgada como "a maior de toda a história do Pronto-Socorro" de Cuiabá.
A empresa responsável pela reforma, a "Construtora 3 Irmãos", da qualo deputado Carlos Avallone era um dos sócios - ele afirma ter deixado a sociedade - isentou-se de qualquer responsabilidade.
Apesar de não admitir culpa pela queda do teto, a 3 Irmãos fez os restauros, por meio de de uma construtora terceirizada. As alas Vermelha e Amarela, fechadas para reforma desde outubro, voltaram a atender normalmente em 2 de dezembro.
Estadualização
A possibilidade de privatização do Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá causou protestos em vários setores da cidade. Manifestações públicas, fórum de entidades e o próprio Conselho Regional de Medicina (CRM) tentaram impedir a estadualização do hospital.
No entanto, em 6 de dezembro, o projeto foi aprovado na Câmara de Vereadores, com 13 votos a favor, três abstenções e três votos contra. A aprovação dá a oportunidade para que o Governo do Estado entregue o hospital a mais uma Organização Social de Saúde (OSS), modelo que já é adotado em outras cinco hospitais regionais em Mato Grosso.
Segmentos ligados à Saúde que reprovam o modelo de gestão já buscam meios de impedir a terceirização. Em 7 de dezembro, o Conselho Municipal de Saúde, por exemplo, protocolou uma carta aberta no Ministério Público Estadual (MPE), informando sobre o trancamento de todas as pautas de deliberação do conselho, a fim de interromper o processo de estadualização.
O Conselho Regional de Medicina também pretende tomar atitudes contra a estadualização do Pronto-Socorro. De acordo com a presidente de CRM, Dalva Neves, o órgão está estudando uma forma jurídica de impedir a terceirização.
O edital para a licitação das OSS interessadas em administrar o Pronto-Socorro ainda está em fase de elaboração. De acordo com o secretário de Saúde de Cuiabá, Lamartine Godoy, em janeiro, o edital deve ser lançado.
Confira matérias do MidiaNews sobre problemas no Pronto-Socorro em 2011:
Teto desaba e a Prefeitura "fecha" o Pronto-Socorro
Vereador quer que MPE investigue obra no Pronto-Socorro
Crise na Saúde de Cuiabá e VG será destaque no JN
Pronto-Socorro só volta à normalidade dentro de um mês
Ato condena privatização da Saúde Pública em Cuiabá
Terceirização do Pronto-Socorro gera protesto em Cuiabá
Estado vai assumir gestão do Pronto-Socorro de Cuiabá
sábado, 7 de janeiro de 2012
Descaso no Pronto-Socorro reflete caos na Saúde Pública
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