NO PODER Por: ROSANE BRANDÃO Fonte: Folha de Estado
Policlínica do Coxipó: a espera por atendimento tem sido grande, numa sala apertada e sem confortoFoto de Euclides Oltramari Jr
Está faltando especialistas em várias policlínicas de Cuiabá, para infelicidade de quem precisa
Policlínicas lotadas, falta de médicos, filas e mais filas. Este continua sendo o cenário da rede de saúde pública de Cuiabá. A falta de médicos para atendimento básico da população é uma rotina que o cuiabano enfrenta há anos, mas parece que ainda está longe de chegar ao fim.
Segundo a diretoria de Atenção Secundária da Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá (SMS), atualmente o quadro de médicos efetivos das policlínicas é de 125 profissionais para atender nas seis policlínicas da capital, em escala de 24 horas semanais. Mas ainda existe um déficit 38 médicos – clínicos gerais e pediatras – que deveriam estar nessas policlínicas para atender a demanda E é justamente esse déficit que acaba deixando a população com atendimento precário.
As policlínicas do Planalto e Coxipó são as que se encontram em pior situação, já que as outras quatro não têm médicos em número suficiente e os pacientes acabam sendo encaminhados para as duas primeiras.
Na policlínica do Coxipó, por exemplo, a quantidade de pessoas à espera de atendimento na tarde de ontem (25) era muito grande. Crianças, adultos e idosos, com todos os tipos de enfermidades aguardavam em uma sala de pouco mais de 40 metros quadrados e sob “um calor insuportável, que dá a sensação de uma temperatura de 40 graus”, disse uma senhora que aguardava na fila.
A camareira Dinamare Mendes de Oliveira precisou de atendimento pediátrico para a filha de 11 meses, mas quando procurou a policlínica do bairro Verdão, a informação que recebeu foi de que não havia pediatra. Ela, que mora no bairro CPA I, precisou se deslocar até o Coxipó para tentar um atendimento. Nesta policlínica, ficou esperando por mais de quatro horas até ser atendida.
Outra paciente que ficou horas na fila esperando ser atendida foi a técnica em laboratório Carla Costa. Ela, que mora no bairro Renascer, desistiu de tentar atendimento na Policlínica do Planalto, que é mais próxima de sua casa, porque lá seria muito demorado, mas acabou descobrindo que no Coxipó a situação estava ainda pior. “Estou com sinusite e com muita dor. Há três dias estou assim e não consigo ser atendida por um médico”, disse Carla Costa.
Na policlínica do Verdão, o cenário é um pouco diferente, ou seja, não tinha fila e o pronto atendimento estava vazio. Isso porque não havia médico no local e os pacientes eram encaminhados para as outras duas, Planalto e Coxipó. |
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