terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Mensaleiro na ativa, Henry impõe desgaste ao Governo Silval Barbosa

Redação 24 Horas News / Edilson Almeida


O deputado federal Pedro Henry (PP) vem impondo ao Governo Silval Barbosa um duro desgaste público e político. Classificado como “mensaleiro na ativa” – por causa do processo que responde por conta do esquema do “Mensalão” que ajudava a “sustentar” a base política do Governo Federal – Henry agora chama a atenção por ter assinado documentos como secretário de Saúde do Estado sem ter se afastado do cargo de deputado federal – o que contraria a Constituição .

Há pelo menos três atos já consumados nesse sentido. Neste sábado, durante inauguração de novos leitos hospitalares em Cuiabá, no Hospital Santa Helena, o governador Silval Barbosa disse que tornou sem efeito as publicações. “Como ele não tomou posse no dia 17, anulei todos os atos” – disse, complicando ainda mais a situação do político, que, primeiro, empurrou a questão para falhas operacionais – negado pela Secretaria de Administração, responsável pelo Diário Oficial que publicou os atos.

Os atos que reforçam as suspeitas da atuação ilegal do deputado foram publicados no Diário Oficial de Mato Grosso no dia 25 de janeiro. Ele não pediu licença do cargo de deputado federal mesmo tendo sido nomeado para a secretaria no dia 16 de novembro e manter agenda no Estado como se respondesse pela Secretaria de Saúde.

Defensor da filosofia da terceirização dos serviços de saúde, Henry convenceu o governador Silval Barbosa a entregar para as chamadas Organizações Sociais de Saúde (OSS) diversas unidades de saúde do Estado. Como resultado, ganhou mais inimigos. Fora os sindicatos de servidores, Henry comprou briga com diversos segmentos do Sistema Único de Saúde, inclusive com o movimento universitário, que vê claramente uma estratégia do político Henry para fazer prevalecer seus objetivos, qual seja, asfixiar o SUS para entregar as unidades de saúde às OSS por valores bem acima do que se paga nos procedimentos públicos.

Nos municípios, as queixas contra a falta de repasse do Estado para atender as necessidades das unidades médico-hospitalares são intensas. Prefeitos são pródigos em reclamar do tratamento dispensado pela Secretaria de Saúde de Mato Grosso às suas causas. Em Barra do Bugres, o prefeito Wilson Francelino de Souza, chegou a decretar o fechamento do hospital municipal para os municípios da região. Recentemente, a Associação Matogrossense dos Municípios anunciou que o “calote” estadual nas prefeituras somente na área de saúde está acumulado em algo em torno de R$ 30 milhões.
A fatura vem sendo cobrada do governador. Ainda assim, Silval parece não se importar muito e, politicamente, vê Henry como um bom aliado. Ao anunciar que tornou nulo os atos publicados de Henry, o governador disse que pela sua vontade, Henry já teria retomado o comando da Secretaria, mas ponderou que ele segue em Brasília buscando recursos para o setor. O parlamentar tem dito que segue com seu tratamento de saúde e que só retornará ao cargo quando estiver 100% fisicamente.

Silval aproveitou para rechaçar a tese de asfixia no SUS para favorecer a entrada das OSS. Ele admitiu a existência do déficit na saúde, mas frisou que pelo menos 40 municípios foram declarados inaptos a receber os recursos por inadimplência.

COMENTÁRIO MSD

>>  HOUVE ÉPOCA QUE A ATIVIDADE POLÍTICA ERA EXERCIDA POR HOMENS ÍNTEGROS, COM REPUTAÇÃO ILIBADA, QUE ZELAVAM PELO INTERÊSSE PÚBLICO. HOJE EM DIA O QUE SE VÊ É ISSO ..... COM HONROSAS EXCEÇÕES, UMA ESCÓRIA QUE SE ORGANIZA PARA PILHAR OS COFRES PÚBLICOS E ENRIQUECER AS CUSTAS DA FALÊNCIA DO ESTADO.

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