Uma mulher de Várzea Grande contraiu a doença apresentando o vírus tipo 4, que até então não havia sido registrado em Mato Grosso
Autoridades falam sobre o novo vírus da dengue: ninguém está imune a ele e, portanto, número de casos deve aumentar.
DIARIO DE CUIABA / SAÚDE
Por: GERALDO TAVARES / ALECY ALVES
As autoridades da Saúde Pública mato-grossense deram o alerta ontem para os riscos de epidemia de dengue com a chegada do vírus tipo 4, que já tem um caso confirmado em exames laboratoriais concluídos há poucos dias.
Uma mulher de menos de 30 anos, grávida de sete meses, contraiu a doença apresentando o vírus tipo 4, que até então não havia sido registrado no Estado de Mato Grosso.
Ela é moradora de Várzea Grande, precisamente do bairro Cristo Rei, mas pode ter se sido contaminada tanto na região onde mora como em outro bairro da Grande Cuiabá. Apesar de ter manifestado a doença, a gestante respondeu bem ao tratamento e sequer precisou ser internada.
Por causa desse novo vírus, todas as pessoas, independentemente de terem ou não contraído as outras formas de dengue existentes no estado (dos tipos 1, 2 e 3), agora estão susceptíveis à doença.
Como ninguém está imune ao tipo 4, explica Oberdan Coutinho Lira, superintendente de Vigilância Epidemiologia na Secretaria Estadual de Saúde (SES), é grande o risco de aumento dos casos de dengue no estado.
Ontem à tarde, durante a entrevista coletiva em que confirmaram o diagnóstico com a nova sorologia, Oberdan Lira e a médica Silbene Lotufo Muller, especialista em dengue, disseram que o vírus tipo 4 pode levar tanto à dengue clássica, ou seja, a mais comum, como à hemorrágica, dependendo das condições imunológicas do paciente.
Lira reforça que quem teve dengue tipo 1 jamais terá a doença com a mesma sorologia. O mesmo se aplica aos vírus 2 e 3, o que explica a possibilidade de um salto nos registros dos próximos meses, período de chuvas e de condições propícias à reprodução do mosquito Aedes aegypti, transmissor de todas as modalidades da doença.
Este ano, até ontem, a SES já havia contabilizado 1.604 casos de dengue no Estado. Desse total, cinco foram do tipo grave, com complicações diversas. Duas pessoas morreram com suspeita da doença. A SES descartou para dengue o óbito ocorrido em Barra do Garças, enquanto o outro permanece sob investigação.
Lira e a especialista Silbene Lotufo destacam que, como não há vacina contra a dengue, somente a prevenção poderá livrar o Estado de um risco de epidemia. Reforçar a limpeza dos ambientes que possam servir de criadouro do mosquito é uma das medidas mais importante no combate ao transmissor e, consequentemente, à doença.
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