sexta-feira, 27 de abril de 2012

A saúde está morrendo

DIÁRIO DE CUIABA - ARTIGOS - 27/04/2012

ROSIVALDO SENNA

Mesmo não sendo um título nada criativo ou inédito, infelizmente é o que está acontecendo com a saúde no Brasil. Do Brasil. Na verdade, do brasileiro. Pra ser mais exato, com os pobres do Brasil! Se bem que ultimamente o sistema está mais “democrático”. Este abandono, este desleixo, esta pouca-vergonha não é mais um privilégio só dos “menos favorecidos”. Agora, atinge uma classe que desde o governo Lula vem sendo denominada de emergente. Aquela que com um ganho real melhor está investindo num plano de saúde privado.


Porém, como já é de praxe no Brasil - pois nada é planejado e tudo de bom ou ruim acontece por acaso -, esbarra-se noutro problema não menos grave: a falta de planejamento. Ou seja, as prestadora de tais serviços não investiram para acompanhar a demanda e o que se vê hoje nos hospitais são filas intermináveis como, por exemplo, o ‘pronto- atendimento’ de um hospital de renome que trabalha com apenas dois pediatras para atender um grande número de crianças. E, ou que é pior, num ambiente fechado com grande retenção de vários tipos de vírus. Ou seja, se não pegar dengue, já que segundo os entendidos ela só é transmitida pela picada do mosquito, uma gripezinha não está descartada.


Sentimos o problema na pele. Recentemente, no período da manhã, fomos, eu e meu filho, acometidos de fortes dores no corpo e febre alta e tudo levava a crer que estávamos com dengue. De posse da nossa carteira da Unimed e documentos pessoais, é claro, resolvemos buscar atendimento médico. Pela proximidade com a nossa residência, primeiro fomos até o Hospital São Mateus. Na recepção, ficamos sabendo que havia 23 pessoas na nossa frente.


Incomodados com os sintomas e em busca de atendimento mais rápido, saímos em busca de outros hospitais. Resultado: passamos por mais três, e todos lotados. Retornamos à noite, e o quadro era o mesmo. Aí não teve jeito. Não dava mais para aguentar. Chegamos ao hospital por volta das 19 horas e lá pelas 10 fomos atendidos. Neste intervalo presenciamos várias discussões envolvendo pacientes, médicos e atendentes. E nessas andanças descobrimos uma coisa muito interessante. A Amecor, especialista em doenças cardíacas, não tem, durante a noite, médicos especialistas nesta área. Só clínico geral. O especialista só é chamado quando convocado. É...!


Mas a propaganda corre solta, com os hospitais e clínicas mostrando sua modernidade, seu aparelhamento de última geração e tudo mais. Do outro, o paciente que, mesmo pagando, não tem acesso a um tratamento digno e rápido. Alguma coisa está errada. Estamos à beira do caos. Quem viver, ou sobreviver, verá!


ROSIVALDO SENNA é jornalista em Cuiabá


==> MESMO COM APORTE DE RECUROS SIGNIFICATIVAMENTE MAIORES QUE OS DO SUS - É SÓ VER AS MENSALIDADES QUE OS PLANOS DE SAÚDE COBRAM E COMPARAR COM OS VALORES QUE O SUS RECEBE DOS GOVERNOS FEDERAL, ESTADUAIS E MUNICIPAIS - O SETOR PRIVADO TAMBÉM NÃO CONSEGUE OFERTAR ATENDIMENTO COM QUALIDADE AOS SEUS USUÁRIOS.
==> AS RAZÕES  NO CASO SÃO OUTRAS, ENVOLVENDO A ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS NESSES HOSPITAIS, REGIDA PELA ÓTICA DO LUCRO DOS SEUS PROPRIETÁRIOS - EMPRESÁRIOS , TODOS ÊLES MUITO BEM DE VIDA .....

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