quinta-feira, 3 de março de 2011

Henry vê 'radicalismo doentio' em greve dos médicos

Para o MDS, profissionais devem ter bons salários, mas o serviço deve ser eficiente


Pollyana Araújo/Olhar Direto


O secretário de Saúde do Estado, Pedro Henry, classificou, durante visita ao Hospital Santa Helena nesta quarta-feira (2) junto com o governador Silval Barbosa (PMDB), de “radicalismo doentio” a decisão dos médicos do Estado de entrar em greve a partir do dia 9 deste mês e adiantou que não vai se sentir intimidado.


Defensor “ferrenho” da contratação de Organizações Sociais (OSs) para a terceirização dos hospitais regionais, contestada pela categoria, o secretário avalia que Mato Grosso insiste em manter um modelo de gestão que já está notoriamente defasado e que não funciona mais.

“Esse novo modelo não fui eu que inventei”, alegou, ao citar outros estados, como São Paulo, que adotaram esse tipo de sistema e que vem surtindo efeito positivo.


Henry considera “inviável e impraticável” a exigência do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed) da realização de concurso público para a contratação de profissionais para a área. Segundo ele, o orçamento da Saúde já está no limite e é impossível ter gastos vultuosos.

Após reunião de mais de 2 horas e meia com os profissionais da área nesta terça-feira (1º) à noite, o secretário disse que debateu sobre a proposta de terceirização e explicou sobre o motivo pelo qual tem defendido o projeto, mas que o Sindimed não apresentou nenhuma justificativa convincente que o fizesse mudar de ideia.

Desse modo, afirmou que vai manter o posicionamento em relação à contratação de OSs e que não vai buscar diálogo com a classe. Avalia, porém, que a paralisação das atividades não será “legítima”, ou seja, estará dentro da legalidade


COMENTÁRIO DO MSD:
 - O modelo de gestão pública praticado pela SES ( e outros órgãos públicos) em MT é ineficiente. A maioria dos profissionais médicos e de outras categorias não cumpre sua jornada de trabalho porque tem vários empregos e priorizam seus consultórios privados. Portanto a SES precisa ter muito mais profissionais do que seria necessário se todos trabalhassem direito. Mesmo com o quadro inchado, a produção de serviços das suas unidades é muito abaixo da capacidade . Portanto tem muita gente ganhando ( muitos até um bom salário ...) mas produzindo pouco. Também existe um grande número de profissionais médicos, odontólogos, enfermeiros, etc, em atividades apenas burocráticas ou cedidos para outros órgãos, quando poderiam estar melhorando o atendimento a população, especialmente em certas especialidades onde existem grandes filas.


- Diferentemente do que pensa a SES, é possível fazer uma boa gestão pública. Basta ter profissionais bem pagos e portanto satisfeitos com seu emprêgo, com um bom PCCS, capacitados, estabelecendo-se mecanismos de controle de seu desempenho como por exemplo ter metas de produção de serviços, cujo cumprimento influencie na progressão funcional e mesmo na remuneração (prêmios, 14º. salários, etc. Assim seria possível acabar com “ finjo que trabalho porque fingem que me pagam” , separar os que efetivamente querem ser servidores públicos dos que estão ali somente por “bico”. Há coragem para isso ou é mais fácil terceirizar ?

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